O Rio conservava marcas deixadas pelos
primeiros portugueses que por aqui se instalaram, deixando no visitante a
impressão de que o seu Portugal era, também, uma “terrinha d´aquém mar”, do
outro lado do Atlântico.
Inúmeras seriam as opções que o Craveiro
poderia escolher fora de sua agenda oficial, para sentir-se em Portugal. Por exemplo, haveria à
sua disposição 36 instituições portuguesas de cunho cultural, beneficentes,
folclóricas ou comerciais.
Entre tais instituições, havias, dedicadas a danças regionais lusitanas, como as Casas das Beiras; dos Açores; dos Poveiros; do Minho; da Vida da Feira e da Terra de Santa Maria. Se preferisse distrair os ouvidos, teria ao seu dispor o coro do Orfeão de Portugal (com 34 anos de presença na cidade), o Orfeão Português e o som da Banda Lusitana.
Entre tais instituições, havias, dedicadas a danças regionais lusitanas, como as Casas das Beiras; dos Açores; dos Poveiros; do Minho; da Vida da Feira e da Terra de Santa Maria. Se preferisse distrair os ouvidos, teria ao seu dispor o coro do Orfeão de Portugal (com 34 anos de presença na cidade), o Orfeão Português e o som da Banda Lusitana.
Se Craveiro
Lopes quisesse sentir-se no meio de muita gente, a opção seria ir a um jogo do Club
de Regatas Vasco da Gama, em São Januário, onde a presença seria muito mais de
patrícios do que de brasileiros.
No caso de selecionar um ambiente particularmente familiar, haveriam os cunhados José e Antônio, a mulher deste e a filha, na casa de nº 267 do suburbano Braz de Pina, à Rua Paraíba, onde vivia o segundo citado, irmão de Dona Berta, a primeira dama portuguesa – José morava em Parada de Lucas, mas visita-lo por lá não seria possível, devido a sua rua ser inacessível a automóveis.
No caso de selecionar um ambiente particularmente familiar, haveriam os cunhados José e Antônio, a mulher deste e a filha, na casa de nº 267 do suburbano Braz de Pina, à Rua Paraíba, onde vivia o segundo citado, irmão de Dona Berta, a primeira dama portuguesa – José morava em Parada de Lucas, mas visita-lo por lá não seria possível, devido a sua rua ser inacessível a automóveis.
O Portugal carioca d´aquém mar” tinha intensa
atividade para o seu povo. Entre outras, podiam ser na anotados: Real Gabinete
Português de Leitura; Liceu Literário Português; Câmara Portuguesa de Comércio;
Banco de Portugal; Obras de Assistência aos Portugueses Desamparados; Centros
Alcoforense, Santa Cruzense e Trasmontano; Casas do Porto e de Portugal; Banda
Portugal e Caixa de Socorros Don Pedro V.
Dessas instituições, a mais antiga – incluída
no programa oficial de visitas do presidente Craveiro Lopes – era o Real
Gabinete Português de Leituras, com 120
de vida carioca e um acervo superior a 12 mil livros, revistas, opúsculos e
outras publicações editadas em Portugal.
Primeira
instituição fundada depois do Brasil independente – criada em 14 de maio de 1837
– o Gabinete funcionava em prédio de arquitetura manuelina – muitos achavam que
fosse uma igreja da Rua Luís de Camões, próximo da Praça Tiradentes – e era
mantido, exclusivamente, pela comunidade portuguesa na cidade.
VIA NADA FÁCIL – O imigrante português desembarcante no Rio de
Janeiro, quase sempre, empregava-se com o pequeno comerciante patrício que,
praticamente, dominava a economia citadina e pagava-lhe o salário mínimo.
A imigração portuguesa sempre foi tema sempre presente na imprensa brasileira |
Pesquisadores
sociais brasileiros constataram que os dois grandes motivos da imigração
portuguesa para o Brasil da década-1950 era o pequeno tamanho do território da
“terrinha” – 560 quilômetros para abrigar cerca de nove milhões de almas, ou
uma densidade demográfica de 98 habitantes por quilômetro quadrado – e a
afinidade do idioma. Assim, em 80% de suas famílias, havia sempre alguém que
atravessara o Atlântico.
Tais portugueses chegavam com os bolsos vazios
e gastavam cerca de 10.950 dias para se arrumarem economicamente e formarem
famílias com filhos e netos brasileiros. Muitos do que voltavam a Portugal viajavam
como comendadores de alguma ordem religiosa, beneméritos de instituições
beneficentes e sócios remidos do Vasco da Gama. Na “terrinha”, eram chamados de
“brasileiros” e não demoravam a sentir saudade do Brasil.
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