Quem reside na
carioca Ipanema da Cidade Maravilhosa, passa, de vez em sempre, pela Rua
Visconde de Pirajá, a principal do pedaço e que desbrava
todo o bairro, ligando o Leblon a Copacabana. Por lá, rola muito comércio que
vende as grifes da hora.
Sensuais e belas carioquinhas morenas a caminho do mar, livre, lindas, leve e soltas pela calçada |
A
“velha Pira” oferece uma mãozinha, também, pra
figuras já esquecidas pelo povão, como Teixeira de Melo,
Farme de Amoedo, Aníbal Mendonça e Henrique Dumont, que estão em placas
públicas. Também, para danados (Jangadeiros) e gente om nome de sardinha
enlatada (Gomes Carneiro). Mas, afinal, quem foi este tal de Visconde de
Pirajá, que ganhou nome de rua bacana?
Pois bem! Pra
começar, ele era baiano, registrado por Joaquim Pires de Carvalho e
Albuquerque, nascido em 1788 e teve dois irmãos proprietários de títulos de
nobreza, um deles presidente do Conselho Interino que governou a Bahia, de 1822
a 1823. Aprontou muito. Não podia sentir o cheirinho do trem, que nem um gavião malvado. Perigosa dando mole, ele não perdoava. Chegava junto!
O Visconde reproduzido de www.wikipedia |
Com o fuxicava, o pai da moça ficou uma fera com o desvirginador de sua filha e foi queixar-se às mais altas autoridades da Província da Bahia, inclusive ao arcebispo.
Por sinal, falavam as más línguas da gloriosa Província da Bahia que, enquanto as mulheres das autoridades, dificilmente, conseguiam um orgasminho, a filha do Governador delirava durante os garros do futuro Visconde. Gemia alto para ser ouvida por quem estivesse pelas vizinhanças da cama amorosa.
Enfim, de nada adiantaram as queixas do
Governador da Fortaleza aos zome da Bahia. O cadete Joaquinzão – diziam que era o campeão
baiano de sacanagem -, depois de se cansar de visitar a perseguida da filha do queixoso,
começou a rodar pelas cercanias de uma bela filha da importante família Pitta
Argolo. Daquela vez, porém, ele dançou. Lhe chegarem no cantão. Tinha só 18 de
idade e, entre continuar cadete e perder o bom futuro pela frente, preferiu a
primeira opção. E enforcou-se com a Pitta Argolo.
Botar Argolo e argola no dedo não foi problema
para o Quinzão seguir chegando as baianas ao pé das felicidade. Ainda mais porque
a Pitta Argolo demorou-se pouco por este planeta. Viúvo, ele virou uma grande atração
para as ilustres baianas com pimenta no
trem. Ele só não cobrava por bons serviços prestados porque, por
aquele tempo ainda não havia na Bahia o cargo do gigolô.
Rola o tempo e, aturdido por tantas visitas a
tantas perigosas- tinha agenda sexual completamente lotada -, o
glorioso Quincão decidiu faturar uma prima da finada, que assinava por
sobrenome de solteira Teive e Argolo. Casou-se, pela segunda vez. Mesmo já
tendo sido apelidado por Santinho da
Torre, o que, na verdade, queriam dizer diabinho
das camas, travesseiros fronhas e lençóis da Bahia.
Reprodução de www.cobacanbana - agradecimento |
A partir de 1831,
quando tentaram assassina-lo, o Visconde de Pirajá começou a andar com umas
ideias meio-esquisitas na cuca, principalmente sobre insurreições. Certa vez,
com a Bahia cheia de insurretos, convidaram-no para o cargo militar mais
cobiçado da Província.
Surpreendentemente, ele recusou, dizendo que a sua saúde andava pior do que acarajé dormido e sem vatapá. Tempinho depois, participando de lutas baianas, levou uma bala, seguiu vivo, fora do furdunço , mas ainda dentro das vida militar. Até 1841, quando pirou.
Pirajá pirou! Tanto, que tentou, por duas vezes, se degolar. Chegou a armar os seus escravos, dizendo que os seus parentes queriam mata-lo. Não teve jeito. O jeito foi interna-lo para tratamento psiquiátrico. Viveu por 60 temporadas e não foi matado. Terminou pisado - pelo povão que passa pela Visconde de Pirajá.
Surpreendentemente, ele recusou, dizendo que a sua saúde andava pior do que acarajé dormido e sem vatapá. Tempinho depois, participando de lutas baianas, levou uma bala, seguiu vivo, fora do furdunço , mas ainda dentro das vida militar. Até 1841, quando pirou.
Pirajá pirou! Tanto, que tentou, por duas vezes, se degolar. Chegou a armar os seus escravos, dizendo que os seus parentes queriam mata-lo. Não teve jeito. O jeito foi interna-lo para tratamento psiquiátrico. Viveu por 60 temporadas e não foi matado. Terminou pisado - pelo povão que passa pela Visconde de Pirajá.
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