Vasco

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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

1 - ASTROS & ESTREIAS - JORGE E PINTINHO


  Da maioria da rapaziada que formava o Vasco da Gama do início da temporada-1980, seguramente, aquilo era o que se poderia classificar por Time de Ninguém. 
Sem erro! Ninguém famoso; ninguém indiscutível; ninguém aspirando vaga na Seleção Brasileira; ninguém idolatrado pela torcida; ninguém sondado por nenhum outro clube; ninguém inegociável, etc, etc, etc. 
Confira a patota: Jair Bragança, Ivã, Léo, Gomes, Fernando, João Luís, Wilsinho, Peribaldo,  Aílton, Catinha. Davam pro gasto os já decadentes laterais Orlando e Marco Antônio, o meio-campista Zé Mário “Pinóquio”, o indisciplinado meia Guina e o atacante Paulinho. 
Ressalte-se o lateral-esquerdo Marco Antônio (tri em México-70) dava pena vê-lo fazer cruzamentos de bola para a área.
Foi, então, que o “Almirante” embarcou o seu homem da mala pra São Paulo, levando antigos Cr$ 10 milhões de cruzeiros, para repatriar ao futebol carioca o meia-atacante Jorge Mendonça, com 25 de idade e uma Copa do Mundo nos costados-Argentina-1978. Ideia do Vasco da Gama: ter um nome de peso no time e fazer a galera esquecer de Roberto Dinamite, que fora negociado com o espanhol Barcelona; planos do jogador: mostrar que não era pipoqueiro, indisciplinado taticamente e voltar ao escrete nacional.
 Cria do Bangu (1971 a 1973), Jorge Mendonça cresceu com a camisa do Náutico-PE (1973 a 1976) e chegou à fama com a do Palmeiras, disputando 217 jogos e marcando 117 gols (1976 a 1980). Pelo escrete nacional, foram  11 jogos e dois gols.
Nascido em 6 de junho de 1954, na região de Silva Jardim-RJ, Jorge Pinto Mendonça estreou vascaíno no domingo 23 de fevereiro de 1980, diante de  40.150 pagantes, atraídos pela sua escalação. E, os 38 minutos do primeiro tempo, marcou o gol da vitória da patota, por 1 x 0 América, no Maracanã,  pela primeira rodada da Taça de Ouro do Campeonato Nacional, espécie de Série A do Brasileirão, em jogo apitado pelo carioca José Roberto Wright. Dos Cr$ 10 milhões que os vascaínos haviam gastos naquela aposta, a renda da estreia do atleta fora animadora: Cr$ 3 milhões, 003 mil, 560 cruzeiros.
Treinado Por Orlando Fantoni, o Vasco do dia teve: Jair Bragança; Orlando ‘Lelé”, Ivã, Léo e Marco Antônio ‘Tri”; Zé Mário, Guina e Jorge Mendonça; Wilsinho, Paulinho (Peribaldo) e Aílton (Catinha), que, ainda, não se escrevia com “K”. 
Jorge Mendonça não conseguiu o sucesso que o Vasco da Gama dele esperava. Só ficou pela temporada-1980, tendo sido negociado, em 1981, com o Guarani de Campinas, por Cr$ 15  milhões.
Reprodução de www.vaskipedia.com
 PINTINHO – Três dias após  estreia de Jorge Mendonça, o Vasco da Gama recebeu o segundo grande reforço para a década que começava, o apoiador Pintinho, há 12 temporadas defendendo o Fluminense, de onde saíra insinuando à revista Placar - N 514, de 07.03.1980 -  ter sido vítima de racismo. Na chegada a São Januário, ouviu de um torcedor negro:
 - Pintinho, lugar de preto é aqui no Vasco. Ainda mais pra quem nasceu no Morro do Boréu – tinha o apelido de Alemão do Boréu.
 No dia seguinte, Pintinho completou os exames médicos e foi para o gramado treinar com os reservas - os titulares haviam jogado e vencido (2 x 1 São Paulo) na noite anterior, pela Taça de Ouro. Ao cruzar com o goleiro Emerson Leão (recuperava-se de lesão), este sacaneou:
- Chegou cedo demais para o treino... de amanhã, meu irmão!”
Carlos Alberto Pintinho estreou vascaíno no 5 de março daquele 1980, em São Januário, diante de 7.691 almas e com renda que até deu para pagar as despesas da pugna, Cr$ 661.830,00 cruzeiros.  José Faville Neto-SP apitou e Paulinho anotou: Vasco 1 x 0 Nacional-AM. A moçada do dia chamava-se: Leão; Orlando, Ivã, Fernando e Marco Antônio; Pintinho, Guina e Jorge Mendonça; Catinha (Zé Mário) Paulinho e Aílton (Peribaldo).      
Carlos Alberto Gomes, o Pintinho, carioca nascido em 25 de junho de 1955, esteve vascaíno somente em 1980/1981, tendo da Colina partido para o espanhol Sevilla. Disputou apenas 13 partidas pela Turma da Colina, não marcou nenhum gol e nem conquistou nenhum título. Demorou pouco em São Januário porque não conseguia se acertar com o treinador Zagallo.
 Pela Seleção Brasileira, Pintinho disputou quatro jogos do time olímpico-1972 e seis das equipe principal, entre 1977 a 1979.  

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