Dom João VI foi o primeiro a sacanear Pernambuco |
Imagens reproduzidas de www.wikipedia
Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são ao Estados mais + mais do país - mais famosos, mais charmosos, mais poderosos, etc etc, etc.
Todos tiveram, evidentemente, grandes momentos na história política nacional que o fizeram merecer reverências. Algo, no entanto, precisa ser revisto: o valor, a personalidade do povo pernambucano.
Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são ao Estados mais + mais do país - mais famosos, mais charmosos, mais poderosos, etc etc, etc.
Todos tiveram, evidentemente, grandes momentos na história política nacional que o fizeram merecer reverências. Algo, no entanto, precisa ser revisto: o valor, a personalidade do povo pernambucano.
Se cariocas e paulistas lutaram contra
invasões de piratas franceses, Pernambuco lutou contra invasores
holandeses. Se mineiros e gaúchos se rebelaram contra o despostimo da Coroa portuguesa no Brasil, os pernambucanos, também.
Quando
Dom João Sexto veio parar no Rio de Janeiro, trazendo junto seus nobres e burocratas, ele não leu nas estrelas que Pernambuco não aceitaria
entregar-lhe, facilmente, o produto do suor dos seus trabalhadores para sustento de uma gentalha improdutiva.
Pernambuco foi uma das Províncias mais castigadas na
transferência de dinheiro para o Rio de Janeiro manter o luxo que os morcegos da realeza desfrutavam em Lisboa. Demorou até muito para os cabras macho nordestinos mandarem a Corte pra... - isso mesmo o que você pensou!
Os pernambucanos já haviam encarado, em 1630, uma invasão holandesa que sufocara em dívidas
os seus produtores açucareiros que, após Portugal se livrar do domínio espanhol
e voltar a comprar o seu açúcar, puderam financiar a expulsão dos batavos, a
partir de 1645, embora tivessem contado com a ajuda da Coroa e de missões diplomáticas.
Holandeses batalharam, mas pernambucanos os expulsaram |
Expulsão consumada, os pernambucanos se consideraram os donos das glória e acharam-se no direito de escolher
entre devolver, ou não, a Província ao
reino português deste lado do Atlântico. Preferiam negociar e continuar como
antes, para serem contemplados com carga menor de impostos e o direito de governar o povo da terra.
Bem feito! Quem mandou acreditar em acordos
com os maus caráteres portugueses? Pelos inícios do século 17, com a crescente
instalação de engenhos em Pernambuco e o aumento do preço do açúcar no mercado
internacional, rolava muita prosperidade na então capitania. Foi por ali que
Dom João Sexto viu a boca do cofre.
Entre os passados à bala, estava o Frei Caneca |
Mas
nem só o açúcar fez a riqueza pernambucana. Se o produto, por três séculos,
dera o seu recado, por volta de 1816 o algodão o esperava ali na esquina para
passar-lhe a perna. À
época, as exportações algodoeiras de Pernambuco, para a Inglaterra
e a França, atingiam 83% das suas vendas agrícolas, enquanto o café de outras plagas brazucas não atingia mais
de 15%.
Na cabeça dos idealistas políticos, bom motivo para pretender-se para a terra modelo republicano descentralizado, podendo manter-se relação confederada, desde que fosse garantida a autonomia à províncial.
Com o apoio de militares locais, tais
idealistas criaram um governo autônomo,
em 1817. Mas não tiveram poder de fogo para conter tropas enviadas do Rio de
Janeiro e da Bahia, juntadas às dos capitalistas agrícolas que não queriam perder os seus
grande negócios com Portugal.
Pernambuco perdeu aquela, mas ficou à espera
de uma chance de sair pra outra. Aconteceu, em 1824, quando Dom Pedro I era o príncipe regente e dissolveu a
Assembleia Constituinte, por onde os
pernambucanos esperavam negociar alguma autonomia. Como nenhum brasileiro teve a coragem de
encarar o príncipe autoritário, eles foram mais machos, tomaram o poder em sua terra, partiram para a
secessão e Criaram a Confederação do Equador, exortando as demais províncias
nortistas a enfrentarem o despotismo português.
Ódio eterno a Dom Pedro I |
Mas uma vez, os capitalistas apoiaram as
tropas leais à Coroa, por temerem que as ideias de independência pudessem atiçar os
escravos, base da sua sustentação econômica. Com aquilo, Dom Pedro I mandou fuzilar muita gente não perdoando a Confederação do Equador, que unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do
Norte. E ganhou a antipatia, para sempre, dos pernambucanos.
Quando a ossada der Pedro I voltou
ao Brasil, para fixar morada definitiva no Monumento do Impirange, em São Paulo,
em 1972, o glorioso povo de Pernambuco pediu ao governo ditadorial militar do general e presidente Garrastazu Medici para o navio que a transportava passasse bem
longe dos seus mares.
Pernambucano
não engole desaforo. Exemplo, em 1666, quando a Coroa indicou
Mendonça Furtado para governa-lo, este achou que seria o dono absoluto da
capitania e abusou do poder. A rapaziada passou-lhe uns
corretivos, o prendeu, o colocou em um navio e o mandou de volta pra Portugal. Com pernambucano é assim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário