Maio de 1973 – o Ceub contratava o treinador Marinho Rodrigues para preparar o seu time que iria disputar o Campeonato Nacional. Sem demora, os atletas se entrosaram bem com ele e um ambiente de otimismo tomou conta da "Acadêmica da Asa Norte", como tentaram apelidar – , mas não pegou – o clube que, na verdade, era só um time.
No meio dos preparativos para o Brasileirão, o Ceub foi a Mato Grosso - ainda não dividido – jogar amistosos, em Cuiabá-MT, contra o Dom Bosco, e em Campo Grande (hoje, MS), diante do Operário. No primeiro deles, a rapaziada vencia o Dom Bosco, por dois gols de frente, mas deixou o anfitrião virar o placar para, a muito custo, o Ceub empatar o prélio que terminou nos 3 x 3.
Chegado a Campo Grande, rolou rebu maior do que a bobeada no placar, em Cuiabá. O treinador Marinho Rodrigues achou que o hotel reservado para a sua turma era uma espelunca e não convenceu a moçada não ficar nele. O cartola Djalma Nogueira (ex-diretor do Botafogo-RJ), achou ruim a postura do técnico do seu time, rolou bate-boca, e ele demitiu o Marinho, que estava no Ceub há só 23 dias. Quando nada, o rebu fez nascer a carreira de
treinador do meia Cláudio Garcia (ex-Fluminense), que, por ser o mais velho da patota, foi obrigado a comandar a rapaziada que mandou 3 x 1 Operário.
Marinho reproduzido de eltiempo.com
Na volta a Brasília, os jogadores pediram para Marinho Rodrigues não ser demitido, mas não adiantou. Criticado pela imprensa, pelo seu autoritarismo, o diretor ceubense tentou limpar a sua barra junto à torcida azul-laranja, anunciando a contratação de um goleiro que viria do exterior, para fazer sombra ao titular Duílio. Criou-se a expectativa pela divulgação do nome do camisa 1, o cartola ganhava tempo e espaço na imprensa, até que o jornalista Jorge Martins acabou com a farra dele. Descobriu que o reforço do Ceub seria o goleiro Lacerda que, há duas temporadas, defendia o Lancers, de Rochester, nos Estados Unidos, onde o futebol não tinha quase nenhum prestígio, era pior do que os campeonatos amadores de Brasília, onde só a equipe ceubense adotava o profissionalismo.
De acordo com o Jorge Martins, o cartola Djalma NogueiRa encontrara-se com o Lacerda, no Rio de Janeiro, onde o rapaz estava porque fora buscar a sua família para morar com ele nos “Iztêitis”, tendo, nesse encontro, rolado papo sobre futebol. Então, o cartola o convidou a vir jogar no Planalto Central do País e ficou de aguardar pela resposta. Resumo da ópera: quando o Ceub estreou no Campeonato Nacional-1973, o seu goleiro chamava-se Rogério e não tinha Lacerda no sobrenome.
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