A bela Dana de Teffé desapareceu aos38 anos de idade. |
Dada como assassinada, desapareceu durante uma viagem rodoviária a São Paulo, em 29 de junho de 1961, em companhia do advogado Leopoldo Heitor Andrade Mendes, acusado pelo crime e preso em 31 de março de 1962. As suspeitas sobre ele surgiram quando, como advogado dela e com uma procuração, passou a vender todos os seus bem (dela),
Este é um dos casos mais
escabrosos da história policial do Brasil. Dana Edita Fischerowa Fuksova nasceu na então
Tchecoeslováquia, em 1913, e, adolescente, perdeu os pais e uma irmã durante a
II Guerra Mundial. Fugiu para a Itália e casou-se com o militar e político
fascita Ettore Mutti. Depois, apareceu na Espanha e esteve casada, por 4,3
anos, com o cirurgião-dentista Alberto Diego Diaz de Lope-Diaz. Próximos
casamentos? No México, com o jornalista Carlos Denegri, por dois anos, e com o
diplomata brasileiro Manuel de Teffé, por quatro.
DE SUA PARTE, Leopoldo
Heitor, chamado, pela imprensa, por "O Advogado do Diabo", esteve condenado, em fevereiro de 1963, a 35 anos de prisão, cumpriu oito e, em
1965/69/71, foi absolvido, em outros três julgamentos. Por falta de provas, em
1974, o Supremo Tribunal de Justiça não autorizou a reabertura do processo. E o
crime prescreveu em 1981.
Dana, que usava o sobrenome do marido brasileiro, era uma bela
mulher e tida por milionária. Havia chegado ao Brasil em 1951 e tinha 38 de
idade quando desapareceu. O seu corpo não foi encontrado na época, tendo Leopoldo
Heitor apresentado três versões para o sumiço – sequestrada por espiões
comunistas; atigida por uma bala perdida, disparada por assaltantes com os
quais ele havia trocado tiros, e viajado à Espanha, para rever a mãe, que ela
declarara, naquele país, não estar mais viva – todas foram rejeitadas pela
justiça.
GRANA - Quem muito se incomodou com a história desse
desaparecimento foi o segundo marido de Dana, o espanhol Lope-Diaz. Ele chegou
a oferecer, em 1962, cinco mil dólares (equivalentes a dois milhões de
cruzeiros) a quem o levasse até o corpo
da mulher.
Nove anos depois do desaparecimento de Dana, uma ossada foi
encontrada em Itaverá-RJ e as diligências reabertas pela Chefatura de Polícia
de Madrid, com participação da Interpol. Chamado a depor, Lope-Diaz reconheceu,
como autênticos, pelos trabalhos neles feito, os 12 dentes de sua ex-mulher,
montados em uma arcada de cera, por
peritos do do Instituto Médico Legal da Polícia Técnica do RJ e levados à capital
espanhola, pelo promotor de justiça Gastão Mescal e o delegado Mauro Magalhães.
O cirurgião-dentista Lope-Diaz reconheceu os dentes da ex-mulher. |
Em seus depoimentos à
polícia espanhola, ele citou, também, ter sido procurado, em 1963, por Manuel Curt, que se dizia advogado em
Buenos Aires, amigo de Leopoldo Heitor e que entregarae três passaportes de
Dana. Intjuiu que, com aquilo, Leopoldo tentava forjar uma volta dela a Madrid,
para provar que ela estava viva.
A polícia de Madrid estava nesse caso porque Dana era
considerada uma cidadã espanhola, por ter se casado com um espanhol. E
Lope-Diaz para legalizar a sua situação com Matilde, com quem vivia e tinha
filhos. Pelas leis do seu país, ele ainda era casado com Dana.
ESPIÃ – Chegou-se a ser divulgado que Dana fizera espionagem
para vários países, mas Lope-Diaz não admitia, alegando que ela, embora falasse
oito idiomas, só lia livros bobos, fúteis, só se preocupava com a sua beleza e
esportes, e não fazia comentários políticos.
No entanto, a classificou de interesseira, de ter-lhe tomado, na
separação, tudo o que tinha valor, deixando-o apenas com o seu consultório dentário. Quando ao "Advogado do Diabo", que defendeu a si mesmo, viveu por 78 anos, até 2001, quando contava 78.
FOTOS REPRODUZIDAS DAS REVISTA "O CRUZEIRO"
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