E não foi que a Colombina deu uma fugidinha de
sua tradição e aderiu ao ritmo da juventude da década-1960? Pois foi! Aconteceu
durante o Carnaval-1967. Aliás, antes disso. Quando a sua marchinha foi
lançada, pelos finalmentes de 1966.
Musiquinha no rádio e nos auditórios da TV, o
som dela passou a dominar todos agitos, fossem em subúrbios cariocas, nos
grandes bailes, ou por conta de blocos que faziam questão de não esperarem pela
chamadada do animadão Rei Momo, mandando ver o seu recado, durante os fins de semana
que antecediam o “fevereirão”.
Era um entusiasmo impressionante - quase delírio -, quando as orquestras invocavam
a “Colombina no Iê-Iê-Iê”, moda que chegara por aqui no 2 de outubro de 1962,
enviado pelos ingleses The Beatles.
Composta por João Roberto Kally, a marchinha
conquistou o folião, rapidão, por ter melodia fácil de aprender. E se deu
melhor, ainda, por ter sido gravada por um campeão de velhos carnavais, Roberto
Audi, que já havia emplacado várias coqueluches nos salões. Com sua juventude,
potência vocal e muito entusiasmo durante as interpretações, o carinha muito
“ritmante” produziu um sucesso absoluto, integral, vendendo bastante discos não
só no Rio de Janeiro, mas em vários pontos do país.
Reproduzido de capa de disco |
A letra saiu curtinha: “Colombina onde vai você/ Eu
vou dançar o iê iê iê/ A gangue só me chama de palhaço/ Palhaço/ Palhaço/ E a
minha colombina que é você/ Só quer saber de iê iê iê
Craque
das marchinhas carnavalescas, João Roberto Kelly colocou na segunda parte da
composição arrasante a marcação do ritmo que, com os Betles, era yeah, yeah,
yeah, ganhando acentuação tônica, aqui pelo Brasil.
João Roberto Esteves Kelly
nasceu no Rio de Janeiro – 23.06.1937 – e começou a mexer com música aos 11 de
idade, tocando piano, de ouvido, influenciado por mãe e avó pianistas. Depois,
estudou com professora e partiu para compor, a partir de 1957, iniciando com
revista musical para teatro. Em 1963, chegou à TV, fazendo aberturas musicais
de programas da TV Excelsior.
Mais conhecido pelas suas
composições carnavalesco, em 1964, Kelly arrasou compondo a tocada até hoje “Cabeleira
do Zezé, em parceria com Roberto Faissal e gavada por Jorge Goulart. Em 1965,
o sucesso foi de Emilinha Borba, com a “Mulata Iê-Iê-Iê”. E seguiu amigo do
sucesso, para as colombinas se esbaldaram no “carna-iê-iê-iê”.
De sua parte Roberto Audi, começou a carreira como corista
nos shows de Carlos Machado. Depois, passou a atuar nas TV e Rádio Tupi-RJ.
Estreou no disco, em 1958, com a toada “Geada”, de Armando Cavalcante e David
Nasser, em dueto com Leny Eversong, a sua descobridora. Até 1963, gravou 22 discos para o selo Copacabana. Viveu por 63 temporadas, até
fevereiro de 1997.
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