Vasco

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domingo, 17 de setembro de 2017

CLUBE DOS ESQUECIDOS - ALLAH BAPTISTA

Carioca, nascido em 24 de setembro de 1907, Allah Eurico da Silveira Baptista foi o 34º presidente do Vasco da Gama.  Ele associou-se ao clube, em 1º de fevereiro de 1928, passando a aportar a carteirinha de nº 143.  Chegou a conselheiro em 1948. No pleito de 1958, candidatou-se à presidência, certo de que não teria chances de vitória, mas perdeu, para Eurico Lisboa, por apenas 10 votos de diferença.
Allah Baptista comandou o Vasco em um período de “seca de títulos”.  Assumiu com a rapaziada há três temporadas sem carregar um caneco e passou o comando a José da Silva Rocha, em 1963, na mesma situação. Quando nada, em 1961, o time vascaíno terminou vice-campeão carioca, empatado com o seu maior rival, o Flamengo. Em 1962, saiu em quarto lugar. No Torneio Rio-São Paulo-1961, foi  o terceiro colocado. Na temporada seguinte, porém,  não conseguiu ficar entre os quatro primeiros da classificação final.   
Allah foi o 34º chefe
 da Colina
A ligação de Allah Baptista com o Vasco da Gama vinha desde os seus tempos de garoto, quando jogava futebol no campo em que o time treinava, na Rua Morais e Silva.  Entre os seus parceiros estavam Rainha e Sílvio Hoffman. Mas ele não foi em frente como atleta da pelota. E nem como remador, prática que chegou a desenvolvê-la, com desenvoltura.

Allah Baptista gostava de propagar que, em sua família, todos eram vascaínos – um filho e cinco netos. Quando ainda disputava o comando da Colina, declarou que o seu primeiro ato presidencial seria reformar, ou não, o contrato do treinador Yustrich, que fora goleiro vascaíno na década-1930.
 A presença de Yustrich à frente do time vascaíno, por sinal, vinha sendo um tema tão constante nas discussões entre os torcedores, que chegou a merecer editorial da “Revista do Esporte” – única semanal esportiva de circulação nacional –, pois o vivia em tremenda efervecência.
O articulista Anselmo Domingos não via Yustrich tendo os seus conhecimentos analisados, bem como as suas táticas,  improvisos, chaves, etc. Preferia ater-se ao gênio, os gestos, a voz grossa e os braços abertos do homem dirigindo sua rapaziada. Identificava o propósito de fazerem dele um monstro e  garantia que treinador bonzinho só servia para manchetes da imprensa.
Colocando a RE ao lado do treinador, Domingos não tinha Yustrich como um anjo, e  garantia que “nem um milhão de anjinhos poderia tomar conta dos quadros de futebol do Vasco”. Era um recado para Allah Baptista, lembrando-o que os vascaínos queriam um treinador de pulso forte, e tinham um. E sugeria que o deixassem trabalhar, sem lhe roubar-lhe tempo para fofocas. “O Vasco da Gama é sempre um manjar na mesa – manjar de notícias, de  crises, de brigas, de convulsões”, avisava , pela edição Nº 56, de 2 de abril de 1960.     
Allah Baptista desejava resolver o problema do comando técnico vascaíno porque, na gestão anterior, o seu antecessor, Eurico Lisboa, o convocara para estudar o problema do futebol cruzmaltino. Achava que só poderia ter um juízo exato vivendo um contato mais direto com o treinador. E Yustrich não “sobreviveu” em sua gestão, sendo substituído por Ely do Amparo, que passou o cargo a Paulo Amaral, que o repassou a Jorge Vieira, que foi sucedido por Eduardo Pelegrini. Tudo isso, entre 1961 e 1963. 
 
 

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