Reproduzido de wikipedia, Zezinho Boni tinha tudo para ser um vascaíno. Veja a cruz. |
Como
será a história do Brasil que o meu
bisneto aprenderá, em 2040? A que o meu pai ouviu na escola da década-1920 era de
feitos épicos e de heróis acima de qualquer suspeita, como, como o cachaceiro do Tiradentes
que, se 10 vidas tivesse, todas daria pela liberdade (e cachaças) do Brasil.
Novos (velhos) documento estão mudando a
história que o meu filho aprendeu na escola pelas temporadas-1990. Pelos que já
rola de novas interpretações históricas, se brincar, José Bonifácio vai perder
as honras de Patriara da Independência.
Já estamos convivendo com teses de que a
Independência saiu muito mais por pressões do que hoje seria o funcionalismo
público carioca, isto é, os empregados pela Coroa no Rio de Janeiro.
Explica-se: a portugada fez uma revolução constitucional em sua terra, em 1820,
e depois passou a exigir a volta do rei Dom João Sexto, ausente há 12
temporadas – fugira de Lisboa, com medo da invasão anunciada e cumprida por
Napoleão Bonaparte - e, depois, de Dom Pedro I.
Dom João, velho chifrudo, corno manso, além
de bissesexual, não teve peito para desobedecer as cortes portuguesas. Voltou,
roubando tudo o que havia nos cofres do Brasil, pra ser um rei de presépio em
Lisboa. De sua parte, o taradão e ditador Dom Pedro I – ele, Getúlio Vargas e
os milicos do golpe de 1964 foram os caras - , quando príncipe regente, deu uma
de durão e disse que não volto.
Nossos historiadores, então, criaram o Dia
do Fico, data que deveria ser consasgrada ao machão brazuca.
Reprodução de capa da revista O Cruzeiro |
A verdade da nova verdade é a de que Dom Pedro
I nada mais fez do que garantir o seu emprego com o aval do funcionalismo
público lotado no Rio de Janeiro. Se ele voltasse para Portugal, os burocratas
morcegos que sugavam os cofres públicos da Corte se veriam, da noite para o
dia, desempregados, pois todas as tetas da mamãe gata seriam desativadas. Se o
seu pai há havia voltado pra casa como rei, o que ele iria fazer por lá como
príncipe? Iria tomar-lhe a coroa? Entre ser boi de presépio em Lisboa e
mandante no Brasil, era mais negócio ficar por aqui. Era assim que pensavam os
burocratas que lhe deram o serviço.
Mas
nem só esta turma de inúteis queria que o Pedrão ficasse. Os capitalistas,
também. Afinal, não dava para perder
aquela boca de grandes negócios abertos com a chegada da Corte de Dom João Sexto
e a abertura dos portos, em 1808.
Uma outra interpretação pós-moderna da
Independência prefere ver a burguesia portuguesa querendo restabelecer os seus
privilégios no comércio com o Brasil de portos abertos. Estava armada com os nossos
capitalistas, em torno de preços mais camaradinhas.
E onde onde entram o Zezinho Bonifácio e a
Impertriz Leopoldina nisso? Meu pai e eu aprendemos na escola primária que eles
foram os principais convencedores do Pedrão a independir o Brasil. De repente, foi aquele burocratão que deixava
a o paletó na cadeira da repartição publica no Rio de Janeiro, se mandava e
voltava pelo final do expediente. Há grandesa chances, dentro do ponto de vista
das releituras históricas.
Reprodução de www.grupoescolar.com |
Releituras, por sinal, impiedosas. Além de
ameaçarem o patriarcado do Zezinho Bonifácio, já ameaçam, também, os gloriosos
estudos de Gilberto Freyre, para sua Casa Grande & Senzala, e de Sérgio
Buarque de Holanda, para suas Raízes do Brasil. As duas obras já estão sendo consideradas inferiores
a Sobrados e Mucambos, do primeiro, e a Caminhos e Fronteiras, do outro.
Sobra, também, para outros explicadores do Brasil,
aqueles que gastaram, ou gastam tempo à
procura do tal enigma brasileiro. Estes
estão se tornando forjadores de um futuro caminho para a irrelevância. A nova
ótica é ver o Brasil é, meramente,
metade falta de caráter (leia-se corrupção, e metade incompetência
administrativa.
Espero que o meu tataraneto, em 2.080,
pergunte ao meu bisneto: Vovô, o que é corrupção? Será que vai acontecer? Se,
no Brasil, já é difícil prever o passado, porque a sua história muda, será
difícil, porque, por aqui, nem o futuro a Deus pertence. Bota fé?.
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