Vasco

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domingo, 6 de outubro de 2019

O DOMINGO É UMA MULHER BONITA- JUSSARA DEU NOME A DUAS CIDADES

Quando o Brasil teve de 70 a 90 milhões de habitantes, durante  as décadas-1950 1970, o concurso Miss Brasil só não era mais importante do que Carnaval e Copa do Mundo. Pesquisadores contam ter havido três em passado mais distante – 1929, 1930 e em 1949 –, promovidos pela  pela magazine carioca Noite Ilustrada, coroando Iolanda Bermanine de Sá-1929  e Iolanda Ferreira (Miss Universo-1930) .
  Mesmo com tamanha quantidade de belezas desfilando pelas  passarelas brazucas, somente seis deusas da beleza jamais saíram da imaginação popular verde-e-amarela: as baianas Martha Rocha (1954) e Marta Vasconcellos ( Miss Universo-1968) ; a amazonense Terezinha Morango (1957); a carioca Adalgilza Colombo (1958); a gaúcha Iêda Vagas (Miss Universo-1963) e a catarinense Vera Fischer-1969.
 No entanto, apenas uma delas tornou-se nome de cidade: Jussara Souza Marques Amorim. Aliás, de duas cidades, uma em Goiás e a outra no Pará.
Em Goiás, Jussara batizou sua xará distante  223 km de Goiânia. Até 1950, ali era o povoado de Água Limpa, onde lhe presentearam com uma fazenda que ela jamais procurou saber onde ficava. No Pará, a outra Jussara surgiu em 1952. Em 1954,  a Miss Brasil-1949 não pode coroar Martha Rocha, porque já estava casada e grávida.
INTERESSE DE ESTADO - Jussara estava perto dos 18 de idade, em 1949, estudando a segunda etapa do curso Normal (formava professoras), quando venceu o Miss Goiás. Mas foi preciso o governador goiano, Jerônimo Coimbra Bueno, ir à casa de Seu  Ormides Martins de Souza e de Dona Isaura de Souza, convencer o pai da moça a deixar a filha competir no Rio de Janeiro,  no dia 12 de junho de 1949, no Hotel Quitandinha, em Petgrópolis.
Antes do Miss Goiás, representando o Goiás Esporte Clube,  Jussara havia sido Rainha dos Estudantes e Glamour Girl. No Miss Brasil, concorreu contra 12 candidatas -  Acre, Amazonas, Espírito Santo, Estado do Rio de Janeiros Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná,s Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo –  e foi coroada  na presença das mais importantes autoridades do país. Mas não disputou o Miss Universo, porque, naquele 1949, o Papa Pio 12 pediu a não realização da disputa, alegando ser um “espetáculo nudista, contradizendo  o moral e o pudor pregados pelo cristianismo” – como se as figuas bíblicas de Adão e Eva tivessem sido feitos vestidos.
 Jussara tem o seu Marques escrito com z, em algumas publicações que reportam ao seu avô  Manoel Martins Marquez. Ela nasceu, em 1931, em Itumbiara, e viveu até 24 de fevereiro de 2006, quando residia no Rio de Janeiro. Foi sobrinha-neta de Francisca Carolina de Nazareth Marquez, a mulher mais rica de Goiás, no inicio do Sécul 20.
Em Goiânia, Jussara chegou  criança, e por lá ficou até  casar-se, como o bancário minero (de Patos) Marcelo Champagnat de Amorim, em1954. Residiu, ainda, em Brasília e em Belo Horizonte, após o casamento, quando incorporou o Amorim ao seu sobrenome. Não passou a coroa a Martha Rocha, porque estava grávida.
DÉCADA-1950 – Aorganização norte-americana do Miss Universo entrou em contato com o jornal Diário Carioca, para organizar o Miss Brasil-1954. Incumbido de ir à luta, o jornalista Pompeu de Souza só consegiu reunir 12 candidatas, que desfilaram  à tarde na boate do Hotel Quitandinha, em Petrópolis, diante de três mil pessoas e de mesa julgadora formada pelo poeta Manuel Bandeira; o pintor Cândido Portinari e o cenógrafo Tomás Santa Rosarosa e os escritores Amando Fontes, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Helena Silveira.
 Como organizador, Pompeu não votaria, mas um imprevisto com on Portinari o obrigou a ser jurado. Por entrevista ao Jornal de Brasília, ele afirmou só terem condições de pegar a coroa as misses Bahia (Martha Rocha), Zaida Saldanha (Rio de Janeiro) e Patrícia Lacerda (Distrito Federal), neta do escritor Coelho Neto.
Para Pompeu, a carioca Zaida, esguia e meiga, e tinha beleza mais brasileira, lembrando o personagem Iracema, de José de Alencar. Acreditava que ela  teria mais chances de ser Miss Universo -  votada por ele, Paulo  e  Bandeira, empatou com a loura Martha, enquanto a Patrícia não teve votos e não admitiu ser vencida. O voto desempate para a baiana saiu do Santa Rosa.
- O Brasil de então era tão moralista que o desfile teve de ser para poucos e em recinto fechado. Se não fosse assim, as candidatas não desfilariam”, registrou.
     O entusiasmo que o Miss Brasil e Martha Rocha despertaram nos brazucas fez a turma declarar guerra aos Estados Unidos, por terem eleito a sua representante e deixado a baiana em segundo lugar. “Doeu mais do que não ganhar a Copa do Mundo de 1954, na Suiça”, afirmou ao JBr.
 Chegada a década-1960, os desfiles eram à noite, no carioca Maracanãzinho, levando 35 mil pessoas  ao ginásio.
Vera Fischer, à direita, ficou eterna devido a exposição na TV

INUSITADO – Em 1967, duas surpresas marcaram o Miss Brasil. A representante do Piauí revelou que pretendia ser freira, e a do Distrito Federa, Anísia Gasparina da Fonseca, que era empregada doméstica e só estudara até o segundo ano primário. Mesmo sendo a mais aludidada, ele ficou em quarto lugar. 
  Violeta Lima Castro, chamada pelas amigas por Bebê, é considerada a primeira Miss Brasil. Mas há historiadores afirmado que uma francesa naturalizada brasileira tivesse sido realmente, a primeira, e, 1865, tempos imperiais. Fala-se, ainda, em concursos sem continuidade anual e que elegeram outras moças durante a metade do século 20, entre elas a paulista (de Santo) Zezé Leone, em 1922, quando teria havido o primeiro concurso organizado.
Fala-se, também, da carioca Olga Bermanni de Sá, em 1929; da gaúcha Yolanda Pereia, em 1930; de outra carioca Ieda Telles de Menezes, em 1932; de Vânia Pinto (primeira modelo profissional brasileira), em 1939, e ea goiana Jussara Sousa Marques em 1949..

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