Durante o Campeonato Carioca de 1958, torcedores
de Flamengo e Botafogo viam os seus times superiores ao vascaíno. A imprensa,
também.. Esperava-se a faixa de campeão com um ou outro.
Para uma das rodadas, o treinador Gradim
(Francisco de Sousa Ferreira) surpreendeu a torcida cruzmaltina, escalando o
juvenil Roberto Peniche na vaga do grande ídolo Pinga, na partida contra de 19
de outubro, contra o São Cristóvão. Para
muitos, Gradim poderia queimar uma jovem promessa, mesmo diante de um dos
“pequenos”. Achavam cedo para um garoto recém saído do interior mineiro (de
Palmas), jogar no Maracanã, ao lado de Bellini, Orlando e de outros grandes
ídolos da torcida.
Peniche em reprodução da Revistas do Esporte |
O garoto de Palmas
foi para o caderninho ao lado dos astros Barbosa; Paulinho, Bellini, Coronel,
Écio, Orlando, Sabará, Laerte, Delém, Rubens, Roberto Pinto e outros menos
famosos.
Em 1959, Gradim
não escalou Peniche durante a primeira competição da temporada, o Torneio Rio
São Paulo. Só deu-lhe uma chance no primeiro turno do Campeonato Carioca,
em 23 de agosto, nos 4 x 2 Madureira, no
estádio das Laranjeiras – Barbosa, Paulinho, Bellini e Russo; Écio e Coronel;
Teotônio, Cabrita, Pinga, Roberto Pinto e Roberto Peniche foi a formação.
Após um tempão sem jogar pelo grupo principal, Peniche aproveitou bem a chance e marcou um dos tentos da vitória – os outros três foram de Pinga. Ficou
para a próxima rodada, o seu primeiro clássico, contra o Botafogo.
Depois, participou de mais um, contra o Fluminense, e voltou a ser uma opção.
Viria, no entanto, a temporada-1960, para
Roberto Peniche viver um grande dia de glória. No amistoso de 11 de fevereiro –
Vasco 7 x 0 Nacional, da Colômbia –, marcou três gols. Em 21 de julho – Vasco 6 x 2 Botafogo de João Pessoa-PB – deixou mais um.
Três dias depois– Vasco 3 x 1 Seleção de Itabuna-BA, mais outro. Mesmo assim,
não conseguiu segurar vaga de titular.
Um dia, Roberto
Peniche foi emprestado à Portuguesa Santista-SP, juntamente com Teotônio e
Artoff. De Cr$ 15 mil, foi ganhar Cr$ 37 mil e foi morar em uma pensão pertinho
da que moravam Pelé e Coutinho. Mas não
tirava o Vasco da cabeça. “Jamais
esquecerei o Vasco. Sua torcida sempre me estimou e nunca me negou aplausos...
Acho que, se voltar, serei recebido de
braços abertos”, disse à “Revista do Esporte”, mas nunca mais voltou.
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