Carioca, nascido
em 24 de setembro de 1907, Allah Eurico da Silveira Baptista foi o 34º
presidente do Vasco da Gama. Ele
associou-se ao clube, em 1º de fevereiro de 1928, passando a aportar a
carteirinha de nº 143. Chegou a
conselheiro em 1948. No pleito de 1958, candidatou-se à presidência, certo de
que não teria chances de vitória, mas perdeu, para Eurico Lisboa, por
apenas 10 votos de diferença.
Allah Baptista
comandou o Vasco em um período de “seca de títulos”. Assumiu com a rapaziada há três temporadas
sem carregar um caneco e passou o comando a José da Silva Rocha, em 1963, na
mesma situação. Quando nada, em 1961, o time vascaíno terminou vice-campeão
carioca, empatado com o seu maior rival, o Flamengo. Em 1962, saiu em quarto
lugar. No Torneio Rio-São Paulo-1961, foi
o terceiro colocado. Na temporada seguinte, porém, não conseguiu ficar entre os quatro primeiros
da classificação final.
Allah foi o 34º chefe da Colina |
Allah Baptista gostava de propagar que, em sua família, todos eram vascaínos – um filho e cinco netos. Quando ainda disputava o comando da Colina, declarou que o seu primeiro ato presidencial seria reformar, ou não, o contrato do treinador Yustrich, que fora goleiro vascaíno na década-1930.
A presença de Yustrich à frente do time
vascaíno, por sinal, vinha sendo um tema tão constante nas discussões entre os
torcedores, que chegou a merecer editorial da “Revista do Esporte” – única
semanal esportiva de circulação nacional –, pois o vivia em tremenda
efervecência.
O articulista
Anselmo Domingos não via Yustrich tendo os seus conhecimentos analisados, bem
como as suas táticas, improvisos,
chaves, etc. Preferia ater-se ao gênio, os gestos, a voz grossa e os braços
abertos do homem dirigindo sua rapaziada. Identificava o propósito de fazerem
dele um monstro e garantia que treinador
bonzinho só servia para manchetes da imprensa.
Colocando a RE ao
lado do treinador, Domingos não tinha Yustrich como um anjo, e garantia que “nem um milhão de anjinhos
poderia tomar conta dos quadros de futebol do Vasco”. Era um recado para Allah
Baptista, lembrando-o que os vascaínos queriam um treinador de pulso forte, e
tinham um. E sugeria que o deixassem trabalhar, sem lhe roubar-lhe tempo para
fofocas. “O Vasco da Gama é sempre um manjar na mesa – manjar de notícias,
de crises, de brigas, de convulsões”,
avisava , pela edição Nº 56, de 2 de abril de 1960.
Allah Baptista desejava resolver o problema
do comando técnico vascaíno porque, na gestão anterior, o seu antecessor,
Eurico Lisboa, o convocara para estudar o problema do futebol cruzmaltino.
Achava que só poderia ter um juízo exato vivendo um contato mais direto com o
treinador. E Yustrich não “sobreviveu” em sua gestão, sendo substituído por Ely
do Amparo, que passou o cargo a Paulo Amaral, que o repassou a Jorge Vieira,
que foi sucedido por Eduardo Pelegrini. Tudo isso, entre 1961 e 1963.
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