A
história do não tinha de ser encontra
em Ruby Phillips um dos seus agentes mais marcantes.
Ao mudar-se para Cuba e
arrumar emprego na multinacional norte-americana Westinhouse Eletric, os caminhos dela e de James Doyle Phillips se cruzaram, e se tornaram marido e mulher.
Além disso, ela passou a ajudar
o parceiro em um pequeno negócio comercial.
Rolava 1931 e os estudantes universitários começaram a encher o saco do presidente e general
Gerardo Machado y Morales, participante guerra de independência da ilha.
Tocado
o rebu, James decidiu colaborar com o jornal New York Times, informando aos seus patrícios o que rolava a 145
quilômetros de distância deles.
Evidentemente, os caras adoraram. Tempinho depois,
em agradecimento pelos tradicionais bons
serviços prestados, o contrataram como correspondente na ilha.
Enquanto James corria atrás da notícia, Ruby
foi aprendendo as manhas da profissão. Em 1937, quando ele viajou os Iztêitiz, ele espatifou-se durante acidente de
automóvel e o jornal, com peninha da viuvinha,
fê-la herdeira do cargo.
Até então, correspondente noticioso era papo, simplesmente,
masculino. Além de Ruby, só se conheceu o caso, por acaso, também, de Marta Guellhorn, correspondente na guerra Guerra Civil Espanhola, naquele mesmo 1937.
Ruby abreviava o R de sua assinatura jornalística para não saberem que ela era uma mulher |
Por pisar
em terreno deles, Ruby escondeu o R do seu pré-nome, assinando matérias por
R.Hart Phillips. E não ganhou respeito na redação do NYTimes, por jornalistar em um local em que, muito
raramente, rendia grandes matérias. Mas quando rolou, ela deu conta do recado,
direitinho.
Em 1952, Ruby cobriu o golpe que levou ao poder o futuro ditador Fulgêncio Batista e, em 1953, o maluco ataque que Fidel Castro e a sua patota tentaram contra o quartel de Moncloa.
Em 1952, Ruby cobriu o golpe que levou ao poder o futuro ditador Fulgêncio Batista e, em 1953, o maluco ataque que Fidel Castro e a sua patota tentaram contra o quartel de Moncloa.
Mesmo fazendo tudo como mandava o
figurino, Ruby foi sacaneada pelo Times,
quanto Batista convocou eleições, em 1954. Mandaram pra lá o repórter Herbert Mathews, o que deixou-a muito pê da vida.
Veio 1957
e foi então que Ruby encontrou-se com o seu
não tinha de ser. O ditador Batista, que vendia Fidel Castro por comunista
- pavor dos Estados Unidos que lhe apoiavam -, garantia ao povo cubano que havia matado o
líder rebelde durante chegadas do rebelde àa ilha, saído do México, a
bordo do iate Gramna, com 82 camaradinhas de fé.
Fidel, porém, escapara dos ataques aéreos de Batista e se escondera na Sierre Maestra, juntamente com o seu irmão
Raul, Che Guevara e 18 sobreviventes dos bombardeios. Ficou por ali atacando os
mal treinados militares batististas,
tomando as suas armas e cooptando apoio de camponeses.
Lá pelas tantas, ele
queria saber como andava a sua cotação popular. Enviou chegados ao meio do
povão e uma flor para Ruby, que só a conhecia por leituras de suas matérias
jornalísticas. Depois, queria ser ouvido por correspondente de importante jornal
estrangeiro, para o planeta saber que estava vivo.
Ruby que já estava em Cuba há muito tempo, com
vida arrumada por bons contatos com governo e oposição, além de uma filha
crescendo por lá, sacou que se ela fosse ao encontro de Fidel e a sua matéria rodasse o planeta, Batista a expulsaria do país. Indicou aos
emissários de Castro um amigo de uma outra agência noticiosa, que não topou, pelo mesmo motivo.
O tinha de ser, então, estava reservado para Herbert Mathews, sugerido por Ruby ao NYTimes. Foi quando a turma de Fidel armou esquema e o carinha subiu a serra, ludibriando as patrulhas militares e vencendo as mais duras
dificuldades do terreno e do tempo.
Mathews passou três horas entrevistando Fidel - furo internacional de notícia - e tornou-se herói, em Cuba, após o barbudo botar Batista pra correr. Revolução vitoriosa, Ruby e Mathwes escreviam
textos com enfoques diferentes e, evidentemente, surgiram animosidadse
entre eles. Mais: ele passou a ser
conhecido por “o homem que inventou Fidel
Castro” e disse ao NYTimes que ela seria incapaz de escrever com honestidade sobre a Cuba de Fidel, por que estivera muito próxima de Batista.
Nascida
em 1900, em Oklahoma e filha do comerciante (de bois e cavalos) John Hart, quando
este mudou-se para o Tennessee, aos 14 de idade, Ruby começou a ajuda-lo nos negócios. Passou por outros estados e,
também, trabalhou em várias atividades, como madeireira,
automobilística e de secos e molhados. E decidiu ir pra Cuba.
Ruby visitou o Brasil, para divulgar os seus livros |
Em 1961, com a revolução de Fidel Castro desagradando ao Tio Sam, este rompeu relações diplomáticas com Havana e esta ficou amiguinha da então União
Soviética. O jeito, para o Tiozão, seria derrubar o Castro - desde que não fosse pelo mais
incompetente dos ataques da história militar.
Resultado da incompetência dos homens do presidente John Kennedy: o escritório de Ruby foi saqueado, seus
arquivos e pertences confiscados e ela proibida de enviar notícias. Conseguiu fugir pra csa só com a roupa do corpo - Batista fugiu durante o reveion de 1959.
E, assim, terminaram 30
temporadas em uma ilha caribenha e nenhuma glória - como Mathewes que, por apenas três, recusadas por ela, virou herói cubano –realmente, ela não tinha de ser!
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