Em seu tempo de rapaz
solteiro, ele era um viril quarto-zagueiro do Sampaio EC, do mesmo nome do
bairro carioca em que nascera (28.06.1941). Depois de casado, com a Dona Elza,
não tinha mais tempo para bater bola. Só para fazer a turma correr muito atrás
da pelota. Era preparador físico.
Paulo Baltar levou um novidade
para São Januário: a introdução do karatê na preparação física, “para quebrar a
monotonia dos muitos anos de uso de um mesmo método de preparação”, como
explicou. De início, buscou na arte marcial o “istokê”, visando mais rapidez
nos movimentos, e o levantamento, obrigando o atleta a sustentar todo o peso em
uma só perna, enquanto a outra movimenta-se até o queixo, com a ponta dos pés.
O começo de tudo foi um convite
do treinador Zezé Moreira para ele assistir um treino físico da equipe
vascaína. Baltar foi para as cadeiras sociais e ficou do lado de alguns
torcedores, observando e anotando tudo
sobre os movimentos dos jogadores. Considerou o que viu de superado e fez
algumas observações ao “Seu Zezé”, que o convidou a estagiar na Colina. Mas o
treinador saiu e ele o acompanhou. Surpreendentemente, tempinhos depois
Paulinho de Almeida o convidou para ser o seu
preparador físico.
A NOVIDADE gerou discussões, como o "karatê levar o atleta à estafa e a
distensões musculares". Baltar contestava, garantindo que os dois problema não
haviam visitado São Januário, após os quatro primeiros treinos.
O seu plano era
ter a rapaziada no ponto ideal após 12 sessões de uso do método, que incluía,
também “circuit-training”, com três voltas ao redor da pista de atletismo do
estádio vascaíno. Baltar resumia o seu trabalho, em 40 a 50 minutos, buscador
de velocidade, agilidade e destreza, resistência e força, alegando que isso era
usado pelo futebol alemão.
Paulo Baltar introduziu, também, o bambolê no treinamento físico vascaíno, conforme este recorte de jornal da coleção do pesquisador Jorge Medeiros. |
Segundo Baltar, os jogadores
estranharam a novidade, de início. Mas depois encararam legal, com ele
prometendo-lhes que, que após os 12
treinos, nenhum time carioca aguentaria o Vasco. QUASE FOI VERDADEe. No primeiro
turno do Campeonato Carioca, o “Almirante” ficou na ponta do Grupo B, com 20
pontos, dois a mais do que o Botafogo, vencedor da Chave A.
Escorregou ante o
Flamengo (1 x 2) e passou, como um trator, por cima dos demais: 3 x 2 América;
4 x 1 Madureira; 2 x 0 Bonsucesso; 2 x 1 Bangu; 3 x 0 Portuguesa; 2 x 0 São
Cristóvão; 3 x 1 Fluminense; 2 x 0 Olaria e 2 x 0 Botafogo. Pelo returno, 1 x 0
Bonsucesso; 0 x 0 Flu; 0 x 0 Bangu; 1 x 0 América; 2 x 2 Fla; 1 x 0 Madureira e 0 x 4 Botafogo.
A rapaziada terminou a temporada, com 29 pontos, contra 32 do Botafogo, o que significa que o karatê pode ter deixado o time de mãos vazias, sem a taça, devido ao rendimento físico do time durante a fase decisiva da disputa, quando perdeu cinco pontos e ganhou só dois. Nº 467, fev.1968
A rapaziada terminou a temporada, com 29 pontos, contra 32 do Botafogo, o que significa que o karatê pode ter deixado o time de mãos vazias, sem a taça, devido ao rendimento físico do time durante a fase decisiva da disputa, quando perdeu cinco pontos e ganhou só dois. Nº 467, fev.1968
QUASE SETE sete meses depois de ter
saído de São Januário, o preparador físico Paulo Baltar voltou. Se, em 1968,
ele havia introduzido o karatê em seus trabalhos, em 1969 apresentou o
jiu-jitsu aos atletas. Garantia não ser “invencionices”, mas uma maneira de
motivar a rapaziada, e prometia que nenhum atleta vascaíno levaria tapa no
rosto, porque, instintivamente, esta ria sempre em guarda.
Baltar prometia, ainda, que os
vascaínos iriam às bolas divididas com a certeza de ganhar o lance e jamais perderiam
uma partida no grito. Para uma outra fase dos seus trabalhos, falava em
“resistência ao sofrimento”, isto é, movimentos visando dar maior maturidade ao
atleta, ao mesmo tempo em que o prepara, psicologicamente, para sofrer durante
uma partida. Os movimentos: 1 – corrida vertical; 2 – rede de abordagem; 3 –
passeio de Tarzan; 4 – falsa baiana; 5 – pranchas; 6 – preguiça; 7 – passeio de
jacaré – Baltar fora antecedido neste retorno ao Vasco por Carlos Alberto
Parreira.
Vale conferir o blog do ex-goleiro Valdir Appel e e descrição do trabalho do Baltar. Como curiosidade teve a introdução do bambolê para os jogadores praticarem atividades físicas variadas. Imagina o Brito rodando o bambolê!!!
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