Cria do Fonseca, de Niterói, o craque
Orlando Peçanha de Carvalho (era
quarto zagueiro), formou dupla terrível com Hideraldo Luís Bellini, que emplacou na Seleção Brasileira campeã mundial-1958, na Suécia. Foi levado
para a Colina, em 1953, pelo atacante Edmur, que já era cruzmaltino.
Reprodução da Revista do Esporte |
Nesse ponto, há uma história que parece lenda. Edmur nada teria falado ao treinador Carlos Volante e este não teria deixado Orlando treinar, por ver o seu físico aquém do que ele exigia para um zagueiro. Teria sido preciso um amigo comum de ambos pedir ao homem para dar-lhe uma chance. E, mesmo magrinho, o garoto mostrou que tinha muito veneno e foi convidado a voltar para o treino do sai seguinte. Foi campeão carioca juvenil, em 1954, e logo subiu ao time A.
Com a altura de
1m79cm, boa altura para um zagueiro de sua época, Orlando calçava chuteiras 41
e, por jogar anto, foi levado pelo argentino Boca Juniors, em fevereiro de
1961, por antigos Cr$ 16 milhões de
cruzeiros, valor que se fosse hoje seria
uma ninharia. Tanto que, ao voltar ao futebol brasileiro, em 1965, o Santos pagou Cr$ 99
milhões de cruzeiros (US$ 55 mil dólares) para repatriá-lo.
PAI DE SANDRA, de
Suzi e de Soraia, o craque vascaíno foi chamado, na Argentina, de “Senhor
Futebol”. Mostrava que sabia tudo de bola e jogava onde fosse preciso, na
defensiva. Convocado (juntamente com Bellini) para o escrete nacional, pela
primeira vez, em 1956, pelo treinador Flávio Costa, Orlando dizia que ser
inútil tentar fazer alguém sem pendor para empolgar a torcida, porque
não via bancos escolares capazes de ensinar a matéria.
Mesmo contra
“escolarizar” o futebol, Orlando era um “professor” para os novatos, aos quais
recomendava evitar deixar a defesa desguarnecida, com subidas constantes ao ataque.
Em agosto de 1959, sentindo não estar bem, mesmo recuperado de lesão durante o
Torneio Rio-São Paulo, ele procurou o treinador Filpo Nuñez e pediu-lhe para
encaminhá-lo ao time dos aspirantes (categoria extinta). Achava que seria a melhor
maneira de recuperar o seu futebol e a forma física.
NASCIDO, em Niterói, em 20 de setembro de 1935, Orlando viveu até 10 de fevereiro de 2.100 e conquistou títulos importantes com a camisa cruzmaltina, como os Campeonatos Cariocas-1956 e 1958, o Torneio Rio-São Paulo-1958 (o Brasileirão da época) e os torneios internacional de Paris e do Chile, ambos em 1957. Pela Seleção Brasileira, fez 34 jogos e ficou campeão, além do Mundial-1958, das Taças O´Higgins-1959 e do Atlântico-1960.
Orlando não saiu bem do Santos. Acusou o treinador Antoninho Fernandes e Zito, seu companheiro de Seleção Brasileira-1958, de terem lhe afastado do time sem explicações, quando, garantia, estava muito bem físicas e tecnicamente, embora já tivesse 33 anos de idade.
O primeiro treino de Orlando em sua volta ao Vasco foi no estádio do Manufatura, um clube do Departamento Autônomo da Federação Carioca de Futebol. Lotou as arquibancadas da casa e entusiasmou o técnico Pinga (José Robles), ídolo da torcida vascaína na década-1950, mesma fase em que ele foi campeão dos torneios internacional Rivadávia Correa Meier-1953, no Brasil; de Paris e do Chile, ambos em 1957, e dos Estaduais-RJ de 1956 e 1958.
O grande momento de Orlando, naquela sua primeira fase vascaína, foi reviver, com Bellini, a dupla de zaga do “Almirante” na Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo-1958, na Suécia. Foi apontado pela imprensa internacional, como o jogador mais eficiente, encarando a violência dos europeus, o que valeu-lhe o apelido de “Sarrafo Humano”, devido a disposição com que ia em cada jogada, principalmente nas bolas divididas. Ele totalizou 34 partidas canarinhas, com 25 vitórias, sete empates e só uma derrota, esta durante o Mundial-1966.
A VOLTA – Foram
oito temporadas longe de São Januário. Em março de 1969, Orlando voltou à
Colina para encerrar a sua carreira, iniciada por ali mesmo. Reestreou em 17 de
maio, quando rolava o segundo turno do Campeonato Carioca, diante de, 28.086
pagantes que foram ao Maracanã assistir a queda do Vasco, diante do Bangu, por 2 x 1,
com o seu tento marcado pelo zagueiro Brito, cobrando pênalti marcado pelo
árbitro Arnaldo César Coelho. Evaristo de Macedo era o treinador e a escalação
do time teve: Andrada; Fidélis, Brito, Orlando e Eberval; Alcir e Buglê; Nado,
Adilson, Bianchini e Raimundinho.
Orlando fora vascaíno antes, entre 1953 e 1961,
tendo saído para defender o argentino Boca Juniors, até 1965. Campeão nacional
em 1962 e em 1964, foi chamado pela imprensa portenha de “Senhor Futebol”, pela
dinâmica que exibia, jogando em várias posições. Em 1965, o Santo o repatriou e
ele o ajudou, no mesmo ano, a ganhar o título estadual paulista e a Taça
Brasil, estas valendo vaga na Taça Libertadores. Em 1967, voltou a ser campeão
paulista, tendo, na temporada anterior, representado o “Peixe” na Seleção
Brasileira que fora à Copa do Mundo na Inglaterra.Orlando não saiu bem do Santos. Acusou o treinador Antoninho Fernandes e Zito, seu companheiro de Seleção Brasileira-1958, de terem lhe afastado do time sem explicações, quando, garantia, estava muito bem físicas e tecnicamente, embora já tivesse 33 anos de idade.
O primeiro treino de Orlando em sua volta ao Vasco foi no estádio do Manufatura, um clube do Departamento Autônomo da Federação Carioca de Futebol. Lotou as arquibancadas da casa e entusiasmou o técnico Pinga (José Robles), ídolo da torcida vascaína na década-1950, mesma fase em que ele foi campeão dos torneios internacional Rivadávia Correa Meier-1953, no Brasil; de Paris e do Chile, ambos em 1957, e dos Estaduais-RJ de 1956 e 1958.
O grande momento de Orlando, naquela sua primeira fase vascaína, foi reviver, com Bellini, a dupla de zaga do “Almirante” na Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo-1958, na Suécia. Foi apontado pela imprensa internacional, como o jogador mais eficiente, encarando a violência dos europeus, o que valeu-lhe o apelido de “Sarrafo Humano”, devido a disposição com que ia em cada jogada, principalmente nas bolas divididas. Ele totalizou 34 partidas canarinhas, com 25 vitórias, sete empates e só uma derrota, esta durante o Mundial-1966.
CONTRA –
Orlando jogou contra o Vasco em três oportunidades. A primeira, em 14 de
janeiro de 1961, quando o Boca Juniors venceu os vascaínos, por um torneio
amistoso de verão, mandando 2 x 0, em La Bombonera, o seu estádio, em Buenos
Aires. Ele entrou em um time contando com três brasileiros – Almir
Pernambuquinho, também ex-vascaíno, Paulo Valentim, ex-botafoguense e Dino Sani,
ex-são-paulino –, treinados pelo também brasileiro Vicente Feola. Era uma
equipe muito forte, a começar pelo bom goleiro Ayala. Na defesa, Rico, Heredia
e Benitez seguravam bem o rojão, enquanto o meio-de-campo tinha um dos maiores
nomes do futebol argentino da década, Rattin. Na frente, Nardielle, Grillo e
Yudica rolavam a bola legal.
Os outros dois jogos de Orlando contra o
“Almirante” já foram vestindo a camisa do Santos. O primeiro, em 1º de dezembro
de 1965, no paulistano Pacaembu, abrindo as finais da Taça Brasil. Ele atuou
como apoiador, formando o meio-de-campo com Lima. O “Peixe” mandou 5 x 1, com
aquele ataque arrasador que alinhava Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e
Pepe. Na defesa, estavam o goleiro Gilmar
e o zagueiro Mauro Ramos, colegas da Copa do Mundo-1958. Além do
lateral-direito Carlos Alberto Torres, que seria o capitão do tri, em 1970, e o
menos votado Geraldino. Por fim, Orlando voltou a encarar o Vasco na
finalíssima daquela disputa, uma semana depois, no Maracanã, em Santos 1 x 0, e
ele atuando na zaga, ao lado de Mauro, que fora reserva do vascaíno Bellini, na
Suécia, mas invertendo a situação, em 1962, no Chile – a escalação foi a
mesma.
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