Vasco

Vasco

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

FERAS DA COLINA – TIÃO CAVADINHA

Na metade da década 1960, Tião “Cavadinha” estava cruzmaltino. Mas não emplacava. Problemas familiares e contusão muscular que levou oito semanas para ser debelada eram as causas. Por causa daquilo, a torcida não o apupava.
 Tião nascera no Rio de Janeiro e tinha a sua família residindo por lá. Seu grande problema era a sua esposa mineira não se adaptar ao modo de vida carioca. Insistia em voltar pra terra dela. Pra piorar, sua  filha, Kátia Regina, não conseguia se livrar de problemas de saúde que não tinha em Minas Gerais, onde o Vasco fora buscá-lo.
O treinador Zezé Moreira não queria a saída de Tião, mas o jeito foi a Turma da Colina atender ao atleta. América, Atlético e Cruzeiro disputaram o seu passe, tendo os atleticanos conseguido a prioridade para levá-lo, por Cr$ 40 milhões de cruzeiros, grana razoável, na época daquela moeda. No Galo, o Tião Cavadinha foi titular durante seis temporadas e um dos grandes responsáveis pelo sucesso de Dario, o Dadá Beija-Flor, no esquema tático do treinador Yutrich (Dorival Knippel, ex-goleiro vascaíno-1944/45). Eram prioritários os seus cruzamentos para o segundo maior artilheiro do clube. Mas foi com Telê Santana, em 1971, que tornou-se campeão brasileiro.
De voltas ao passado. Tião acabara de ser promovido ao time A do Fluminense, quando Zezé Moreira o indicou ao Cruzeiro, em 1961. Na Raposa, virou "Tião Medonho", porque havia um bandido famoso com este apelido.
 Campeão estadual na temporada, com quatro gol em 17 jogos,  em 1962, por Cr$ 400 mil, Tião foi para o Siderúrgica, pelo qual, em 13 de dezembro de 1964, teve uma de suas maiores tardes de glória, marcando dois gols na vitória, por 3 x 1, sobre o América-MG, valendo o único título estadual do clube de Sabará. Juntamente, com o goleiro Djair, o centroavante Michel Spadano (campeão mineiro-1937), e Paulo Florêncio (disputou o Sul-Americano-1942, pela Seleção Brasileira), passou a figurar entre os quatro  maiores nomes da história da Tartaruga.   
Pelo Vasco, o único título de Tião foi dividido, com Santos, Botafogo e Corinthians, o do Torneio Rio-São Paulo-1966, pois não houve tempo para uma decisão, pois a Seleção Brasileira iria treinar para a Copa do Mundo-1966. Naquela disputa, ele era titular e saiu jogando nos oito compromissos vascaínos deste time-base do treinador Zezé Moreira, que alinhava: Pedro Paulo; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Danilo Menezes, Célio e Tião. Em uma madrugada de 1984, Tião Cavadinha foi assassinado, no Rio de Janeiro.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário