Vasco

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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

ARQUEIROS DA COLINA - MAZZAROPI - 11

                 IMAGEM REPRODUZIDA DE CARDS PING PONG

Em 1967, aos 14 de idade, ele jogava as sua peladas na bucólica Além Paraíba-RJ, cidade com seus 30 ml habitantes, onde nasceu, no 27 de janeiro de 1953. Era zagueiro, batia bem e não tinha muita intimidade com a bola. Então, se mancou e virou goleiro. Foi o que melhor ocorrer na pequena carreia esportiva do garoto Geraldo Pereira de matos Filho, o Geraldinho, por ser filho de Seu Geraldo. 

Em 1968, ele sofreu um acidente automobilístico e passou por uma cirurgia de apendicite. Longe da bola, aos 15, arrumou emprego, como caldeireiro, no SENAI, e ficou com pouquíssimo tempo pra jogar futebol. Acordava às seis da manhã, encarava o trabalho em horário comercial e só no finalzinho da tarde podia bater bola, sem muita demora, pois, à noite tinha a esola (o antigo ginasial) pela frente.      

 Gealdinho só não desistiu do futebol por conta da sua amizade com o também caldeireiro Cantarelle (futuro goleiro do Flamego e seu conterrâneo). Em 1969, durante uma festa em sua cidade, um tio dele o apesentou e o indicou ao treinador Célio de Souza, dos juvenis do Vasco da Gama, que procurava por um goleiro e um zagueiro. Papo daqui, dali, o homem pediu ao Geraldinho para procura-lo, em São Januário, no dia 6 de janeiro de 1970, para fazer testes. Com jeitão de caipira e carregando uma mala, o Geraldinho foi logo apelidado por Mazzaropi, em alusão ao ator Amácio Mazzaropi, que representava personagem matuto no cinema. E o apelido pegou.

 Como Mazzaropi, o ex-Geraldinho tornou-se goleiraço do Vasco da Gama. Mas, até ser titular do juvenil, demorou a tirar a posição de Aiub. Depois, perdeu espaço para Brasília e Jair Bragnça, ficando até 1972 - duas temporadas - sendo reserva. Aborreceu-se e conseguiu liberação para se mandar para o Botafogo. Só não foi porque o Seu Geraldo o convenceu de que ele deveria lutar pelo que preendia. “Mudar de clube não adianta”, disse-lhe o pai.

Recado ouvido, Mazzaropi treinou duro. Com a troca de treinador, Alfredo Abraão o promoveu a titular. Em 1973, passou a treinar co os profissionais e, em 1974, assinou o primeiro contrato. Subiu e voltou a ser reserva, só que daquela vez do argentino Andrada, considerado o melhor no futebol brasileiro. Mazzaropi aprendeu tudo o que pode com o hermano. Em 1976 quando aquele encerrrou o seu ciclo em São Januário e foi para o Vitória da Bahia, ele herdou-lhe a camisa 1 do time principal vascaíno. 

Embora Moacir Barbosa e o argentino Andrada sejam apontados como os maiores goleiros da história do Almirante, o caipirão Mazzaropi é um dos mais vitoriosos. Entre 1977 e 1978, ele ficou 1816 minutos sem sofrer gols, recorde mundial segundo a Federação Internacional de História do Futebol.

CARREGADOR DE FAIXAS - Enquanto esteve vascaíno, Mazaropi colecionou os títulos da Taça Guanabara de 1976/1977; do Estadual-RJ de 1977/1982 e do Brasileirão-1974. Saiu da Colina, em 1979. 
 Campeão carioca juvenil, em 1971, quando subiu ao gupo principal, Mazzaropi teve duas passagens por São Januário: de 1970 a 1979 e de 1980 a 1983. Ao tornar-ser titular, em 1976, e só perdeu a vaga, em 1978, quando o Vasco contratou Emerson Leão, embora o maior astro da Turma da Colina, Roberto Dinamite, achasse não ser preciso para quem tinha Mazzaropi.
 U. Vasco e Flamengo estavam igualados – 11 vitórias, dois empates e uma queda – e foram para um jogo-extra. Após 1 x 1 no tempo regulamentar e 0 x 0 na prorrogação, vieram as cobranças de pênaltis. O Fla tinha 4 x 3 a seu favor e só precisava que o seu maior ídolo, Zico, sacudir a rede. Mas Mazaropi foi lá e defendeu o chute do "Galinho de Quintino". O Vasco igualou  o placar (4 x 4) e saiu para nova série de penais. Geraldo Assobiador bateu e, de novo, Mazzaropi foi buscar. Então, o Almira matou a decisão, por 5 x 4, muito graças ao seu herói-goleiro, diante de133.444 almas.
Mazzaropi foi um catador de pênaltis em cima dos rivais flamenguistas,
como mostra esta reprodução de www.netvasco.com.br 
TURMA DA VITÓRIA 
  Mazzaropi torou-se grande ídolo da torida vascaína a  partir do domingo 13 de junho de 1976,  no Maracanã.
Vasco e Flamengo estavam igualados – 11 vitórias, dois empates e uma queda – e foram para um jogo-extra. Após 1 x 1 no tempo regulamentar e 0 x 0 na prorrogação, vieram as cobranças de pênaltis. O Fla tinha 4 x 3 a seu favor e só precisava que o seu maior ídolo, Zico, sacudisse a rede. Mas o Mazaropi foi lá e defendeu o chute do "Galinho de Quintino". O Vasco igualou  o placar (4 x 4) e saiu para nova série de penais. Geraldo Assobiador bateu e, de novo, Mazzaropi foi buscar. Então, o Almira matou a decisão, por 5 x 4, muito graças ao seu herói-goleiro, diante de133.444 almas., quando defendeu pênalti cobrado pelo maior goleador e maior ídolo da história do Flamengo, o meia-atacante Zico. Saiu de campo como herói na conquista da Taça Guanabara, o segundo troféu cruzmaltino da competição surgida em 1965. 
O Clássico dos Milhões daquela tarde  foi assistido por 133.444 pagantes, com as emoções começando aos seis minutos, quando Roberto Dinamite cobrou pênalti e abriu o placar. Tenso, o clima do jogo obrigava ao juiz, um miliar gaúcho, Agomar Martins, a segurar a rapaziada na base dos cartões. Amarelou os rubro-negros Rondinelli, Toninho, Geraldo e Luisinho Lemos, e os vascaínos Abel Braga e Roberto. Como o Urubu empatou, aos 77 minutos, e ninguém mais mexeu no placar, foi preciso uma prorrogação, de 30 minutos. Novo empate (0 x 0). Então, rolou decisão por cobranças de pênaltis. Marcaram para o Vasco: Gaú­cho, Luís Fumanchu, Zé Mário, Ro­berto e Luís Augusto, enquanto Abel desperdiçou o dele. Pelo Fla, Zico bateu um, que o  "Maza" defendeu: Vasco 5 x 4, formando com: Mazaropi; Gaúcho, Abel, Renê e Marco Antônio; Zé Mário e Zanata (Luís Augusto); Luís Fumanchu, Dé (Jair Pe­reira), Roberto Dinamite e Luís Carlos Lemos.

CAMPANHA: 14.03.1976 – Vasco 2 x 0 São Cristóvão (gols: Dé e Roberto); 17.03 – Vasco 1 x 0 Campo Grande (Dé); 20.03 – Vasco 3 x 1 Portuguesas-RJ (Luís Fumanchu, Roberto e Dé); 28.03 – Vasco 2 x 0 Bonsucesso (Roberto e Fmanchu); 31.03 – Vasco 3 x 2 Bangu (Abel, Sérgio Cosme (contra) e Fumanchu); 04.04 – Vasco 1 x 3 Flamengo (Dé); 11.04 – Vasco 2 x 0 Volta Redonda (Marco Antônio e Dé); 14.04 – Vasco 4 x 0 Goytacás ( Dé (2), Marco Antônio e Roberto); 17.04 – Vasco 3 x 0 Madueira (Dé (2) e Roberto); 21.04 – Vasco 0 x 0 Fluminense; 25.04 – Vasco 0 x 0 Americano; 01.05 – Vasco 2 x 1 América (Fumanchu e Roberto);  09.05 – vassco 2 x 1 Botafogo (Ademir e Roberto); 16.05 – Vasco 3 x 0 Olaria (Fumanchu, Dé e Roberto); 13.06 – Vasco 1 (5) x 1 (4) Flamengo (Roberto).  (fotos reproduzidas do "Jornal dos Sports" e de www.crvascodagama.com.br).Agradecimentos.

                                 Treinado por Paulo Emílio, o Vasco da grande tarde de domingo de Mazzaropi, teve mais: Gaúcho, Abel Braga, Renê e Marco Antônio; Zé Mário e Zanata (Luís Augusto); Luis Fumanchu, Roberto Dinamite, Dé (Jair Pereira) e Luís Carlos Lemos.
O árbitro Agomar Martins-RS anotou das cobranças dos penais decisivos: Júnior 1 x 0; Abel perdeu; Zé Roberto 2 x 0; Gaúcho 1 x 2; Tadeu 3 x 1; Fumanchu 2 x 3; Toninho Baiano 4 x 2; Zé Mário 3 x 4; Zico perdeu; Roberto 4 x 4; Geraldo perdeu e Luís Augusto 5 x 4. 

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