Se você já se hospedou no apartamento 2.715
do Rio Othon Palace Hotel, no trepidante Rio de Janeiro, sabe que aquele pedaço é como muito outros
cada casa. Certo? – nem tanto.
Aquele “ap” viveu honras do brasiliense
Palácio do Planalto, por instantes, sendo o centro de grandes decisões da
república da hora.
Nele anunciou-se que o vice-presidente Aureliano Chaves
seria empossado como substituto do presidente João Figueiredo, que havia sofrido um
enfarto durante a tarde do 18 de setembro de 1981 e sido internado, perto das
16h, no 11 andar do Hospital dos Servidores do Estado.
Neta antiga telefoto da EBN-Agência Brasileira de Notícias, o presidente Figueiredo aparece hospitalizado nos Estados Unidos |
Atendido, emergencialmente, pelo
cardiologista Marciano Almeida de Carvalho, chamado às pressas na Clínica
Riocor, o presidente foi dito, pela primeira nota oficial, poucas horas após
chegar ao hospital, como tendo sofrido um "ligeiro distúrbio
cardiovascular", sem gravidade. Depois, divulgou-se "infarto do miocárdio
de parede diafragmática" - setor coronário
atingida na parte de baixo, apoiado no diafragma, pela altura do osso esterno.
O “ap” 2.715 fora o
local escolhido para a grande comunicação ao “brasucas”, por estarem hospedados
nele os ministros Leitão de Abreu, Danilo Venturini e Octávio Aguiar de
Medeiros. Pouco depois de o presidente chegar ao hospital, seu porta-voz,
Carlos Átila, disse à imprensa que o vice Aureliano não assumiria a
presidência, imediatamente.
No entanto, às 22h o hospital informou que só após
72 horas poderia definir a exata situação física de Figueiredo. Este, ao ler o
laudo médico que recomendava-lhe repouso total por até oito semanas, disse para
os médicos Alosio de Salles Fonseca, Raymundo Carneiro, Clementino Fraga
Filho, Marciano de Almeida Carvalho e Newton Mattos: “Então, chamem o Aureliano
para assumir (a presidência da República).
O porta-voz Carlos Átila, em foto de www. notibras.com.br. nunciou que o vice Aureliano Chaves não assumiria a presidência imediatamente. |
Para as figuras que
davam sustentação ao Governo, a posse de Aureliano era uma prova de que as
instituições democráticas estavam funcionando, o que não ocorrera em 1969,
quando o presidente Costa e Silva -
também, devido grave problema de saúde - não fora substituído pelo vice
Pedro Aleixo, mas por uma junta militar formada pelos três ministros militares -
o general Aurélio de Lira Tavares, do Exército;
o almirante Augusto
Rademaker, da Marinha, e o brigadeiro Márcio
Melo, da Aeronáutica.
Até então, Aureliano Chaves fora o vice no exercício da
presidência que mais vezes (28) ocupara a chefia da nação, em dias não
consecutivo. Substituíra o presidente Figueiredo durante as visitas deste a nove
países – Venezuela, Paraguai, Argentina, Chile, França, Portugal, Colômbia, a
então Alemanha Ocidental e Peru.
Aureliano Chaves (C), em foto do Arquivo Público de Minas Gerais |
Sujeito metódico, que
não gostava de alterar as suas programações, o pacato mineirão Aureliano Chaves
manteve o que tinha agendado para o domingo: visitar as cidades de
Guaratinguetá, em São Paulo, e Itajubá, em Minas Gerais.
A seu pedido, ele só assumiu o cargo às 10 horas da quarta-feira, 22 de setembro - não havia necessidade de convocação do Congresso Nacional -, 113 horas após o anúncio de que substituiria o presidente João Figueiredo.
A seu pedido, ele só assumiu o cargo às 10 horas da quarta-feira, 22 de setembro - não havia necessidade de convocação do Congresso Nacional -, 113 horas após o anúncio de que substituiria o presidente João Figueiredo.
COMENTÁRIO DO KIKE: OS CIVIS ESPERAVAM, HÁ 17
TEMPORADAS, PELA VOLTA AO PODER. AO TER A CHANCE, O MINEIRÃO NÃO TEVE PRESSA. E
NEM ERA BAIANO.
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