Se os brasileiros plagiaram o himno nacional e a principal pintura das nossas artes plástica - O Grito do Ipiranaga -, porque não fariam, também, uma revolução armada supermuitoloquíssiuma?
Acontece
na Bahia – só podia ser! Mais precisamente, em 7 de novembro de 1887, quando
a patota do doidão Sabino Francisco
Álvares da Rocha Vieira, médico e editor
de jornais de oposição, desafiou a Regência Imperial (1834 a 1940) e tocou
fogo, literalmente, na Bahia, dando uma do imperador romano Nero que, assim
como ele, era um taradão.
Por qela época, o Império brasileiro já andava
às voltas com revoluções maiores e mais sérias, como a Cabanagem, no Pará, e a
Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Na Bahia, a turma da Sabinaa falava muito,
malucava mais ainda e fazia pouco de útil para o seu projeto. Mas enchia o saco
da Regência.
Sabino , reproduzido de www.todamatéria.com.br |
Era noite de 6 de novembro, quando a evolução
surrealista arrebentou. Já rolavam
aprontações depois de 10 de setembro, quando o líder farroupilha gaúcho Bento
Gonçãlves - preso, desde junho, em um
forte de Salvador -, fugiu a nada e foi recolhido, em um barco, pelos seus
colegas de maçonaria. Por ali, ele prestou assessoria revolucionaria à patota
baiana, segundo denúncias do Chefe de Polícia, Francisco Gonçalvaes Martins, no
que não o desmente o historiador gaúcho
Walter Spalding.
Vendo que o doidão Sabino havia feito a cabeça
de civis e militares, Souza Paraízo e Gonaçalves Martins deram no pé, fugindo,
de saveiro, para o Recôncavo, região com cidades próximas de Salvador. Quando o
sol raiava, no 7 de novembro, a Sabinada
abriu a Câmara Municipal de Salvador, lavrou uma ata, assinada por 104
chegados, em sessão presidida pelo vereador Luís de Souza Gomes, e depois das
sessão, a Bahia já não era mais Brasil, tornando-se província independente.
Reprodução de www.juarezribeiroa.blogspot.com - Agradecimento |
Se a Bahia não era mais Brasil, teria que ter,
obviamente, o seu Ministério, pois sim?
E a Sabinada o criou seis,
pelos inícios da segunda quinzena de janeiro de 1838, com o líder Sabino sendo
ministro do Interior e, interinamente, dos Estangeiros – as demais pastas foram
de Marinha, Negócios da Guerra, Justiça, e Fazenda.
Grupo
formado, quem não se enstusiasmou muito com o que rolou foi o ministro da Marinha,
Manel Pedro de Freitas Guimarães. Por ver-se comandando uma Marinha fantasma,
possuindo só duas embarcações e nenhuma tripulação, ele pulou fora do barco.
Mas
a sua patota fizera coisa pior: confiscou terras na Ilha de Itaparica, onde
nunca pisara os pés. Como chegar lá sem barcos tripulados por marinheiros e
guerreiros?
Um dia, aquela maluquice teria de terminar. O
Império decretou bloqueio naval sobre Salvador e quase matou o povo de fome. As
lutas rolaram até a noite de 14 de março de 1838, quando os legalistas
acusaram a Sabinada derrota de incendiar Salvador. Na tarde do dia 15, eles capitularam.
Um dos bons estudos sobre a ação que pretendia mudar o destino político da Bahia |
Enquanto
esperava pior isso, Sabino recorria à Justiça, preso em lugares infames,
desumanos, como porão de navio e em onde nem conseguia ficar interinamente de
pé. Aprontou bagunças em todas as prisões, mas, no dia em que o Imperador chegou
à maioridade, ele foi anistiado, como todos os outros presos que haviam
participado da Sabinada.
No
entanto, banido para os confins de Goiás, em março de 1841, arrumou mais
bagunças por lá. Tornou-se opositor ao governo do Estado e foi expulso, par
Mato Grosso, ondem, igualmente, aprontou. O taradão pegou várias mulheres e
fez-lhe vários filhos. De tão tarado que era, na Bahia, a sua esposa surpreende-o
transando com um negro, em uma rede, motivo pelo qual ela a matou à facada – já
havia matado, também, um desafeto.
Sabino
foi preso, na Bahia, em 22 de março de 1832, escondido em um armário da casa do
cônsul francês - enfim, saiu do armário. Mas foi escondido em uma
fazenda mato-grossense, tempos depois, que que entregou a sua inquieta alma a
Deus – ou ao diabo.
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