Quando
o Brasil teve de 70 a 90 milhões de habitantes, durante as décadas-1950 1970, o concurso Miss Brasil
só não era mais importante do que Carnaval e Copa do Mundo. Pesquisadores
contam ter havido três em passado mais distante – 1929, 1930 e em 1949 –,
promovidos pela pela magazine carioca
Noite Ilustrada, coroando Iolanda Bermanine de Sá-1929 e Iolanda Ferreira (Miss Universo-1930) .
Mesmo
com tamanha quantidade de belezas desfilando pelas passarelas brazucas, somente seis deusas da
beleza jamais saíram da imaginação popular verde-e-amarela: as baianas Martha
Rocha (1954) e Marta Vasconcellos ( Miss Universo-1968) ; a amazonense
Terezinha Morango (1957); a carioca Adalgilza Colombo (1958); a gaúcha Iêda
Vagas (Miss Universo-1963) e a catarinense Vera Fischer-1969.
No entanto, apenas uma delas tornou-se nome de
cidade: Jussara Souza Marques
Amorim. Aliás, de duas cidades, uma em Goiás e a outra no Pará.
Em Goiás,
Jussara batizou sua xará distante 223 km de Goiânia. Até 1950, ali era o povoado
de Água Limpa, onde lhe presentearam com uma fazenda que ela jamais procurou
saber onde ficava. No Pará, a outra Jussara surgiu em
1952. Em 1954, a Miss
Brasil-1949 não pode coroar Martha Rocha, porque já estava casada e grávida.
INTERESSE
DE ESTADO - Jussara estava perto
dos 18 de idade, em 1949, estudando a segunda etapa do curso Normal
(formava professoras), quando venceu o Miss Goiás. Mas foi preciso o governador
goiano, Jerônimo Coimbra Bueno, ir à casa de Seu Ormides Martins de Souza e de Dona Isaura de
Souza, convencer o pai da moça a deixar a filha competir no Rio de
Janeiro, no dia 12
de junho de 1949, no Hotel Quitandinha, em Petgrópolis.
Antes
do Miss Goiás, representando o Goiás Esporte Clube, Jussara havia sido Rainha dos Estudantes e
Glamour Girl. No Miss Brasil, concorreu contra 12 candidatas - Acre,
Amazonas, Espírito Santo, Estado do Rio de Janeiros Distrito Federal, Maranhão,
Minas Gerais, Pará, Paraná,s Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo –
e foi coroada na presença das mais importantes autoridades
do país. Mas não disputou o Miss Universo, porque, naquele 1949, o Papa Pio 12
pediu a não realização da disputa, alegando ser um “espetáculo nudista,
contradizendo o moral e o pudor pregados
pelo cristianismo” – como se as figuas bíblicas de Adão e Eva tivessem sido
feitos vestidos.
Jussara tem o seu Marques escrito com z, em algumas publicações que reportam
ao seu avô Manoel Martins Marquez. Ela nasceu,
em 1931, em Itumbiara, e viveu até 24 de fevereiro de 2006, quando residia no
Rio de Janeiro. Foi sobrinha-neta de Francisca Carolina de Nazareth Marquez, a
mulher mais rica de Goiás, no inicio do Sécul 20.
Em Goiânia, Jussara chegou
criança, e por lá ficou até casar-se, como o bancário minero (de Patos)
Marcelo Champagnat de Amorim, em1954. Residiu, ainda, em Brasília e em Belo Horizonte,
após o casamento, quando incorporou o Amorim ao seu sobrenome. Não passou a
coroa a Martha Rocha, porque estava grávida.
DÉCADA-1950 – Aorganização norte-americana do Miss Universo entrou em contato com o jornal
Diário Carioca, para organizar o Miss Brasil-1954. Incumbido de ir à luta, o
jornalista Pompeu de Souza só consegiu reunir 12 candidatas, que
desfilaram à tarde na boate do Hotel
Quitandinha, em Petrópolis, diante de três mil pessoas e de mesa julgadora
formada pelo poeta Manuel Bandeira; o pintor Cândido Portinari e o cenógrafo Tomás Santa Rosarosa e os escritores Amando Fontes,
Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Helena Silveira.
Como organizador, Pompeu não votaria, mas um
imprevisto com on Portinari o obrigou a ser jurado. Por entrevista ao Jornal de
Brasília, ele afirmou só terem condições de pegar a coroa as misses Bahia (Martha
Rocha), Zaida Saldanha (Rio de Janeiro) e Patrícia Lacerda (Distrito Federal),
neta do escritor Coelho Neto.
Para Pompeu, a carioca Zaida,
esguia e meiga, e tinha beleza mais brasileira, lembrando o personagem Iracema,
de José de Alencar. Acreditava que ela teria
mais chances de ser Miss Universo -
votada por ele, Paulo e Bandeira, empatou com a loura Martha,
enquanto a Patrícia não teve votos e não admitiu ser vencida. O voto desempate
para a baiana saiu do Santa Rosa.
- O Brasil de então era tão
moralista que o desfile teve de ser para poucos e em recinto fechado. Se não
fosse assim, as candidatas não desfilariam”, registrou.
O
entusiasmo que o Miss Brasil e Martha Rocha despertaram nos brazucas fez a
turma declarar guerra aos Estados Unidos, por terem eleito a sua representante
e deixado a baiana em segundo lugar. “Doeu mais do que não ganhar a Copa do
Mundo de 1954, na Suiça”, afirmou ao JBr.
Chegada a década-1960, os desfiles eram à noite,
no carioca Maracanãzinho, levando 35 mil pessoas ao ginásio.
Vera Fischer, à direita, ficou eterna devido a exposição na TV |
INUSITADO – Em 1967, duas
surpresas marcaram o Miss Brasil. A representante do Piauí revelou que pretendia
ser freira, e a do Distrito Federa, Anísia Gasparina da Fonseca, que era
empregada doméstica e só estudara até o segundo ano primário. Mesmo sendo a
mais aludidada, ele ficou em quarto lugar.
Violeta
Lima Castro, chamada pelas amigas por Bebê, é considerada a primeira Miss
Brasil. Mas há historiadores afirmado que uma francesa naturalizada brasileira
tivesse sido realmente, a primeira, e, 1865, tempos imperiais. Fala-se, ainda,
em concursos sem continuidade anual e que elegeram outras moças durante a metade
do século 20, entre elas a paulista (de Santo) Zezé Leone, em 1922, quando teria havido o primeiro concurso organizado.
Fala-se,
também, da carioca Olga Bermanni de Sá, em 1929; da gaúcha Yolanda Pereia, em
1930; de outra carioca Ieda Telles de Menezes, em 1932; de Vânia Pinto (primeira
modelo profissional brasileira), em 1939, e ea goiana Jussara Sousa Marques em
1949..
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