Vasco

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sábado, 14 de setembro de 2019

O VENENO DO ESCORPIÃO - PRESIDENTES QUE DERAM 1A RAPIDINHA NA REPÚBLI-K

Aldo substituiu Lula, fotografados por wikinews.org - agradecimento.
 Já aconteceu muito, no Brasil, termos os  “reis das rapidinhas” . O último da série foi o então presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, do Partido dos Trabalhadores-PT. 
Ele assumiu, interinamente, a Presidência da República, às 17h  do domingo 10 de novembro de 2006, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, substituindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - foi à Venezuela - e devolveu o cago, na Base Aérea de Brasília, pelo final da noite da segunda-feira.
 Pela Constituição brasileira, o presidente da Câmara dos Deputados é o terceiro da linha sucessória à Presidência da República. O paraibano Aldo chegou lá  - primeiro comunista a assumir a função no  Brasil - porque o vice-presidente, José Alencar tratava da saúde, nos Estados Unidos.
No exercício do cargo, pela manhã da segunda-feira (13.11.2006), Aldo fez palestra em uma  Fundação paulistana, sobre “O papel de São Paulo na formação econômica e cultural do país, voltou a Brasília à tarde e, no Palácio do Planalto, entregou a medalha do mérito desportivo ao maratonista brasiliense Marílson Gomes dos Santos, primeiro sul-americano a vencer a Maratona de Nova York.-EUA. 
APAGADO - Três décadas ates, a história presidencial rapidona fora do  mineiro, Carlos Luz,  de 8 a 11 de novembro de 1955, substituindo Café Filho. Mas levou cartão vermelho do Congresso Nacional, acusado de conspirar contra a posse do presidente seguinte, o seu conterrâneo recém-eleito Juscelino Kubitschek.
Carlos Luz reproduzido de www.grupoescolar.com
 Passados mais outras três décadas, em julho de 1986, o presidente José Sarney viajou à Itália e o substituto constitucional, o deputado Ulisses Guimarães, presidente da Câmara, fugiu da presidência, para não ficar inelegível no pleito do vindouro novembro.
 Da mesma forma, recusou-se o presidente do Senado, José Fragelli. Sobrou, então, para o presidente do Supremo Tribunal Federal-STF, José Carlos Moreira Alves, o terceiro na linha sucessória e que ficou presidente interino entre 27 e 31 daquele julho.
O STF voltou a ter um representante na cadeira do presidente da República quando a ministra Carmem Lúcia substituiu Michel Temer, que viajara para a oitava reunião de cúpula das Américas. Ela assumiu o cargo na sexta-feira 13 de abril de 2018 (?), porque os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, estavam no exterior no mesmo dia, e a vice-presidência da república estava vaga - como empeachmente da presidente Dilma Roussef, o vice Temer subiu.  
Não só três viagens do presidente Michel Temer fizeram de Carmen Lúcia presidente interina do país. A resolução 19.537/96, do Tribunal Superior Eleitoral-TSE restringe a candidatura de parlamentares ao cargo. Qualquer um que assumir a Presidência da República nos seis meses anteriores ao primeiro turno,  fica impedido de concorrer às eleições.  Aplica-se a regra de desincompatibilização referente aos comandantes do Executivo, prevista no artigo 14 da Constituição. 
Em 18 de junho de 2018, a mineira Carmem Lúcia voltou ao Palácio do Planalto, pela segunda vez, por conta de viagem, ao Paraguai, do presidente Temer, para participar de reunião de Cúpula do Mercosul. A transmissão do cargo foi na Base Aérea de Brasília e Temer voltou a Brasil no início da noite do mesmo 18 de junho.
Viagem de Temer deixou Carnem Lúcia presidente
Foto da Agência Brasil - agradecimento.

AGENDA - Enquanto sentou-se na cadeira presidencial, Cármen Lúcia, às 11h, recebeu o governador do Pará, Simão Jatene; o desembargador Ricardo Ferreira Nunes, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, e o procurador-geral do Estado do Pará, Ophir Cavalcante Junior.
 À tarde, ela recebeu o embaixador João Gomes Cravinho, da União Europeia, e Denise Dowling. Pouco depois, o embaixador da República Eslovaca no Brasil, Milan Cigán. Por fim, às 16h,  a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Maria Mendonça, e o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
 Votemos a 1986. O presidente José Sarney viajou à Argentina e o deputado Ulysses Guimarães, novamente, recusou o cargo. Daquela vez, o senador  José Fragelli achou que seria importante para Mato Grosso ter um presidente da República, nem que fosse por pouco tempo. E decidiu tornar-se inelegível. Depois, de  8 a 14 de setembro de 1986, voltou a ocupar o cargo, interinamente, por conta de viagem de  Sarney aos Estados Unidos.
José Fragelli, reproduzido
de senado.leg.br.
O currículo de Fragelli tem, também, em 7 de novembro de 1986, sua presidência na sessão do Congresso Nacional que promulgou a emenda constitucional convocando a Assembleia Nacional Constituinte, que iniciaria  trabalhos em fevereiro de 1987. Ele deixou o Senado em janeiro de 1987, ao final da legislatura. Pecuarista e proprietário rural, afastou-se da vida pública para cuidar das suas fazendas. Ele foi, ainda, professor em cursos ginasial e comercial, e diretor do Colégio Osvaldo Cruz, em Campo Grande. Casou-se com Maria de Lurdes Ribeiro Fragelli, com quem teve dois filhos.

BAIANOS - Um outro presidente do Senado que esteve presidente da República, por poucos dias, foi o baiano Antônio Carlos Magalhães. O fez a partir de 17 de maio de 1998, devido viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso à Espanha, Portugal e Suiça, nesta participar das comemorações das 50 temporadas do GATT -Acordo Geral de Tarifas e Comércio, em Genebra. ACM o substituiu porque o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), ficaria inelegível, por estar a menos de seis meses das eleições.
Após assumir a presidência da República, o ACM viajou para Salvador, onde chegou às 10h20. Para a segunda-feira, em Brasília, marcou assinatura de medida provisória estendendo gratificação de desempenho para quase 11 mil servidores públicos da área de ciência e tecnologia. Decidiu ser um presidente discreto, sem usar a mesma cadeira do FHC e só passando duas horas diárias no Palácio do Planalto. A maior parte do tempo seria em seu gabinete, no Senado, onde não poderia participar de votações por estar respondendo pelo maior cargo do país.
Luis Eduardo e Antônio Carlos reproduzidos de
jornaloexpresso.wordpress.com - agradecimento
Antes de ACM, o seu filho e deputado federal Luís Eduardo Magalhães esteve presidente da República, interinamente, por duas vezes, devido ausências do presidente FHC e de seu vice, Marco Maciel, em 17 de outubro e de 5 a 8 de novembro de 1995.
 Luis Eduardo viveu até o 21 de abril de 1998 e cumpriu  três mandatos consecutivos de deputado federal e presidiu a Câmara, de fevereiro de 1995 a 1997.
 Nascido, em, Salvador, em 16 de março de 1955, ele elegeu-se deputado estadual, pela primeira vez, em 1979, pela ARENA - Aliança Renovadora Nacional, o partido do governo militar da época. No sucessor PDS, teve mandatos entre 1983 a 1987, tendo presidido a mesa diretora da Assembleia Legislativa da Bahia, de 1983 a 1985. Em 1981, formou-se em Direito, pela Universidade Federal da Bahia.

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