SANTANSAMBA
Em agosto dee 1983, o Vasco da Gama fez aquela tradicionale
scapadinha do Campeonato Carioca – muito normal, na época - e foi morder uma ganinha na Europa. Já havia
disputado um amtisoso na Alemanha e dois na Itália, quando foi encerrar o giro
na também italiana Catânia. Era 18 de agosto ea rapaziada se aprontou para
encarar o time do mesmo nome da cidade. O árbitro Rossario Lo Bello esperou o
que pode, mas o adversário dos vascasínos não apareciam. Então, foi procurar
saber da demora. Informaram-lhe que os jogadores do Catânia esdtasvam firmes a
decisão de só entrarem em campo se a diretoria do clube pagasse um prêmio
prometido e não cumprido. Que horror!
Já que a bola não
rolava, os 50 mil toredores presentes ao Estádio Angelo Massimino começaram a
assobiar, gritar, xingar. Mas nada disso adiantava. Até que o massagista
vascaíno Santana tomou uma providência inesperada: vestiu o seu paletó branco –
já estava usado calça e camisa na mesma cor – e uma cartola. Adentrou ao
garmado fazendo evoluções carnavalescas e contagiuou a galera. Enquatno ela
fazia o seu espetáculo, os brasileiros Pedrinho (ex-Vasco) e Luvanor (ex-Goiás)
convenceram os colegas a deixarem a cobrançaa para depois, em respeito ao
público. E foram à luta.
Antes tivessem
continuado com a ameaça de grave, pois o Vasco mandou-lhes 4 x 0, com gols de
Marcelo (2) e Amauri (2), formando com: Acácio (Orlando); Galvão, Chagas, Celso
(Rondinelli) e João Luís (Roberto Teixeira); Serginho, Dudu Coelhão e Amauri; Ernani, Marcelo
(Geovani) e Marquinho (Pedrinho Gaúcho), comandados pelo ex-apoiador vascaíno Carlos
Alberto Zanatta.
Encerrada a partida, a torcida da terra nem se preocupou em apular os jogadores do seu time. Preferiu saudar, efusivamente, o animado massasgista Eduardo Santana, que teve de executar passos extras do seu repertório de sambista.
Chamado pelos torcedores por “Pai Santana”, por manter
contatos imediatos com o além, o mineiro Eduardo Santana fazia
tabelinha com o 'preto velho' Pai Joaquim, com Santo António, Xangô e Joana
D'Arc. Mas só “para ajudar ao Vasco”, garantia. O que exigia-lhe
vestir-se de todo branco e acender velas nos vestiários e
gramados.
Nascido em Andrelândia, em 1934, Santana, aos oito meses, foi morar em Salvador (com os pais), para descobrir a magia dos terreiros do candomblé. Aos sete anos, estava no Rio de Janeiro. Ao 18, já era boxeador, campeão carioca e brasileiro dos meio-médio ligeiro. Mas a sua batida maior seria em outro terreno: no futebol, “enfeitiçado” pelo treinador Gentil Cardoso. Só o seu desembarque em São Januário não é bem certo. Falam em 1953, mas, naquela temporada, Gentil não estava por lá. Outros apontam para 1954 e 1957.
O certo é que, entre entradas e saídas, o massagista mais famoso que o futebol brasileiro já teve viveu mais de meio-século sob os ares da Colina. Brisa que o ajudou a carregar os canecos de campeão brasileiro-1974 e da Taça Guanabara-1976/1977, só par citar poucos. Quando fez algumas puladas de cerca vascaínas, Santana passou por “sete casas diferentes”. Pé quentísismo! Em 1957, campeão carioca, pelo Botafogo. Em 1959, da Taça Brasil, pelo Bahia.
|Na temporada citada acima foi quando o presidente da CBD, João Havelange, o convidou a trabalhar na entidade. Em 1961, esteve no Flamengo, juntamente o médico Hilton Gosling. Depois, Sílvio Pirilo convocou-o para servir a Seleção Paulista que disputou e ganhou o sul-americano de acesso, em Lima, Peru. Em 1969, papava mais um Estadual: pelo Fluminense. Em 1970, João Silva o encontrou, zanzanado, pela Ureca, e o levou para acertar, com as suas divindades, o fim da urucubaca, de 12 anos, sem títulos pelos lados da Rua General Almério de Moura. Por sinal, na revista “Placar” Nº 26 (?), a reportagem sobra a conquista do título carioca de 1970, pelos cruzmlatinos, um dos destaque era a foto do “glorioso Pai Santana” acendendo as suas velas no gramado do Maracanã. Uma grande figura do folclore da bola canarinha!
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