Pela virada do Século 20
para o 21, quando do rolo no jogo Vasco x São Caetano, Eurico Miranda estava reeleito deputado federal – pelo Partido Progressista Brasileiro -, por
105.969 votos, e pedia aos colegas de parlamento para não marcarem nada em dia
de jogos do glorioso Club de Regatas Vasco da Gama.
Eurico Miranda começou a aparecer mais, em 1985, quando perdeu eleição à presidência
vascaína, para Antônio Calçada, mass compôs com o cara e passou a fazer parte de
sua diretoria. Quando vice-presidente do Vasco, arrumou
muitas confusões e controvérsias. Durante o Campeonato Brasileiro de 1998,
chegou a ficar 40 dias suspenso, por invasão de campo, em São Januário para
tirar satisfações com o juiz de Vasco 2 x 1 Paraná (19.09). Coitadinhos dos
homens do apito. Todos tiveram não só as suas respectivas genitoras, mas tias e
madrinhas não escaparam de impropriedades
que nem os mais atualizados dicionários de palavrões registravam.
Certa vez, Eurico proibiu
repórteres da TV, rádio e jornal O Globo de pintarem em São Januário. Eles
poderiam criticar quem quisessem, menos o Vasco da Gama. O pior de suas canguinchas, porém, foi após o final do Estadual-RJ-1990,
quando o seu clube terminou batido pelo Botafogo (0 x 1) e, mesmo assim, ele
determinou que o perdedor seria o campeão. E ordenou a sua rapaziada fazer a volta
olímpica, pelo Maracanã, carregado uma réplcia de caravela – surrealíssimo!
Com Eurico à frente do
Vasco, em 1999, o clube era o segundo maior devedor do INSS: R$ 13,8 milhões,
só atrás do Cruzeiro-MG. Mesmo com ele alardeando ter feito o melhor contrato
de parceria – com o Bank of América. Pelo meio dos rolos, a CPI do Futebol
denunciou a firma Vasco da Gama Licenciamentos de ter remetido US$ 14 milhões
de dólares para o exterior, por meio da conta CC-5, criada pelo Banco Central, para tal finalidade. Eurico,
porém, garantia nada ter a ver com o tema, afirmando que a empresa er gerida
pelo banco.
Passado um tempinho, o
Vasco foi sacudido por mais um terremoto: a venda do atacante Bebeto (o (tetra)
campeão mundial -1994 José Roberto Gama de Olveira), por US$ 2,4 milhões de
dólares. Denúncia do conselheiro Sérgio Paulo Gomes de Almeida dizia só metade
disso ter pintado no cofre de São Januário. Nesse rolo, o Banco Central multou o
Vasco em US$ 1,8 milhão.
Eurico disse, certa vez,
ao programa Bola da Vez, do Canal ESPN, considerar aceitável cartola levar dinheiro
ao negociar um atleta, desde que não
prejudicasse o clube. Mas jurava jamais tê-lo feito. Seu desafeto Sérgio
Almeida, ainda, o acusava de ter o nome
no caderninho do bicheiro Castor de Andarde.
Eurico, realmente, era o bicho.
Uma fera da cartolagem. Seu último golpe foi virar uma eleição perdida, eleger
o presidente Campello e tornar-se presidente do Conselho Deliberativo. Como diz
o poeta: até chegar lá, o cartola tem que vender a alma ao diabo. E Eurico, se
vendeu a dele, não vendeu barato.
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