Vasco

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domingo, 25 de setembro de 2016

O PROFESSOR ORLANDO PEÇANHA

Futebol se aprende na escola? Um professor forma um craque? Para Orlando Peçanha de Carvalho, futebol é dom. Palavra de quem foi chamado de “Senhor Futebol”, no tempo em que defendeu o argentino Boca Juniors. Mostrava saber tudo de bola e jogava onde fosse preciso, na defensiva.
 Por declarações ao Nº 85 da Revista do Esporte, de 22 de outubro de 1960, o então vascaíno Orlando, campeão mundial, pela Seleção Brasileira, em 1958, na Suécia, disse que seria inútil tentar fazer alguém sem pendor para o futebol empolgar a torcida.
“Nunca conseguirá...”, garantiu, pregando que se alguém dependesse disso para rolar a bola seria, então, plausível a criação de ginásios (ensino, antigamente, equivalente ao atual primeiro grau) e faculdades, “para formarmos bacharéis da bola”, defendeu, acrescentando: “Mas... eu garanto que os doutores assim formados não saberiam jogar a milésima parte do que joga um Pelé, ou um Didi, que nunca precisaram de aulas”.
 Embora fosse contra as teorias de “escolarizar” o futebol, Orlando não deixava, as vezes, de ser um “professor”, para os mais novos. Caso de uma aula passada a Russo, que jogava em sua mesma posição, na época chamada de centro-médio (hoje, zagueiro plantado na área). Embora admirasse a seriedade com que o colega jogava, a sua precisão ao intervir no lance, reprovou as  constantes subidas dele ao ataque, para tentar o gol. Alertou-o de que deixava a defesa desguarnecida.   
Na década-1960, Orlando enfrentou a categoria de Ademir da Guia, que começava
a despontar no time do Bangu
O “professor” Orlando tinha, também, autrocrítica. Em agosto de 1959, sentindo não estar bem, mesmo tendo recuperado-se de uma contusão sofrida (diante do Palmeiras) durante o Torneio Rio-São Paulo, ele procurou o treinador Filpo Nuñez e pediu-lhe para encaminhá-lo ao time de aspirantes (categoria extinta, reunindo reservas). Achava que por ali seria melhor para recuperar o seu futebol e a forma física, sem prejudicar o time principal. Com aquilo, abriu uma chance para Russo, que os colegas chamavam de “Baldo”, jogar pelo time A.



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