Marquinho levou sorte ao time botafoguense, em 1968, desapareceu, reapareceu, em 1989, quando um novo caneco pintou.
Moreira, Cao, Zé Carlos Gaspar, Leônidas, Valtencir e Carlos Roberto, em pé, da esquerda para a direita; Rogério Hetmanek, Gérson, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo Cérsr Lima, agachados, na mesma ordem, com o Marquinho sentado na bola da sorte.Durante algum tempo, o Botafogo teve a fama de ser um clube ligado a contatos imediatos com o além. Tudo por conta das aleivosias aprontadas pelo presidente Carlos Martins da Rocha, o Carlito, que mandava dar nós nas cortinas da sede do clube, “para afastar energias negativas” - em dias de jogos. O homem chegou a escalar cachorro - Biriba – como mascote, pra entrar em campo com a sua rapaziada e levar a sorte à junto.
Biriba pertencia ao zagueiro Macaé
(Jamyr Sueiros), que o levava para onde fosse. Lá pelas tantas, o segundo time botafoguense
mandou10 x 2 Madureira. No lance do
último gol, o totó” invadiu o
campo e fez o Carlito ver naquilo ordem das alturas para leva-lo a todos os
jogos futuros. Resultado: Biriba foi mascote em todos os prélios que valeram ao
Botafogo o título de campeão carioca-1948.
A ordem do além, no entanto, não foi aceita pelo Vasco da
Gama. Sua diretoria proibiu a entrada do Biriba no gramado de São Januário. Pior
para o Almirante. Carlito Rocha levou
o animal para a tribuna de honra, como seu convidado. Era supersticioso ao
extremo. Não permitia ao motorista que o levasse ao jogo do Botafogo fazer
marcha à ré. A
expressão máxima de suas invencionices
ter, sempre, um garotinho pronto para xixizar
um dos pés do atacante Paulo Valentim. Simplesmente, porque, certa vez, no
vestiário alvinegro, por descuido de um guri, este irrigou o pé bom de rede do
goleador que, naquela tarde, marcou três
gols. Pelos jogos seguinte, Carlito exigia um capetinha pra repetir o ato. E
não adiantava o Paulinho reclamar.
Campeão carioca (1912), como atleta, treinador
(1935) e cartola (1948), Carlito presidiu o Botafogo (1948 a 1951) e virou
lenda por ser pé quente além de e iniciador das superstições alvinegras. Viveu, entre 1894 a
1981. Depois do título de 1948, o Botafogo só voltou a ser campeão estadual, em
1957, quando o presidente era Paulo Azeredo. Mas a alma de Carlito Rocha seguia
mantendo contatos com o além. À véspera da decisão do título, ele disse à
imprensa que já havia levado um papo com o “Homem
Lá de Cima”, vira notória preferência ‘Dele’ pela sua moçada e fizeram um
acerto de orações. E não deu outra:
Botafogo 6 x 2 Fluminense, com cinco gols de Paulo Valentim.
Rola
o tempo e o Botafogo voltou a ser campeão estadual em 1962 e em 1967/68.
Depois, Seu Carlito foi “Lá Pra Cima”
e, sem ele, os alvinegros passaram 21 temporadas sem carregar o caneco
estadual. Perto dessa marca, muitos alvinegros supersticiosos falavam em ir a
um terreiro espírita levar um papo com o Seu Carlito. Quem se deu bem nesta foi
o editor chefe da revista paulistana Placar. Ao saber da ameaça alvinegra de tentar
contatar o Seu Carlito no além, colocou um anúncio, pelo seu Nº 978, procurando
pelo mascote Marquinhos, o “último sortudo”. Ninguém o achou, ninguém sabia por
onde ele andava. Um amigo do já então rapaz, que residia em Fortaleza e tendo
pais separados, mostrou-lhe a matéria. O então Marcão não perdeu tempo e foi ao
Rio de Janeiro se apresentar ao Botafogo.
Josimar, Marcelo Cruz, Carlos Albrto Santos, Mauro Galvão, Maquinho e Wilson Gotardo, em pé, da esquerda para a direita; Maurício, Luisinho Quntanilha, Mazolinha, Paulinho Criciúma e Gustasvo, com o Marcão, de calça comprida, em 1989.
Quando o Marquinhos - Marco Antônio Gusmão de Azevedo – levou sorte ao Botafogo, o time era comandado pelo treinador Mário Jorge Lobo Zagallo e um dos melhores do planeta, bicampeão da Taça Guanabara e bi carioca, com uma formação que, dificilmente, mudava: Cao; Moreira, Zé Carlos Gaspar, Leônidas e Valtencir; Carlo Roberto e Gérson; Rogério Hetmanek, Roberto, Jairzinho e Paulo César ‘Caju”. Em 1989, a rapaziada era treinada por Valdyr Espinosa e, mesmo com a boa vontade do ex-garotinho Marquinho, não deu mais para ele ser mascote do Botafogo, pois já pesava mais de 100 quilos e media quase dois metros de altura. Pra não perder a viagem, posou para foto de Placar, com junto com: Ricardo Cruz; Josimar, Wilson Gotardo, Mauro Galvão e Marquinho; Carlos Alberto Santos, Luisinho Quintanilha e Paulinho Criciúma; Maurício, Mazolinha e Jeferson.
Naquele
1989, o Botafogo carregou o caneco, invictaço, com 15 vitória e nove empates.
Marcou 37 e levou 11 gols, ficando com o saldo de 26 – logo, viva Seu Carlito e
Marquinho, isto é, o Marcão das hora.
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