Vasco

Vasco

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

VASCO DOS FUXICOS - ROMALAZA

Foto de Romário reproduzida
 da revista Placar
  Agradecimento                                                                                                              
 A rapaziada havia faturado o título estadual de 1987 e estava embalada pra bisar a parada na temporada seguinte. Romário era o cara. Além de ter sido o principal matador do Camp-RJ-87, fora, também, o dos Jogos Olímpicos-1988, em Seul, na Coreia do Sul. Estava com muita moral, imexível, na Colina. Nem o presidente do Vasco mexia com ele. Mas o treinador Sebastião Lazaroni achava que poderia mexer. Resultado: frequentemente, os dois saíam na porrada verbal, chegando-se a um ponto em que os jogadores não suportavam mais tanta baixaria.
 Veio uma tarde de treino coletivo e, lá pelas tantas, Lazaroni apitou, para corrigir o lance,  quando o lateral-esquerdo Lira conduzia a bola. Irritado, Lira mandou um bicão na pelota, pra longe, deixando o chefe indignado. Laza gritou:
- Fora! Saia do treino.
Romário, que estava por perto, deu uma contra-ordem:
-Fique! Não saia!
Que esculhambação! Daquele jeito, o Vasco estava fazendo o jogo que interessava só aos adversários. Liderados pelo zagueiro Fernando, os atletas resolveram dar uma geral na situação. A partir de então, não iniciariam os trabalhos do dia, enquanto Romário não chegasse, pois o maior ídolo da torcida vascaína estava, sempre, atrasado. Não adiantava Lazaroni convocar ninguém para o meio do gramado. Ninguém ia.
Fernando ficou encarregado de dar o sinal para a chegada do artilheiro. Então, quando Romário pintava, a rapaziada iniciava uma interminável sessão de palmas, que o deixava constrangido. Os caras foram cruéis, mas a estratégia deu certo. Romário comprou um relógio melhor, acalmou-se mais, o time subiu de produção e conquistou a Taça Rio, a segunda etapa do Estadual. E chegou ao almejado bi, decidindo contra o rivalaço Flamengo.
 Romário acalmado, pararam as baixarias com Lazaroni e o craque marcou 34% dos 47 gols da rapaziada durante a conquista do bi. Um desses tentos, foi antológico, em 2 x 1 Flamengo: encobriu o goleiro rubro-negro, com um lençol desmoralizante. 
Lazaroni reproduzido de waskipedia
Agradecimento
 Estava uma beleza. O marrento Romário fazia gols e não brigava com ninguém. Realmente, não brigava! Até a noite do 22 de junho daquele 1988, durante a finalíssima Vasco x Flamengo. Quando o lateral Cocaca marcou o gol da vitória, por 1 x 0, aos 44 minutos do segundo tempo, e atirou a sua camisa na cara do treinador rubro-negro Carlinhos Violino Nunes, o pau quebrou. 
O juiz Aloísio Viug expulsou de campo quatro atletas que haviam se destacado na bagunça. Entre eles, Romário – e Cocada, é claro!
 Título conquistado, diante das críticas das imprensa carioca ao comportamento de Romário na finalíssima daquele Estadual, a diretoria do Vasco da Gama tentou dar uma de moralistas e anunciou a possibilidade de negociar o seu artilheiro, caso algum clube aparecesse com um cheque de Cr$ 1,5 bilhão de cruzeiros, a inflacionada moeda da época.
 Com um detalhe: aquele valor teria de ser pela valorização do dólar no chamado câmbio negro. E as porradas da imprensa, então, passaram para os cartolas de São Januário, pois aquele tipo de conversão da moeda era ilegal.              

Nenhum comentário:

Postar um comentário