O Vasco estava
concentrado no Hotel das Paineiras e Valdir era colega de quarto do atacante Nado.
Pela manhã, o frio atacava. Ser eles não saíssem debaixo dos cobertores,
perderiam o café fumegante que seria servido só até as 8h30.
Naquele dia, Valdir
almoçou salada de tomate, feijão com arroz, bife grelhado e purê de batata. De
sobremesa, gelatina e água mineral. Depois, todos fizeram uma caminhada.
Às 13h30, a turma ouviu uma preleção tática do treinador José Lázaro Robles, o Pinga, que deixou os detalhes individuais para o vestiário do Maracanã, antes do aquecimento físico e da tradicional oração católica.
Às 13h30, a turma ouviu uma preleção tática do treinador José Lázaro Robles, o Pinga, que deixou os detalhes individuais para o vestiário do Maracanã, antes do aquecimento físico e da tradicional oração católica.
JOGO CONTRA O BANGU - O Vasco abriu o placar, por Adilson Albuquerque. Logo em seguida, perdeu um pênalti, com o meia Buglê quase mandando a bola para as arquibancadas do estádio. Aos 44 minutos, o centroavante alvirrubro Dé “Aranha”, dominou a bola de costas para a baliza vascaína, entre a marca do pênalti e a risca da grande área. Girou o corpo e mandou um chamado “sem-pulo”, rasteiro, para o canto direito defendido por Valdir, que fez grande defesa e ganhou aplausos.
Valdir
levantou-se, coma bola nas mãos, observou as colocações de Eberval e de
Silvinho, pela esquerda de sua área, a fim de repor a pelota para rolar duante
aa última volta do ponteiro do cronômetro do juiz Arnaldo César Coelho. E escolheu
Silvinho. Foi então que uma tragédia aconteceu.
- O meu braço
fez uma alavanca e a bola saiu forte de minhas mãos. Perdi o equilíbrio. As
pontas dos meus dedos tocaram-na, levemente, mudou a sua trajetória e levou-a a
chocar-se, com força, com o meio do poste esquerdo do meu arco. E foi parar no
fundo da rede, conta Valdir, que havia feito uma “defesa espírita, pouco antes.
SEM TEMPO - Não sobrou minuto nem para uma nova saída de bola. Valdir era consolado pelo atacante adversário Mário ‘Tilico’ e os colegas de time, quando foi cercado pelos repórteres. Explicou o lance esquisto por “acidente de trabalho”. E ouviu aplausos tímidos de alguns torcedores.
- Cheguei
próximo do banco dos reservas. Pinga, Evaristo de Macedo (supervisor), Arnaldo
Santiago (médico) e Carlos Alberto Parreira (preparador físico) me aguardavam.
Apressaram a minha descida para o vestiário. Atordoado, eu disse: “Espero que
ninguém pense em me barrar, alegando falta de condições psicológicas”. O
(treinador) Pinga respondeu: “Apenas desça, para evitar maiores assédios”,
relata Valdir.
O lance fatal foi reproduzido de www.vascofotos.wordpress.com Agradecimento |
No vestiário, Valdir ficou batendo bola, com Parreira,
também, treinador de goleiros. Na volta para o segundo tempo, o apoiador Alcir
perguntou-lhe se estava tão tranqüilo quanto aparentava. Respondeu
afirmativamente. Pouco depois, um repórter ofereceu-lhe um fone de ouvidos,
para falar com o maior goleiro vascaíno de todos os tempos, Moacir Barbosa,
presente ao estádio.
- Levante a cabeça. Comigo, foi muito pior, disse
Barbosa, referindo-se ao gol de Gigghia, que tirou do Brasil o título da Copa
do Mundo-1950, naquele mesmo gramado, ante o Uruguai.
Valdir voltou a campo e jogou bem pela etapa final,
com o placar de 1 x 1 se mantendo.
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