Vasco

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sábado, 9 de fevereiro de 2019

O VENENO DO ESCORPIÃO - O ÚLTIMO SUPERCONTO DE FADAS DO SÉCULO 20

O casal com os pais do noivo, reproduzido de www.blogrealmonarquias
  Noiva casando-se com o pai do noivo? Só em livro de sacanagem! Ou em filme.  Mas aconteceu no reino mais charmoso do planeta. Não que rolasse uma sacanagem a três, mas tudo por conta de uma tremenda gafe.
  Rolava a manhã dia 29 de julho de 1981, na catedral de Saint Paul, em Londres, quando a noiva Diana Frances Spencer chamou o noivo Charles Philip Arthur George Windsor  por Philip Charles Arthur George, o nome do pai.
 Nada chocante, porém, para os 2.500 convidados, que nem se tocaram.
 A cerimônia prosseguiu com o casal trocando alianças feitas do ouro da mina de Saint David, no País de Gales, do mesmo veio que já dera argola à sogra da nubente. Foram 70 minutos de cerimônia religiosa, 25 a mais do que um jogo de polo a cavalo, esporte no qual Charles Philip batia bem na “gorduchinha”. Aliás, para não perder a forma, rapidão,  deixou Diana gorduchinha, aferindo material de primeiro uso.
 Para ouvir amigo de Charles ler espístola de São Paulo aos coríntios e Sir John Betjeman poema de sua autoria, Diana precisou cumprir uma  lei mais antiga do que a Inglaterra, o exame de virgindade, no qual foi aprovada por conta do devagar e único namorado que tivera antes, Simon Berry, filho de um rico comerciante de vinhos.
 Vinho, no entanto, não foi escalado para o almoço oferecido pela família real a 108 chegados, no Palácio de Buckingham. No lugar, entrou a champanhe Krug - linguado com molho de ostras e frango ao creme Cornish foi o rango. Por sobremesa, bolo de noiva, com 1m50cm de altura, pesando 84 quilos, dos quais 25 em marzipã, cobertos por outros quilos de glacê.
Cinco andares de um bolo delicioso, reproduzido de
www.pinterest
Todo aquele trabalho do confeiteiro David Avery foi decepado por Diana e pela espada de Charles, componente do seu uniforme de gala da Marinha. De sua parte, ela uniformizara-se com um vestido de tafetá de seda marfim, com pérolas naturais aplicadas no decote e nas mangas, produção dos estilistas David e Elizabeth Emmanuel  – o véu com oito metros de renda, a mesma usada no casamento da Rainha Elizabeth I, meio-século antes.  
E quem, entre as moças casadoiras do reino, não estava de olhol no buquê da noiva? Este foi oferecido pela Royal Companyh of Gardners, composto por rosas e orquídeas brancas, entremeado por muguês, agardênias, frésias e um ramo de mirta, como no buquê da rainha Vitória.
Penteada por Kevin Shanley, todas as cabeças coroadas do mundo cumprimentaram a noiva, homenageada, pelo noivo, com um hino religioso entoado pelo Coral Bach, de 150 vozes. A pedido dela, os presentes ouviram, também, Kiri Te Kanawa  cantar, acompanhada por três orquestras,  “I vow to thee my country”, canção medieval que ouvia no colégio, quando garotinha.
Todavia, nem só aquele som os convidados ouviram. Também, por 30 minutos, dos dois sinos maiores e dos 12 menores da catedral de Saint Paul, antes da chegada da noiva, e por mais  quatro horas depois do final do enlace – isto é o que se pode chamar de casamento bem sinalado.
   A história dessa história começou às 9h daquele 29 do 07 do 81, com o recebimento dos convidados na catedral. Às 10h22, começava a rolar a carruagem da Raínha El.izabeth II, seguida por por mais oito, numa das quais estava o noivo. 
Csamento selado, carimbado, colecionado
As 10h40, a noiva e o pai, o Conde Spencer, deixavam Clarence House e faziam um trajeto enfeitado por flores azul, rosa e branca. À porta da igeja, Diana ouviu a galera cantar o hino britânico, “God save the queen (Deus salve a rainha)”.
 Para a lua-de-mel, o casal, em traje de passeio, partiu às 16h20, em carruagem que parou na Estação Waterloo, onde o trem real esperava para largar às 17h em ponto, rumo ao vilarejo de Romsey, a 150km  de Londres. Hospedou-se, por alguns dias, no palacete de um amigo lorde e, depois, a bordo do navio Britannia, viajou por ilhas do Mediterrâneo, até o Egito, de onde pegaram um avião, para a Escócia.
Por fim, de volta a Londres, Charles e Diana tinham duas mil caixas de presentes para abrir e fabricar um herdeiro ao trono dos Windsor, o que foi comunicado à galera no 5 de novembro do mesmo 1981. 
Em 21 de junho de 1982, chegava William, 12 da linha sucessória e que poderá ser o 42 rei da Inglaterra e 33 da linhagem de Guilherme o Conquistador. Em 15 de setembro de 1984, era a vez de pitar Henry Charles Albert David.
A história  mereceu capa da mais importante revistas semanal brasileira
 Era pra tudo isso ser um belo filme, com um  The End de fazer a plateia chorar. Afinal, uma professorinha de jardim de infância tornava-se princesa. 
Pena que, no meio dessa história, havia um tampax, que tapava o futuro e não deixou a ilha de Sua Majestade ver o último conto de fadas do século 20.
   

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