VASCO DAS PÁGINAS – MOACIR BARBOSA

  A Revista do Esporte – N 191, de 03.33.1962 – homenageou o já veterano goleiro Barbosa, publicando a segunda parte de sua história, pela qual conta ter ele começado a vida boleira como ponta-direita do Almirante Tamandaré, das peladas paulistas. Algo muito familiar, pois o cunhado Zé Santiago era o treinador e os irmãos Mário e Armando atacantes.

 Conta o texto da RE que Barbosa foi vítima daquele tradicional história: um dia, o goleiro escalado - para encarar o EC Estrelas, pelo campeonato da Liga Comercial -, desapareceu, e o treinador decidiu que o seu cunhado iria para o sacrifício. Barbosa não gostou das ideia, mas obedeceu ao chefe. De quebra, atuou bem e achou que no gol era melhor do que na linha, pois poderia pegar a bola com as mãos, sem precisar correr.

 Quando aquilo ocorreu, era 1939, Barbosa tinha 18 de idade e deixaram de chama-lo por Moacir, o seu pré-nome. Terminou tri da Liga Comercial-1939/40/41, ganhou convocação para o selecionado paulista amador e ficou bicampeão brasileiro-1941/42. Entusiasmado pelas suas atuações, o treinador Caetano Domênico o indicou ao Ipiranga e ele iniciou a carreira profissional, estreando, em 1943, com grande atuação, mas diante de um Palmeiras muito mais forte, contando com os vencedores Oberdan Catani, Valdemar Fiúme, Zezé Procópio, Del Nero e Lima, entre outros.

Barbosa (D), em 1942,  goleiro do Ipiranga-SP

 Na temporada-1944, Barbosas fez um salto maior: pulou para o Vasco da Gama, indicado elo então maior zagueiro brasileiro, Domingos da Guia.

 O Ipiranga cobrou Cr$ 100 mil cruzeiros para libera-lo e os cariocas lhe ofereceram  um bom contrato para a época: 60 mil cruzeiros, como luvas (graninha por fora, espécie de caixa-2) e mil cruzeiros mensais. 

Em São Januário, Barbosa encontrou quatro concorrentes: Roberto, Barqueta, Martinho e Oncinha. Quando teve a chance de jogar, rolou Vasco 0 x 4 Madureira. Mas, assim que pintou uma nova chance, ele tornou-se titular absoluto e campeão carioca-1945, invicto, conta a RE, acrescentando que, em 1946, faturou os Torneios Relâmpago e Municipal, e, em 1947, novamente, foi campeão estadual.

 O melhor, ressalta a reportagem,  viria para Barbosa, em 1948, tornando-se campeão sul-americano, em torneio organizado pelos chilenos, para ser vencido pelo argentino River Plate, considerado um dos melhores times do mundo (senão, o melhor). Barbosa levou só três gols, em seis jogos, e voltou campeão, com o cartaz de ter defendendo um pênalti, na final, contra os favoritos. 

Em 1949, ganhou mais um título carioca, novamente, invicto, e ficou bi, em 1950, no primeiro Estadual disputado no Maracanã.

O texto, que não é assinado, fala, ainda, que, em 1950, Barbosa “experimentava a maior decepção de sua carreira, a perda da Copa do Mundo (para os uruguaios), tema palpitante, controvertido”, que ficou para a semana seguinte.