A história ficou famosa durante a
Copa do Mundo da Argentina-1978. Por ter a Seleção Brasileira jogado pouco e
empatado os dois primeiros pegas – 1 x 1 Suécia e 0 x 0 Espanha -, o presidente
da então Confederação Brasileira de desportos (atual CBFutebol), o almirante
Heleno Nunes, tirou a dupla atacante Reinaldo Lima (Atl-MG) e Zico-Fla,
jogadores considerados leves para um gramado pesado, como ode Mar del Plata, e escalou os pesadões Jorge Mendonça (Palm) e Roberto Dinamite (VSC).
Como o time do treinador Cláudio Coutinho
venceu o jogo seguinte – 1 x 0 Áustria, com gol do Dinamite – o almirante até brincou
com os repórteres, dizendo: “Seleção Brasileira que se preze tem que ter um crioulo
e um vascaíno?”
Depois daquilo, Jorge e Roberto atuaram juntos
pelas partidas restantes – 3 x 0 Peru; 0
x 0 Argentina; 3 x 1 Polônia e 2 x 1 Itália, voltando ao Brasil campeões morais, segundo Cláudio Coutinho,
porque ficaram em terceiro lugar, invictos, enquanto os campeões argentinos
haviam perdido um jogo e ainda foram acusados de compra da goleada (6 x 0 Peru)
que eliminou os canarinhos da final, no saldo de gols.
Jorge e Roberto reproduzidos de Placar - Agradecimento. |
Passadas duas temporadas, em 1980, Jorge e Roberto
estavam juntos, novamente. Mas no ataque do Vasco da Gama, que havia tirado o
primeiro do Palmeiras e repatriado o outro do espanhol Barcelona. Para a torcida, a expectativa era a de muitos goleiros desempregados.
Quando Roberto fazia os primeiros
coletivos na volta a São Januário, Jorge declarou à revista paulistana Placar – N 519, de 11.04.1980 - o que se
poderia traduzir assim na linguagem da galera de hoje: “ Vai rolar a festa na
defesa dos caras”. E jogava confete no lance, considerando o Dinamite o maior atacante
do Brasil dentro da área fatal. “Ali ninguém consegue proteger a bola como
ele...chutar para o gol com tão pouco espaço para manobra. É só tocar para ele.
Vai ser fácil, muito fácil”.
Jorge Mendonça estreou no time vascaíno,
treinado por Orlando Fantoni, no 23 de fevereiro, marcando o gol do 1 x 0
América-RJ, pelo Brasileiro; Roberto no 4 de maio, marcando os cinco de Vasco 5 x 2 Corinthians, pelo mesmo torneio.
Atuaram juntos, pela primeira vez, como vascaínos, no 7 de maio, em Salvador,
nos 5 x 0 Vitória-BA, também do Brasileirão, com três tentos do Dinamite e um
de Mendonça - Catinha fez o outro.
Por ter a partida sido em noite de
quarta-feira, só 8.295 pagantes foram ao estádio da Fonte Nova - renda de Cr$
719 mil, 430 cruzeiros -, onde ouviu-se o apito de Luís Zettermann Torres-RS e
viu-se Orlando Fantoni mandando estes vascaínos para o gramado: Mazaropi;
Orlando ‘Lelé’, Juan (Ivã), Léo e Paulo César; Carlos Alberto Pintinho, Guina e
Jorge Mendonça; Catinha, Roberto Dinamite e Wilsinho (Peribaldo).
A dupla “Jorberto”, no entanto, não aconteceu, como
na Copa do Mundo-1978. Jorge brigou com Fantoni, tempinho depois, levou o castigo
do banco dos reservas e, mais um pouco depois, foi negociado com o Guarani de
Campinas-SP.
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