Vasco

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sábado, 15 de dezembro de 2018

O VENENO DO ESCORPIÃO - BAIANO NÃO LEVA FUMO, BOTA NA BOCA DOS OUTROS

Personagem de Jorge Amado foi parar na fumaceira da rapaziada 
 Quando o século 19 rolava, poetas europeus fumantes criaram a lenda de que os charutos de melhor qualidade eram feitos por lindas mulheres. Dava conta de que elas enrolariam o fumo em uma das coxas, cruzavam as pernas e arregaçavam a saia. Lenda, mesmo! Charutos feitos como eles poetizavam sairiam tortos, segundo especialistas, explicando que bitola defeituosa compromete o fumo e a extração da fumaça.
Na Bahia, fabricar charutos é trabalho feminino. Homem que se intrometer nesta área será chamado por “duas dúzias”. Elas chegam a produzir 12 mil charutos diários, atingindo o total de três milhões anuais para linhas, entre as marcas saídas do território baiano. “Dona Flor e  Gabriela”, esta cigarrilha, em homenagem a personagens do escritor Jorge Amado. Quem já o leu, lembra que o comerciante Mário Amerino Portugal emprestou a sua casa para a primeira noite de amor entre Vadinho e Dona Flor, no livro “Dona Flor e seus dois maridos”.
Os charutos da Surdieck  ganharam aprovação dos fumadores alemães
 Este Mário existe na vida real. Foi amigo de Jorge e exportava fumo para as ilhas Canárias, na Espanha. Um dos seus clientes era a Companhia Insular Tabacalera, de Alonso Mendez Garcia, que vivera em Cuba e fora expropriado por Fidel Castro.  Mario tornou-se, mais tarde, amigo de Benjamin, filho de Alonso, e o convidou a se associarem e fabricarem charutos genuinamente brasileiros, pois o que a Suerdieck fabricava na Bahia era para o gosto dos alemães. Então, nasceu a Mendez & Amerino, que homenageou a obra de Jorge Amado.
Os charutos da casa saem dos fumos mata fina e mata norte, brasileiríssimos, de sementes já existiam por aqui quando Pedro Álvares nem desceu da sua caravela que pintou pelas praias das Bahia, em 1.500. O fumo mata fino sai da mesma semente do outro. Um é aromático e mais leve, o outro é mais forte e doce. A diferença vem do terreno o primeiro se dando legal em solo avermelhado, rico em ferro, enquanto o mata norte em terreno mais escuro, rico em material orgânico, explicam os plantadores.    

  O charuto “Dona Flor” foi criado por Félix Menéndez e está no mercado desde 2.000. É trabalhado en um blend especial desenvolvido por Arturo Toraño. Produzido a partir de uma rigorosa seleção de fumos, segundo seus vendedores, tem sabor encorpado para os brasileiros, mas suave em relação aos cubanos.
A linha “Dona Flor” vende, também, o “Dona Flor Petit Corona”, menor do que os convencionais, de 165 x 20 mm. É mais apreciado por quem gosta de fumar após as refeições. Mas, em qualquer horário, os malandros da terra dizem: “Baiano não leva fumo, vende fumo!   


              REPRODUÇÃO DE IMAGENS DE DIVULGAÇÃO DOS PRODUTOS

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