Na sexta-feira,
21 de junho de ontem, o Brasil celebrou dois fatos: os 49 tri da Seleção Brasileira e o centenário de
nascimento do cantor Nélson Gonçalves. Dois algos
que não se encontram mais pelos
nossos rincões: a categoria de cobras como Pelé, Gérson, Rivellino, Jairzinho e
Carlos Alberto Torres, entre outros, e cantantes
com o vozeirão do gaúcho que foi coroado “Rei do Rádio”.
É sobre o cidadão nascido –
21.06.1919 -, em Santana do Livramento,
por ter sido um dos maiores nomes da música brasileira, que o “Veneno” vai
rolar, hoje.
A voz de trovão desse gaúcho ditou
padrões e só pegou turbulências em sua carreira quando o baiano João Gilberto apareceu cantando
baixinho o que ficou conhecido por Bossa Nova, em 1958.
Até então, Nélson era o
maior vendedor discos brasucas,
encarnando o chamado arquétipo de macho
alfa, isto é, mulherengo, valentão, beberrão, vendedor de grande
autoconfiança e de grandes bravatas, como ter sido lutador invencível de boxe,
cafetão, malandro do boêmio bairro carioca da Lapa, elogiado por Frank Sinatra
e amante que fazia as amadas até atearem fogo ao próprio corpo
“A volta do boêmio”; “Meu vício é
você”; “Fica comigo esta noite” e “Negue”, compostas por Adelino Moreira, foram
os maiores sucessos de Nélson Gonçalves, que teve dias, também, difíceis, após
ter sido preso, em 1966, em São Paulo, acusado por tráfico de cocaína, da qual
era um viciado. Não foi fácil voltar à carreira, ao sair das cadeia. Para
sobreviver, teve de cantar em circos, por cachês mixurucas, e era escorraçado
pela TV. Só as gravadoras de disco o apoiavam.
Em 1997, ele lançou o seu último
disco, “Ainda é cedo”, mas longe do estilo que o consagrara, cantando sucessos
roqueiros - “Meu erro”, dos Paralamas;
“Como uma onda”, de Lulu Santos, e "Nada por mim", do Kid Abelha,
entre outros Vendeu mais de 100 mil cópias e valeu o tradicional disco de ouro.
Em 2002, Nélson Gonçalves, que
gravou músicas entre 1941 e 1977, foi homenageado por uma biografia titulada por “A revolta do boêmio”,
assinada por Marco Aurélio Barroso. Para setembro, está prometido, o
lançamento, pelo jornalista o Cristiano Bastos, de “Metralha”, uma nova
biografia na qual o autor diz estar trabalhando há 13 temporadas.
Do governo brasileiro, Nélson
foi homenageado - pelos Correios -, por um selo, lançado em cidades que tiveram muito algo a ver com a sua vida, no caso
Santana do Livramento, torrão natal; São Paulo, para onde foi,
ainda criança, e o Rio de Janeiro, onde
consolidou a carreira. A estampa tem a
sua imagem, mas em preto e branco, com um microfone dourado e o nome Nelson Gonçalves, explicando a homenagem pelo "Centenário" de "A Maior Voz do Brasil".
Uma outra homenagem partiu da Sony
Music, liberando por plataformas de streaming dos 35 álbuns de Nélson, vivo até 1998. A
gravadora promete, ainda, restaurar tapes
analógicos e projetos gráficos originais desses 35 discos.
Lembrado em seu centenário, na verdade, Nélson
Gonçalves está esquecido. O seu público, também, já se foi e não deixou herdeiros
da simpatia pela voz que estrondava pelos rádios brasileiros.
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