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domingo, 23 de dezembro de 2018

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - A INDOMÁVEL JORNALISTA KAY GRAHAM

    AUTÊNTICA DERRUBA BARRACO
Quando se fala do “Caso Watergate” -  invasão do Comitê Nacional do Partido Democrata, nos Estados Unidos, provocador da queda do presidente Richard Nixon, em 1974 – os heróis são sempre os repórteres Bob Woodward e Cark Bernstein, que tiveram a ajuda de um ex-vice-presidente do FBI, Mark Felt.
 No entato, se Katharine Graham, a Kay, “publisher” do jornal “Washington Post”, não tivesse tido a coragem de encarar  o governo do seu país, seguramente, a história política norte-americana, talvez, pudesse ter sido diferente. 
Vale lembrar, no entanto, de que, de início, Kay Graham não botara fé na pauta Watergate. Inclusive, perguntara ao seu pauteiro quando ele iria levar-lhe assuntos sérios – a outra notícia da hora era sobre um motorista desgovernado que invadira a casa onde um casal transava no sofá da sala
 Era a segunda vez em que ela batia de frente com o “homem”. A primeira fora em 1971, quando o seu jornal agarrou a fonte que entregara documentos secretos (e cascateiros) do Pentágono, sobre a Guerra ao Vietnam, ao concorrente “New York Times”, que tivera as suas publicações interrompidas, judicialmente. Daquela nova vez, Kay e a sua turma não deixou caminhos por onde o presidente Nixon pudesse escapar de um processo de “impeachment” – renunciou ao cargo.
 Desafiar a Justiça e reabrir as publicações proibidas poderia levar Kay e Bem Bradlee, o seu editor-chefe, à cadeia. Deram sorte e não foram, pois o governo dos “Iztêitis” conseguiu convencer à moçada de que as notícias do “Washington Post” não bola murcha - Nixon foi reeleito em 1972.
Kay Graham era filha de Eugene Meyer, que comprara o “Washington Post” durante a década-1930 e não planejava fazer dela herdeira do negócio.
 Como a mãe da moça, Agnes Ernst Meyer, repórter dos inícios do século 20 – as duas não tinham boas relações – não lhe via capacitada para atuar na publicação da casa, ao  aposentar-se, Eugene convocou o genro Philip Graham, advogado desinteressado pelo periódico, para comanda-lo, mesmo com Kay já trabalhando na casa há mais de 10 temporadas.
 Kay Graham tinha 42 de idade, em 1963, quando tornou-se a maior autoridade na hierarquia operacional e a responsável pelas estratégias e visão da empresa. Isso, porque seu marido Philip Graham suicidou-se, diagnosticado com transtorno maníaco-depressivo.
Mesmo subindo ao cume do “Whashington Post”, ela sempre foi questinada pelos machistas da redação, que não queriam admitir a sua competência profissional. Afinal, antes dela, nenhuma mulher havia sido “publisher” de um grande jornal dos Estados Unidos.
Katharine Graham viveu por 84 temporadas - 16 de junho de 1917  a 17 de julho de 2001.



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