Vasco

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quinta-feira, 20 de junho de 2019

5 - MEXERICOS DA KIKINHA - GARRANCHO

   Pois é, rapaziada! Na terra do meu Tio Guga, cidadezinha  pequena, porém decente,  havia  um jogador apelidado por Garrancho. Ciscava tanto que galinha era páreo fraco pra ele. 
Numa dessas épocas de Copa do Mundo, a turma de lá formou times para disputar um torneio em que cada equipe representava uma das seleções disputantes do Mundial, e o Garrancho foi sorteado para defender o  time do Brasil.
Na véspera do segundo jogo, o sábio do  técnico do seu time o chamou-lhe no canto e disse-lhe:
Garrancho, a nossa partida de amanhã é cronta a Graterra.
 Antes de o homem complementar o que pretendia falar, Garrancho atravessou-lhe o papo, para mostrar-se bem informado:
Tô sabeno, chefe! É aquele time da camisa da cor de cal.
- De cal, de sal, de açúcar, de algodão e até de melão por dentro, pra nóiz num interessa. Do pano que for, só quero que cê faiz um sirvicim pra mim.
- Que qui é, chefe!
- Seguinte: quem vai lhe marcar é  um cara chamado – tirou um papel do bolso direito de sua calça e fez um tremendo esforço para ler: Flowers.
- Quem, chefe? – Garrancho não havia escutado bem.
- Flowers – repetiu o trenêro, fazendo mais um esforço sobre-humano pra informar. Não era fácil falar Flowers.
Fralda? – indagou Garrancho, prometendo: vô fazê dele neném
Apôiz anote aí: quando ele vié pela dereita, você driba pra esquerda. Quando vié pela esquerda, driba pra dereita. Se incará de frente, chapêlêia ele. Mais se ele  vié no vem vino, vem vino, vem vino, você vai no fui, fui, fui, pra acabá fondo. Combinado?
Cumigo, tá, chefe. Mais o sinhô já combinou cum ele? – quis saber Garrancho.
O Tio Guga jura, por esta luz que nos alumia, ter escuitado (como falava o Garrancho)  este papo que, só agora, com a sobrinha estagiária de jornalismo, ele resolveu divulga-lo. Da minha parte, acredito - piamente, torneiramente, aguamente, chuveiramente, sabonetemente, toalhamente! 

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