Fluente nas línguas hebraica, persa, árabe, turca e em vários dialetos das
tribos que viajava no lombo do camelo –
além de ter sido a primeira mulher classificada em primeiro lugar em
História Moderna, pela Universidade de Oxford –, ninguém poderia ajudar mais ao
Foreign Office britânico em sua política
para o Oriente Médio do que Gertrude Bell. Ela sabia de tudo sobre as terras e
o povo dali.
Pelos inícios da segunda década do século XX,
a inteligência britânica precisava descobrir se o Império Otomano se aliaria à
Alemanha e o que as tribos árabes fariam no caso de uma guerra entre ingleses e
turcos. Para isso, reuniu as pessoas mais experientes em assuntos do Oriente
Médio e criou o Gabinete Árabe, do qual Gertrudes emergiu como estrela. Os seus
tantos anos na região lhe permitiram reunir todas as informações importantes
sobre planejamentos árabes, disposições militares e planos turcos, e uma grande
rede de informações entre colonos sionistas na Palestina.
Com os ingleses não admitiam a perda do controle do Canal de Suez, entre o Egito, e Gertrudes Bell previa que os turcos se aliariam aos alemães para dominá-lo, ela recebeu o posto de major do exército britânico, para ajuda-lo a manter o domínio de Sua Majestade sobre a hidrovia vital para o comércio regional. No entanto, houve discórdias com os oficiais britânicos. Bell insista pela contratação de combatentes árabes, alegando que estes odiavam os opressores turcos e fariam de tudo para livrarem-se deles, enquanto os militares os viam, meramente, como selvagens sujos e divididos em muitas clãs de tribos sem nenhuma utilidade.
Com os ingleses não admitiam a perda do controle do Canal de Suez, entre o Egito, e Gertrudes Bell previa que os turcos se aliariam aos alemães para dominá-lo, ela recebeu o posto de major do exército britânico, para ajuda-lo a manter o domínio de Sua Majestade sobre a hidrovia vital para o comércio regional. No entanto, houve discórdias com os oficiais britânicos. Bell insista pela contratação de combatentes árabes, alegando que estes odiavam os opressores turcos e fariam de tudo para livrarem-se deles, enquanto os militares os viam, meramente, como selvagens sujos e divididos em muitas clãs de tribos sem nenhuma utilidade.
Sabedora de que o militar turco andava
disperso e sem armas modernas, Bell propôs um novo plano, uma ação secreta de
guerrilha, tipo da usada pela Espanha para derrotar a França napoleônica na
Península Ibérica. Novamente, os comandantes do exército britânico divergiram
dela, considerando os espanhóis camponeses ignorantes e incapazes de lutar uma
grande luta. A insistência de Bell e o seu respeito por altos oficiais, no
entanto, fizeram-na vencer a queda de braço.
Isso aconteceu dentro do que ficou conhecido
por Revolta Árabe (1916/1918) contra a opressão turca. Com o apoio do líder
Amir Faisal bin Hussain, a incansável Bell buscou o seu colega arqueólogo britânico
Thomas Edward Laurence, major e espião amador, para conselheiro militar do
primeiro, e o cara teve uma atuação tão espetacular que passou à história como
“Lawrence da Arábia”.
Como os
britânicos ganharem aquela luta, com a ajuda dos árabes, acabaram-se as
divergências entre os seu oficiais e Gertrude Bell, certo? Errado! Tanto ela
quanto Lawrence ficaram decepcionados com a política pós-guerra do seu povo
para o Oriente Médio, não levando em conta as aspirações árabes. Bell deixou de
ser ouvida e tornou-se inútil. Abatida e não vendo nada do que desejava para as
terras do deserto, em julho de 1926, ela suicidou-se.
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