Renê jura que não o fez. Até hoje garante não ter tocado um dedo em Sua Majestade, o Camisa
Depois de esperar que os fotógrafos escolherem o melhor ângulo para eternizar aquele momento – os demais atletas santistas se colocaram no meio do campo –, Pelé atendeu os gritos de “Pelé, Pelé”, dos torcedores que pediam para ele cobrar o pênalti, e correu para a bola. De nada adiantou o lateral-direito vascaíno Fidélis fazer buracos na marca do pênalti. Com o pé direito, o Rei transformou aquela noite na mais importante do ano, para os brasileiros, até "maior" do que a da descida do homem na Lua, três meses antes.
O goleiro Agnaldo o colocou nos ombros – Pelé tinha a pelota sempre levantada para o alto –, e com ele deu uma volta olímpica pelo Maracanã, com a partida paralisada, fato inédito na história do futebol.
- Naquele dia, eu enfrentei o mundo. Em campo, não dava para escutar nem a respiração dos torcedores. Até a torcida do Vasco torceu contra mim -, declarou Andrade, tempos depois.
De sua parte, Pelé confessou, também, muito depois, que tremeu, daquele vez:
- O jogo parado, o estádio inteiro calado. Eu, a bola e o Andrada. Naquela hora tive um terrível medo de falhar. Fiquei nervoso. Sabia que todos esperavam o gol. Pouca gente viu, mas fiz o sinal da cruz antes de cobrar o pênalti.
-Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas”. Antes, dissera ao repórter Geraldo Blota, da Rádio Gazeta, o primeiro a ouvi-lo: “Dedico este gol às criancinhas do Brasil.
POLÊMICAS – Tema rico para discussões, houve quem levantasse que o verdadeiro milésimo gol de Pelé fora marcado no dia 4 de fevereiro de 1970, nos 7 x 0 santistas, sobre o América, do México. Nesse ponto, a colocação foi a de ter sido o “gol-mil” do atleta, como profissional.
Um dos maiores historiadores do futebol brasileiro, Thomaz Mazzoni, sustentou que o "milesimal" teria acontecido nos 4 x 0, sobre o Santa Cruz, em Recife, em 6 de novembro de 1969. Ele computava um gol de Pelé, pela seleção brasileira militar, no Sul-Americano das Forças Armadas, em 1959, quando o placar fora Brasi 4 x 1 Paraguai, com Pelé marcando um tento.
Em
No entanto, em 1965, Coutinho e Pelé não atuaram juntos pela Seleção Brasileira. Dupla fatal formada por eles indo à rede com a camisa canarinha deixou de existir, a partir de 5 de maio de 1963, após Brasil 2 x 1 Alemanha Ocidental, amistosamente, na alemã Hamburgo, com um gol de cada um, e em 28 de abril de 1963, em Brasil 3 x 2 França, também, amistosamente, na casa do adversário, com dois tentos do “Rei”. E atuaram juntos defendendo o escrete nacional, pela última vez, em 12 de maio de 1963, em Brasil 0 x Itália, na italiana Milão. Naquele dia, curiosamente, o ataque canarinho do início do amistoso foi: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, todos santistas.
Santos 2 x 1 Vasco da Gama, do pretenso gol.1000, foi assistido por 65.157 pagantes, totalizando cerca de 100 mil presentes, com os “caronas”. O Santos do “Rei milesimal” teve: Agnaldo; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias (Joel Camargo) e Rildo; Clodoaldo e Lima; Manuel Maria, Edu Américo, Pelé (Jair Bala) e Abel, treinados por Antoninho. O Vasco da Gama, armado por Célio de Souza, alinhou: Andrada; Fidelis, Moacir, Fernando e Eberval; Renê, Buglê e Benetti; Acelino (Raimundinho), Adilson Albuquerque e Danilo Menezes (Silvinho).
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