Erasmo, primeiro à esquerda, teve... |
Roberto Carlos cantava o rock´n´roll e participava do
programa de TV Clube do Rock, comandado por seu conterrâneo capixaba Carlos
Imperial, que o queria como o Elvis Presley brasileiro.
De repente, Roberto não
tinha a letra de Hound Rock, sucesso
de Elvis, mas um colega de curso de datilografia - Arlênio Lívio - sabia quem
poderia arrumar-lhe. E o levou à Tijuca, onde residia Erasmo.
Do
encontro rolou grande amizade – também, com Tim Maia e Jorge Ben (hoje, Benjor)
e toda a turma da Rua do Matoso. De quebra, surgiu o conjunto The Sputiniks -
Roberto, Tim, Jorge, Arlênio e Welligton -, que não subiu muito por conta de
briga entre Roberto e Tim.
Sputinicks fora do espaço, Roberto formou Os Terríveis – com Carlos Imperial (acordeon e piano), Paulo Silvino (voz e futuro humorista),
Vítor Sérgio e Edson Morais (guitarras), Amílcar (guitarra havaiana) e João
Maria (bateria).
De outra parte, Arlênio chamou Erasmo para montarem The Snakes, com Edson Trindade e Zé Roberto “Chininha”. E passaram a fazer vocais para Roberto e Tim , no programa de TV Clube do Rock, comandado por Imperial.
De outra parte, Arlênio chamou Erasmo para montarem The Snakes, com Edson Trindade e Zé Roberto “Chininha”. E passaram a fazer vocais para Roberto e Tim , no programa de TV Clube do Rock, comandado por Imperial.
...fama de mau em seus primeiros sucessos no dico. |
Por aqueles finais
de década-1950, inícios da 60, a turma só namorava em grupo, para aguentar a
barra nas brigas com os caras dos bairros onde arrumavam meninas. Lá pelas
tantas, a turma de Roberto e Erasmo conseguiu convites para uma festa na casa de
uma garota da Ilha do Governador, num sábado. Sem rivais, ficou à vontade e dançou,
comeu e bebeu – cerveja e cuba libre –
à vontade.
Na volta pra casa, pelas madrugadas, a rapaziada, muito animada pela
bebida, aprontou a maior bagunça dentro do ônibus, cantando alto, batucando e
tocando violão. Espantou o motorista, que a levou para um posto da
Aeronáutica, perto do aeroporto do Galeão (atual Tom Jobim). 'Irmãos-camaradas' na década-1970, em foto reproduzida do site oficial de Roberto Carlos |
Imediatamente, soldados cercaram o coletivo, que só
levava o grupo, e o “convidou” a adentrar ao recinto. Acusados de perturbar a ordem pública e de desobedecer a lei do silêncio, todos foram se explicar ao oficial do dia, que
mandou-os para uma cela, sem perceber que haviam levado junto o violão. Já que estavam presos, seguiram tocando e cantando. Chamaram a atenção dos milicos
do plantão, que gostavam do rock´n´roll. De repente, a turma já estava de papo com o
oficial do dia, que convocou um sargento que tocava piston. E rolou a maior
sessão madrugada de rock na cadeia.
Quando o domingão amanhecia, o oficial do dia liberou a rapaziada, pedindo desculpas pela noite
de cana e explicando que, zelar pela ordem pública, era a sua obrigação.
Desculpas aceitas, a moçada pediu carona no primeiro carro aeronáutico
que seguisse para perto da Tijuca. Como não o havia, o oficial do dia fez uma
vaquinha, com quem estava de plantão e juntou o que dava para pegarem
um ônibus e se mandarem.
Roberto, Erasmo e agradecera e ficaram de voltar no dia seguinte, para pagarem o empréstimo – nunca mais
voltaram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário