Vasco

Vasco

domingo, 10 de setembro de 2017

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - AS "DONAS" DEVASSAS DE CARLOS ZÉFIRO

Pela décadas-1950 a 1970, a rapaziada se fazia, escondidamente,  com os “catecismos” vendidos,  mais escondidos, ainda, dentro de revistas, ou livros insuspeitos.
Eram desenhadas, em preto e branco, por Carlos Zéfiro, em tamanho pequeno, contendo até 32 páginas que cabiam nos bolsos.
As donas” (como chamava as “gostosonas” de hoje) de Zéfiro eram donas de coxas e seios fartos. Todas, rigorosamente, devassas, principalmente, quando a edição trazia uma viúva.
Circularam calculadas 862 historinhas sacaninhas, com tiragem média de cinco mil “catecismos”, as vezes atingindo 30 mil, a depender do grau de transpiração da aventura pornoerótica, enviadas aos vendedores por Hélio Brandão, proprietário de um sebo na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro.
 Carlos Zéfiro, na verdade, era o servidor público Alcides Aguiar Caminha, que escondia-se da Lei 1.711, de 1952, prevendo demissão por “incontinência pública escandalosa”.
 Servidor da Divisão de Imigração, do Ministério do Trabalho, tinha cargo e casa humildes (de dois quartos), no subúrbio carioca de Anchieta. Precisava daquela renda para sustentar a família. Só saiu do anonimato em novembro de 1991, descoberto pelo jornalista Juca Kfuri, que o explicitou pela revista “Playboy”.
Nascido em 26 de setembro de 1921, no bairro de São Cristóvão-RJ, aos 25 anos, casou-se com Serat e gerou cinco filhos. Aos 58 de idade, terminou o ensino médio. Seus desenhos eróticos surgiram após concluir curso dos generais-presidentes, o editor Hélio Brandão foi preso e Caminha  abordado. Mas não deu em nada.
 Pelo mesmo período, após surgirem revistas como “Ele&Ela” e “Playboy”, contendo fotos mulheres exuberantes enuas, os “catecismos” foram para o inferno, e Zéfiro parou de desenha-los. Na dédada-1980, com o fim da censura, duas editoras o relançaram.
 Em 3 de julho de 1992, Zéfiro foi recebeu o Troféu HQ Mix, no Rio, seu primeiro prêmio, na categoria de artista veterano, pelo conjunto de sua obra. Dois dias depois, após voltar de uma festa, sentiu-se mal e um derrame cerebral o tirou de cena, aos 70 anos de idade. Em 1996, a cantora Marisa Monte usou uma de suas “gostosonas” na capa e no encarte do CD “Barulhinho bom”.  
IMAGENS REPRODUZIDAS DA COLEÇÃO DE "CATECISMOS" DO KIKE





Nenhum comentário:

Postar um comentário