Vasco

Vasco

sábado, 23 de novembro de 2019

20 - ANOTADO NO CADERNINHO - TROCA

Tela-logo pintada por Henrique Dentiale
1 – Em 1988, aos 34 de idade, Roberto Dinamite, maior ídolo da torcida vascaína, começava a perder prestígio junto à galera. Se seria inimaginável vê-lo vaiado, pois aconteceu no dia 9 de outubro daquela temporada, quando Vasco da Gama 1 x 2 Internacional-RS rolou, em São Januário, pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Os 14 mil pagantes vascaínos pediram a sua substituição, por Sorato, de 19. 

2 - O garoto entrou no jogo, mas em lugar de William, tendo o Dinamite permanecido em campo até o final da pugna – Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Célio Silva, Leonardo Oliveira e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani, William e Bimarck; Vivinho e Roberto Dinamite foi o time que começou e só teve a substituição citada. A rapaziada começou a chiar quando Nílson abriu o placar, aos dois minutos do segundo tempo. Geovani empatou, aos 29, mas Edu Lima derrubou os vascaínos, a nove minutos do final, sobrando para o velho ídolo – Ademir Maria; Luiz Carlos Winck, Aguirregaray, Nenê e Casemiro Mior; Norberto, Luís Carlos Martins e Luís Fernando Flores; Maurício, Nílson e Edu Lima foram os colorados.  
          
A noite em que Roberto Dinamite virou samba
3 – Mesmo perdendo prestígio, Roberto Dinamite não perdia a admiração da maior parte da torcida, Tanto que foi tema-enredo de escola de samba do Carnaval carioca de 1989, quando teve a sua história contada pela turma da Boêmios de Inhaúma, do Grupo 5. O desfile rolou na terça-feira do Carná, no Largo do Campinho - subúrbio de Madureira -, com a participação de 1.500 membros da escola. Só não avisaram ao velho Matador da Colina de que ele precisaria subir até o ponto mais alto do carro alegórico. Roberto olhou para as alturas, achou que não daria conta de ir até lá e, para não pisar na bola, pediu: “Será que você conseguem me arrumar uma escada”. Foi o que contou a revistas paulistana Placar – de 17 de fevereiro de 1989 – exibindo esta foto vascainadísima.     
      
 - Além de vaiar o Dinamite, em 1988, na temporada seguinte, ingratos torcedores  andaram pegando em seu pé. Por aquele oito-nove, picharam os muros do estádio da Rua São Januário, chamando-o por marajá, apelido de quem ganhava muita grana no serviço público. Quem ficou uma fera com isso foi o seu amigo flamenguista Zico, que o chama por Bob. Pela revista Placar - N 982, de 7 de abril de 1989 -, o Galinho reagiu: “Roberto deveria ser intocável. Não é justo que  diretoria do Vasco o deixe jogado às feras. O Brasil não reserva mesmo os seus ídolos”.

5 -  O Vasco da Gama havia terminado de encarar o Flamengo, na tarde do domingo 4 de março de 1990, pelo Estadual-RJ. Em seu jogo. 3.947, o placar ficou pelo 1 x 1, com o atacante Sorato marcando o gol da Turma da Colina. Quando deixava o gramado, Tita foi abordado por um repórter de rádio, parabenizando-o “por ter participado de 60% do gol vascaíno”. Mas rechaçou o lance, batendo, de primeira: “Pare com isso! Participei de 90% do gol. O Sorato só precisou chutar” – para abrir o placar, aos 21 minutos do primeiro tempo do clássico assistido por 107. 547 almas. O Vasco do dia, escalado por Alcir Portela, teve: Acácio; Luiz Carlos Winck, Marco Aurélio, Quinóñez e Mazinho; Andrade, Tita, Bismarck (Zé do Carmo) e William; Sorato (Roberto Dinamite) e Bebeto. Na foto, Tita e Roberto Dinamite curtindo um banco, mostrado por Placar – N 1030, de 16.03.1990.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário