O Concerto, do holandês Vermeer |
A tela “La Gioconda”, pintada por
Leonardo da Vinci não era vista por especialistas como o melhor trabalho
técnico do italiano. Davam mais créditos a “Dama com Arminho”, óleo sobre madeira, retratando
Cecília Gallerani, entre 1489/1490, a pedido do amante Ludovico Sforza.
Quis
o destino, porém, que o que roubo de “La Jaconde”, como falam os franceses - em
21 de agosto de 1911 -, tornasse uma pequena
moldura, de 53 por 77 centímetros, um
mito insuperável. Tudo por conta da grande divulgação do caso, pela mídia
internacional (ler mais, abaixo).
Golpe mais do que de mestre. Fazia muito
frio na madrugada de um feriado religioso -
Dia de São Patrício – quando dois sujeitos vestidos como policiais
chegaram dizendo ser preciso verificar um barulho esquisito saído de um dos
corredores do prédio.
Era 1h24min quando eles renderam os dois seguranças. Após
1h21min de “larapinagem”, foram embora, levando 13 telas, entre elas “O
Concerto”, de Johannes Veermer; “Mulher e Cavaleiro de Preto”, e “Tempestade
sobre o Mar da Galileia”, esta a única marinha pintada por Rembrandt Harmens van Rijn. Valor
do roubo: 300 milhões de dólares - e nenhuma pista dos ladrões, até hoje que
carregaram a arte dos dois holandeses.
No Museu Poznan, na Polônia, foi aplicado um
grandes drible em esquemas de segurança. Um malandro conseguiu autorização da
casa para reproduzir “A Praia de Pourville”, do francês Oscar-Claude Monet, para trabalho do seu curso de
pintura. Quando tinha tudo pronto e, de há muito, percebido que a vigilância
era falha, ele trocou a tela original pela sua cópia e saiu carregando a
moldura, com mais de um metro de largura - mole, mole!
Única marina pintada pelo francês Monet |
Pode ser lenda que o ladrão tenha saído pela
porta principal do Museu Poznan assoviando, mas que foi tremenda ousadia, sem
dúvida. Coisa mais ousada, no entanto, aconteceu na italiana Galeria Ricci
Oddi, em Piacenza.
O ladrão pescou, literalmente, a “Retrato de Mulher”, do
austríaco Gustav Klimt. Foi ao telhado, munido de uma linha grossa e de um
enorme anzol, e mandou ver. Era 1910 e só quatro dias depois deram conta do
sumiço da peça, que desapareceu para sempre - bem como o ladrão.
De volta para “La Gioconda”, o larápio
chamava-se Vincenzo Peruggia, era italiano,
pintor de paredes, trabalhara no parisiense Museu do Louvre, em 1910, e
fora o instalador da porta de vidro que protegia a tela. Usou seu velho
uniforme branco dos empregados da casa e sabia desprender a pintura.
Finalizado em 1503, “La Gioconda” era conhecido só
por entendidos em arte e nem ocupava lugar de destaque no museu. Roubado em uma
segunda-feira de Louvre fechado, com
poucos servidores trabalhando, a sua ausência só foi notada no dia seguinte.
Em 10 de dezembro de 1913, o quadro estava recuperado,
porque Peruggia vacilou e o vendedor de
antiguidades Alfredo Geri o entregou à polícia de Florença,
que o capturou em Como, no norte da Itália. Preso, o ladrão justificou o roubo
como “patriotismo”. Queria devolver ao seu país o que fora, segundo ele,
roubado por Napoleão Bonaparte.
Mulher e Cavaleiro de Preto, do holandês Rembrandt |
Vicenzo Peruggia, cujo papo não colou na polícia, no
entanto, ficou no lucro. Tornou-se famoso e pegou só 385 dias de cadeia. De sua
parte, “La Joconde” foi levada à Galleria degli Uffizi, em Florença, e teve a
sua autenticidade confirmada.
Durante as investigações do roubo da Mona Lisa –
denominação errada, pois Mona Lisa foi neta de Lisa Gherardini, a modelo de Leonardo da Vinci – até o pintor espanhol Pablo Picasso foi suspeito pela surrupiação.
Por
sinal, Picasso teve uma de suas 642 telas
roubadas no Brasil: “A Dança”, que estava no Museu da Chácara do Céu, no bairro
de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
Para citar poucas, entre outras telas famosas,
também, roubadas estão “Natividade com São Francisco e São Lourenço”, do
italiano Michelangelo
Merisi, o Caravaggio, surrupiada em 1969, quando valia 28
milhões de dólares, e “Sibylle de Cleves”, do alemão Lucas Cranach, valendo 7,5
milhões da mesma moeda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário