Em 5 de agosto de 1917, o Vasco tinha um time que desordenava qualquer tentativa progressista. Exemplo? Sapecou 5 x 0 pra cima do Progresso, pelo Campeonato Carioca da Segunda Divisão. O pancadaço rolou na Rua Itapiru, em um domingo, por aquele confronto que só tem oito registros, com quatro vitórias cruzmaltinas, um empate e três desordens no placar. Para não bater forte, de cinco, só em um adversário dos velhos tempos, o Vasco mandou 5 x 2, em 1928, no Andarahy, o primeiro time pelo qual torceu o grande teatrólogo Nélson Rodrigues.
Confira Vasco x Progresso nos primeiros tempos cruzmaltinos: 05.08.1917 – Vasco 5 x 0 Progresso; 02.12.1917 – Vasco 1 x 6 Progresso; 14.07.1918 – Vasco 2 x 3 Progresso; 29.09.1918 – Vasco 5 x 3 Progresso; 03.08.1919 – Vasco 2 x 2 Progresso; 30.11.1919 – Vasco 1 x 2 Progresso; 04.07.1920 – Vasco 4 x 1 Progresso; 24.10.1920 – Vasco 3 x 1 Progresso.
VASCO 1 X 0 FLAMENGO - O capixaba Geovani
deveria se vendedor de imóveis. Porquê? Seguinte: em uma tarde domingueira
de agosto, o “Urubu” se arvorou pra cima da “Turma da Colina”. Achava que
daria pra espantar. Pois bem, o cronometro do árbitro rumava
para as derradeiras voltas da segunda etapa, e já tinha muitos apressadinhos se
mandando do pedaço. Na certa, pra dar tempo de molhar o pescoço por dentro no
primeiro boteco da esquina mais próxima. Pingas apressadas, não imaginavam
eles o que iriam perder. Faltavam 12 minutos para o final da contenda, quando
Geovani dominou a “maricota”, fez-lhe um carinho, prometeu-lhe levá-la para a
rede e partiu para o crime. Vendo o goleiro rubro-negro
adiantado, endereçou-lhe uma tremenda cobertura. Que beleza! A
“gorduchinha” (com a licença do grande Osmar Santos), caía em câmera lenta
(lembra-se do Canal 100?), melodramaticamente, lá onde a coruja dorme (diria o
antigo locutor José Cabral). Desesperado, o “hermano” Ubaldo Fillol dançava um
tango para trás.
O espetáculo estrelado por Geovani esteve no
programa do primeiro turno do Estadual-1984, com plateia de 49 mil 404
pagantes, no “palco” do Maracanã, com apito de Wilson Carlos dos Santos. Os
vascaínos eram treinador pelo seu ex-meia Edu Coimbra, que mandou esta moçadas
cerrar o bico do “Urubu”: Roberto Costa; Edevaldo, Daniel González, Nenê e
Aírton; Pires, Geovani e Mário; Mauricinho, Roberto Dinamite e Marquinho. (foto
de Geovani reproduzido de álbum de figurinhas).
VASCO 2 x 1 ARÁBIA SAUDITA - Na
Colina, não brota poços de petróleo. Só de talentos no gramado e de bola no
filó. Mas, de repente, pode rolar um oleozinho de bacalhau mais escurinho nas
paradas. Porquê não? Caso do que rolou no 5 de agosto de 1990, quando a
rapaziada arrumou uma encrenca internacional. Naquele dia, o Vasco recebeu, em
São Januário, a visita amistosa da seleção saudita. E foi camarada. Cobrou
pouco pelo barril de bolas, com “petrogols” prospectados por Tita e Anderson,
diante de 1.876 testemunhas. Alcir Portela era o treinador e sua galera tinha:
Acácio; Luiz Carlos Winck, Célio Silva, Quiñonez e Cássio; Zé do Carmo e
William; Tita (Sorato), Bismarck; Roberto Dinamite (Anderson) e Tato.
VASCO 5 X 1 AMÉRICA-MG - Se
desordenou o Progresso e flechou o “Bugre”, a rapaziada da Colina fez
outras das suas em um outro 5 de agosto: envenenuou o Coelho – personagem
criado pelo chargista Mangabeira, isto é, Fernando Pierucetti, para o América
Mineiro. Esta outra ocorrência foi registrada no currículo do “Delegado”
Antônio Lopes, em uma quarta-feira, em São Januário, refrega do Campeonato
Brasileiro-1998. Pedrinho, aos 19, e Luizão, aos 29 minutos do primeiro tempo,
iniciaram os furdunços na toca do “Coelho”. Na etapa complementar, como
gostavam de falar os “speekers” antigos, Juninho Giroldo aumentou a “dose
venenal”, aos 12, e Luizão voltou a comparecer ao ranking de execuções,
aos 18 minutos. Paulo César de Oliveira-SP apitou o sacode, assistida
por 1.096 pagantes. Saborearam o tempero do “churrasco de coelho: Márcio;
Vagner, Odvan, Mauro Galvão (Henrique) e Flipe; Valber (Nelson), Luisinho
(Maricá) e Juninho Paulista; Donizete, Luizão e Pedrinho.
VASCO 7 X 1 GUARANI - O “Bugre” podia
correr pra qualquer mata que, naquela caçada, não escaparia das flexas dos
“matadores” da Colina. Principalmente, dos disparos de um baixinho chamado por
Romário. Com fome de gols, ele mandou quatro pancadas se aninharem nas redes do
time campineiro paulista, no jogo cruzmaltino de maior placar nos 5 de agosto
vascaínos. Joel Santana era o chefe da caçada aos bugrinos,
valendo pela segunda rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro-2.
Fabiano Gonçalves apitou nos ouvidos de 6.799 almas.
A impiedosa “Turma da Colina” daquela tarde
domingueira foi: Helton; Patrício, Alexadnre Torres (Geder), Odvan e Gilberto;
Jorginho (Fabiano Eller), Botti (Siston), Juninho Paulista e William; Euller e
Romário. O placar foi aberto, por Juninho Paulista, aos 13 minutos. Romário,
aos 16, aos 19, aos 27 e aos 36 minutos do primeiro tempo, deu prosseguimento
às barbaridades, para Jorginho, aos 51, e Botti, aos 80, acabarem de escapelar
o “Bugre”.
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