QUANDO AINDA NÃO HAVIA 'MIDIA', BRASIL JÁ FABRICAVA HERÓIS
Jair Bolsonaro reproduzido de facebook |
A recente eleição presidencial, polarizada entre os candidatos
Jair Bolsonaro (eleito) e Fernando Hadad, foi marcada por grande número de falsas acusações aos dois rivais. Mais ainda, durante a campanha
para o segundo turno - um tempo de 'fake news', novo anglicanismo que tomou conta
do linguajar 'brasuca'.
O Ministério da Educação
do próximo governo bem que poderia criar uma comissão de notáveis para sumir
com as “fake news” dos livros de história do Brasil. Uma delas é classificar
José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, como o líder da Inconfidência
Mineira.
Na verdade, Tiradentes
não liderou nada. Participou do movimento, mas os grandes pensadores,
articuladores foram Thomaz Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa.
Tiradentes, que não passava de fiscal de uma nova estrada ligando a mineira
Vila Rica, atual Ouro Preto, ao Rio de Janeiro. A sua garnde contribuição foi
para a coroa portuguesa. Enchia a cara de cachaça e pregava a revolta nos
botecos, levando-a ao conhecimento do Império.
Por ser um sujeito
exaltado, que se expunha, Tiradentes terminou enforcado, um grande negócio para
ele, pois, sendo o único esquartejado, perdeu o pescoço, mas terminou “Patrono
da Pátria”. Nas figurações sobre o fato, ele aparece barbudo, mas a lei da
época previa o corte da barba para ir ao cadafalso. Até nisso a história do
Brasil tem “fake news”.
Tiradents reproduzido de acervo da Prefeitura Municipal de Diamantina |
No que diz respeito a
Thomaz Gonzaga, ele era o chefe da Justiça, em Vila Rica, espécie de presidente
de tribunal. Se Tiradentes não enchesse tanto a cara e falasse menos, Gonzaga,
certamente, seria o chefe do poder judiciário nacional. Mas Cláudio Manual da
Costa não foi firme em seu depoimento e terminou incriminando-o – e virando
arquivo queimado, no dia seguinte.
Na história oficial, Silvério dos Reis é o
entregador de Tiradentes. Outra “fake news”. Historiadores ainda não
encontraram documentos comprovando, mas tudo se encaminha para João Rodrigues
Macedo ter sido o mandante da queima de arquivo. Silvério era uma piabinha
diante daquele tubarão, o homem mais rico daquele Brasil, encarregado, por
Portugal, pela cobrança dos impostos.
Malandrão, Macedo usava testas-de-ferro, já comprovado, para
ganhar todas as licitações e representa-lo no movimento inconfidente. Devia
muito à Coroa, razão de querer a independência do Brasil, para livrar-se da
dívida. Então, por debaixo do pano, financiava os inconfidentes. Escapou do
pior porque todos lhe deviam, inclusive as autoridades.
Thomaz Antônio Gonzaga reproduzido do acervo da Biblioteca Digital Luso-Brasileira |
Uma outra “fake news” que
deve sumir da nossa história é a de que Dom Pedro I proclamou a nossa
independência, em 1822, por grande patriotismo Basta ler a história, com
atenção, que se verá rolar várias revoltas pelos “brasis” a fora. A
independência era questão de mais dia, menos dia. Já estava caindo de madura.
Mandam dizer isso algumas atitudes independentistas, casos de: Revolução Pernambucana,
republicana, em 1817;
Revolução Liberal, em 1821, na
Bahia e no Pará;
Independência da Bahia, em
1821; Guerra da independência
do Brasil, contra militares legalistas portugueses, envolvendo
Bahia, Piauí, Maranhão e Pará, em 1822 – hora, então, de guerra às “fake News”
da história do Brasil.
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