Vasco

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sábado, 29 de dezembro de 2018

106 - O VENENO DO ESCORPIÃO - SEM PRESSA DE SUBIR RAMPA DO PALÁCIO

   Se você já se hospedou no apartamento 2.715 do Rio Othon Palace Hotel, no trepidante Rio de Janeiro, sabe que aquele pedaço é como muito outros cada casa. Certo? – nem tanto.
  Aquele “ap” viveu honras do brasiliense Palácio do Planalto, por instantes, sendo o centro de grandes decisões da república da hora. 
Neta antiga telefoto da EBN-Agência Brasileira de Notícias, o presidente
Figueiredo aparece hospitalizado nos Estados Unidos 
Nele anunciou-se que o vice-presidente Aureliano Chaves seria empossado como substituto do presidente João Figueiredo, que havia sofrido um enfarto durante a tarde do 18 de setembro de 1981 e sido internado, perto das 16h, no 11 andar do Hospital dos Servidores do Estado.
Atendido, emergencialmente, pelo cardiologista Marciano Almeida de Carvalho, chamado às pressas na Clínica Riocor, o presidente foi dito, pela primeira nota oficial, poucas horas após chegar ao hospital, como tendo sofrido um "ligeiro distúrbio cardiovascular", sem gravidade. Depois, divulgou-se "infarto do miocárdio de parede diafragmática" -  setor coronário atingida na parte de baixo, apoiado no diafragma, pela altura do osso esterno.
  O “ap” 2.715 fora o local escolhido para a grande comunicação ao “brasucas”, por estarem hospedados nele os ministros Leitão de Abreu, Danilo Venturini e Octávio Aguiar de Medeiros. Pouco depois de o presidente chegar ao hospital, seu porta-voz, Carlos Átila, disse à imprensa que o vice Aureliano não assumiria a presidência, imediatamente.
O  porta-voz Carlos Átila, em foto de  www. notibras.com.br.  nunciou
que  o vice Aureliano Chaves não assumiria a presidência imediatamente.
 No entanto, às 22h o hospital informou que só após 72 horas poderia definir a exata situação física de Figueiredo. Este, ao ler o laudo médico que recomendava-lhe repouso total por até oito semanas, disse para os médicos Alosio de Salles Fonseca, Raymundo Carneiro, Clementino Fraga Filho, Marciano de Almeida Carvalho e Newton Mattos: “Então, chamem o Aureliano para assumir (a presidência da República).
 Para as figuras que davam sustentação ao Governo, a posse de Aureliano era uma prova de que as instituições democráticas estavam funcionando, o que não ocorrera em 1969, quando o presidente Costa e Silva -  também, devido grave problema de saúde - não fora substituído pelo vice Pedro Aleixo, mas por uma junta militar formada pelos três ministros militares - o general Aurélio de Lira Tavares, do Exército; o almirante Augusto Rademaker, da Marinha, e o brigadeiro Márcio Melo, da Aeronáutica.
Até então, Aureliano Chaves fora o vice no exercício da presidência que mais vezes (28) ocupara a chefia da nação, em dias não consecutivo. Substituíra o presidente Figueiredo durante as visitas deste a nove países – Venezuela, Paraguai, Argentina, Chile, França, Portugal, Colômbia, a então Alemanha Ocidental e Peru. 
 Aureliano foi o vice mais atuante do período revolucionário, iniciado em 31 de março de 1964 – o general Adalberto Pereira dos Santos, o almirante Augusto Rademaker e os civis Pedro Aleixo e José Maria Alkmin foram os seus antecessores.
Aureliano Chaves (C), em foto do Arquivo Público de Minas Gerais
 Ele recebera dos militares, também, missões importantes, como presidir a Comissão Nacional de Energia.
 Sujeito metódico, que não gostava de alterar as suas programações, o pacato mineirão Aureliano Chaves manteve o que tinha agendado para o domingo: visitar as cidades de Guaratinguetá, em São Paulo, e Itajubá, em Minas Gerais. 
A seu pedido, ele só assumiu o cargo às 10 horas da quarta-feira, 22 de setembro - não havia necessidade de convocação do Congresso Nacional -, 113 horas após o anúncio de que substituiria o presidente João Figueiredo.
COMENTÁRIO DO KIKE: OS CIVIS ESPERAVAM, HÁ 17 TEMPORADAS, PELA VOLTA AO PODER. AO TER A CHANCE, O MINEIRÃO NÃO TEVE PRESSA. E NEM ERA BAIANO.    

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