Um sujeito com cicatrizes por todo o corpo e que levava 21 pontos na cabeça, para evitar um gol, com certeza, estava pedindo. E foi atendido. De quebra, ganhou um apelido: “Maluco”. E o goleiro Franz August Helfreich teve de segurar as brincadeiras. Ninguém iria chamar-lhe de “Alemão”, como induzia-se, pelos documentos do xará seu pai.
Nascido em Niterói, em 22 de maio de 1936, Franz tinha uma boa altura para os goleiros de década-1960: 1m80cm – pesava 73 quilos, media 80cm de cintura e calçava chuteiras de número 40. Casado, com Helena, o goleiro vascaíno conquistara a esposa com a ajuda dos seus olhos e cabelos castanhos escuros que ela tanto gostara. Na verdade, dominância do gen brasileiro da mãe, Irene Lopes Helfreich, de quem Franz herdara o credo católico, com devoção especial por Santa Rita de Cássia.
Pai de Carlos Augusto e de Cristina Helena, depois do futebol, Franz se divertia com cinema, televisão e pesca. Aliás, um dos seus pratos prediletos era a peixada. O outro seu esporte predileto era impedir os “matadores” de “matarem”. Como prova ter sido o goleiro titular e campeão, invicto, da Seleção Brasileira do Sul-Americano de Acesso-1964: 1 x 0 Peru; 1 x 0 Paraguai; 4 x 1 Uruguai; 1 x 1 Argentina e 1 x 1 Argentina.
REGRESSO - Quando Franz voltou daquela disputa, o Vasco da Gama queria tirá-lo do São Cristóvão, pois seus quatro arqueiros – Levis, Marcelo Cunha, Ita e Miltão – andavam muito irregulares. Mas os cartolas da Colina bobearam e o maior rival, o Flamengo, passou na frente. Na Gávea, Franz foi titular absoluto. Mas andou se desentendendo com a sorte. Tinha convocação garantida e anunciada por um membro da comissão técnica da Seleção Brasileira que excursionaria ao exterior, em 1965, quando quebrou a clavícula, em um choque com Jairzinho, do Botafogo: seis meses para a recuperação.
COMO MEIA-TEMPORADA sem jogar é tempão demais no futebol, quando voltou, Franz havia perdido muito espaço, e não teve mais vez. Foi então que o Vasco o contratou. Mas o treinador Gentil Cardoso preferiu usar Valdir Appel e Pedro Paulo, só o lançando no decorrer dos 4 x 1 sobre o Madureira, em 14 de setembro de 1967, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca-1967 – Valdir (Franz), Ari, Brito, Jorge Andrade e Lourival; Oldair e Danilo Menezes; Nado, Nei, Erandir e Luisinho foi a formação.
MARCO ZERO - Cria do Fonseca, de Niteró, Franz jogava, inicialmente, como ponta-de-lança. Do juvenil do Fonseca, foi para o juvenil do Bangu, que pagou-lhe sua primeira grana(Cr$ 800,00 cruzeiros). Mas o primeiro contrato assinou com o América, em 1956. Depois de duas temporadas, mudou-se para o Canto do Rio, onde ficou de 1958 a 1961. Em 1964, já estava no São Cristóvão.
Após a passagem pelo Vasco, inda defendeu o Olaria, a Seleção Carioca e voltou ao “Santo”, em 1973, o seu fim de linha. A seguir, experimentou ser treinador do time, a até 1976. Em 1977, treinou o Madureira. Depois, trocou o futebol pelo serviço público, do qual, também, já se aposentou.
FOTO REPRODUZIDA DA REVISTA DO ESPORTE
Após a passagem pelo Vasco, inda defendeu o Olaria, a Seleção Carioca e voltou ao “Santo”, em 1973, o seu fim de linha. A seguir, experimentou ser treinador do time, a até 1976. Em 1977, treinou o Madureira. Depois, trocou o futebol pelo serviço público, do qual, também, já se aposentou.
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