Vasco

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domingo, 12 de abril de 2020

DOMINGO MULHER - SECRETÁRIA TROCA PAVÃO POR ELEFANTE E APRONTA REBU

          Imagem reproduzida de wwwsecretariasublime.blogspot.com.br                                                                                            

  
  Ela é peça importante no funcionamento das empresas. De qualquer instituição, na verdade. Muitas atingem nível de excelência tão alto que, quando faltam ao serviço, diretores e executivos ficam tontos. Houve, no entanto, um dia em que uma delas mudou a ordem natural da história. Talvez, por absoluta desconcentração. Algo como se algo dela tivesse coçado, ela se coçado e, depois das coçada, se desconcentrado.
 Aconteceu quando uma secretária, ao copiar um documento enviado pela Procuradoria-Geral do Estado de Dortmund ao brasileiro Ministério das Relações Exteriores, citando dispositivo do Código Penal do país sobre administração da Justiça Penal, trocou 1947 por 1974. 
Com isso, o documento sobre suspensão de prescrição de crimes cometidos por nazistas, entre 30 de janeiro de 1933 a 8 de maio de 19454, adiantou-se no tempo e virou bola fora. Tudo porque a moça - no brasileiríssimo Jogo do Bicho - trocou pavão por elefante nas dezenas batidas à máquina datilográfica - ainda não havia laptop.
 A petição alemã visava captura do criminoso nazista Gustav Franz Wagner, descoberto vivendo em São Paulo. Escrito na língua do compositor musical Richard Wagner (1813 a 1883), a embaixada jogou o documento nas mãos do tradutor Friedrich H.G Kause e, quando a papelada chegou ao Supremo Tribunal Federal-STF tudo estava com tudo em cima, explicadinho no parágrafo 3. Menos o anúncio do locutor do estádio: sai o 47 e entra o 74 - e segue o jogo!
23 de maio de 1947 (abaixo) virou 23 de maio de 1974 (acima)
 Como o STF é órgão de julgar tudo dentro dos rigores da lei, oito pares entenderam que “o preceito da Justiça tedesca de 1974 não poderia retroagir para punir extraditurus”. Talvez, nem se tocaram que os dedinhos da secretária deveriam ter escorregado por lugares errados do teclado de sua máquina que visitava o túnel do tempo. 
Foi um mico, criticado por juristas de todo o planeta, pois os crimes de Gustav Wagenr não estavam prescritos pela lei brasileira. Coisa feia de genocídios e matanças, com dados fornecido por Dortmund suficientes para caracterizar o fato.
 Desde 1947, crimes de guerra prescreventes tinham prazo ampliado pela chamda Lei dos Cômputos, que não livrava a cara de nenhum criminoso nazistas. 
 Gustav Wagnr esteve preso, entre maio de 1978 e junho de 1979, e tentou o suicídio, por várias vezes. Não teve dedos competentes para para se matar, mas alguém teve. Foi encontra no estado do já era, em outubro de 1980, após escapar de pedidos de extradição negados não só à então Alemanha Ocidental, mas, também, à Israel, Polônia e Áustria.
 Um esfaqueamento, por dedos e mão forte, quebrou o galho de dedinhos de secretária e de canetadas de burocratas desatentos a datações.   

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