Eurico reproduzido de www.vascainos unidos |
O antigo presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda (1944 a 2019), levou para o plano espiritual onde habita hoje, segundo os espíritas, o título de imbatível cartola que mais explícito e destemperado de uma vasta galeria dessas figurinhas que fazem a farra do esculhambado futebol brasileiro.
Pela virada do Século 20
para o 21, quando do rolo no jogo Vasco x São Caetano, Eurico
estava reeleito deputado federal – pelo Partido Progressista Brasileiro -, por
105.969 votos, e pedia aos colegas de parlamento para não marcarem nada em dia
de jogos do glorioso Club de Regatas Vasco da Gama.
Eurico Miranda começou a aparecer – mais do que ministro do
Supremo Tribunal Federal – em 1985, quando perdeu eleição à presidência
vascaína, para Antônio Calçada. Mas compôs com o cara e passou a fazer parte de
sua diretoria (dele).
Na briga com a TV Globo, sobrou gracinha com o SBT, como mostra imagem reproduzida de www.netvasco |
Certa vez, Eurico proibiu
repórteres da TV, rádio e jornal O Globo de pintarem em São Januário e, durante a final da Copa João Havelange-2000 obrigou o seu time a jogar com o logotipo do SBT nas camisas. Poder-se-ía criticar quem quisessem, menos o Vasco da Gama. O pior de suas canguinchas, porém, foi após o final do Estadual-RJ-1990,
quando o seu clube terminou batido pelo Botafogo (0 x 1) e, mesmo assim, ele
determinou que o perdedor seria o campeão. E ordenou a sua rapaziada fazer a volta
olímpica, pelo Maracanã, carregado uma réplicia de caravela – surrealíssimo!
Bebeto reproduzido de www.netvasco |
Passado um tempinho, o
Vasco foi sacudido por mais um terremoto: a venda do atacante Bebeto (o (tetra)
campeão mundial -1994 José Roberto Gama de Oliveira), por US$ 2,4 milhões de
dólares. Denúncia do conselheiro Sérgio Paulo Gomes de Almeida dizia só metade
disso ter pintado no cofre de São Januário. Nesse rolo, o Banco Cental multou o
Vasco em US$ 1,8 milhão.
Eurico disse, certa vez,
ao programa Bola da Vez, do Canal ESPN, considerar aceitável cartola levar
dinheiro ao negociar um atleta, desde
que não prejudicasse o clube. Mas jurava jamais tê-lo feito. Seu desafeto
Sérgio Almeida, ainda, o acusava de ter o
nome no caderninho do bicheiro Castor de Andarde.
Eurico, realmente, era o
bicho. Uma fera da cartolagem. Seu último golpe foi virar uma eleição perdida,
eleger o presidente Campello e tornar-se presidente do Conselho Deliberativo.
Como diz o poeta: até chegar lá, o cartola tem que vender a alma ao diabo. E Eurico,
se vendeu a dele, não vendeu barato.
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