De acordo o “Jornal dos Sports”,
o verdadeiro inventor da “bicicleta”, jogada que tem vários pretensos pais e
consagrou o atacante Leônidas da Silva, foi um zagueiro: Brilhante, astro do
Vasco da Gama, que o buscou no Bangu, em 1924. Pode até ter sido, pois Leônidas
teve a humildade de dizer que o lance não fora criação dele.
Além de possível pai da
“bicicleta”, Alfredo Brilhante da Costa
teve a glória de disputar o primeiro (e único) jogo pela Seleção Brasileira em
uma Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai, formando dupla de zaga com o também
vascaíno Luís Gervazoni, o Itália.
Era 14 de junho, no estádio do Parque Central de Montevidéu, diante de
calculadas cinco mil pagantes, quando Brasil 1 x 2 Iugoslávia foi o placar e
Brilhante foi barrado para o jogo seguinte, porque o seu colega Fausto o acusou
de ter jogado sem pegada forte.
Escalada pelo treinador Píndaro de Carvalho, a defesa brasileira do
dia teve Joel, Brilhante e Itália. Na então linha média, Hermógenes,
Fausto, também, vascaíno, e Fernando Giudicelli. Atacando, Poly, Nilo,
Araken, Preguinho e e Teófilo.
Reprodução de O Globo Sportivo |
Brilhante foi vascaíno até 1933. Em sua primeira temporada
ficou campeão carioca, pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT),
numa época em que o Estadual teve duas disputas, devido segunda cisão
entre os clubes, por conta do estatuto que permitia o voto de agremiações
sem muita importância.
OS "GRANDES" revoltaram-se e criaram a Associação Metropolitana de Esportes
Athéticos (AMEA), que não aceitou o Vasco, por reunir negros e brancos pobre.
Ao lado de 21 times das LMDT – Andarahy, Bonsucesso, Carioca,
Campo Grande, Confiança, Engenho de Dentro, Esperança, Everest, Fidalgo,
Independência, Mackenzie, Mangueira, Metropolitano, Modesto, Olaria, Palmeiras,
Progresso Ramos, River, São Paulo e Vila Isabel –, o Vasco de Brilhante
foi o campeão, tendo por base esta formação: Nélson, Leitão e Mingote;
Brilhante, Claudionor e Artur; Paschoal, Torterolli, Russinho, Cecy e Negrito.
A rapaziada, treinada pelo uruguaio Ramón Platero, disputou 16 partidas,
vencendo todas, tendo Brilhante atuado nas 16, o maior número, por atleta,
igualado a Nelson, Artur, Pascoal e Negrito.
Brilhante voltou a ser campeão carioca, em 1929, quando o Vasco já estava
na AMEA, a temporada teve 11 disputantes e foi decidida, em uma melhor de três,
contra o América. Os vascaínos somaram 15 vitórias, em 23 jogos, além de
empatarem sete vezes e caírem em só uma. Marcaram 60 e sofreram 24 tentos.
Brilhante participou de 21 compromissos do time que era dirigido pelo inglês
Harry Welfare.
ANTES DE FIRMAR-SE como zagueiro, atuou pela (antiga) linha média
do time vascaíno, que reunia três homens protegendo a zaga. Nascido em 5
de novembro de 1904, no Rio de Janeiro, viveu até 8 de junho de 1980, tendo
sido vascaíno entre 1924/1933.
Em 1924, Brilhante estava no time campeão carioca, pela Liga Metropolitana
de Desportos Terrestres – houve um outro campeonato, pela preconceituosa
Associação Metropolitana de Esportes Athléticos, que reunia os “grandes”
América, Botafogo, Flamengo e Fluminense.
O Vasco, excluído da entidade, venceu os 16 jogos contra 21 times
considerados “pequenos” e acusados de terem atletas com “profissão duvidosa”.
O torneio espalhou os participantes por três séries e o Vasco, vencedor do seu
grupo, decidiu a disputado em um triangula final entre os dois outros
ganhadores de chaves, Engenho de Dentro e Bonsucesso –Nelson, Leitão e Mingote;
Brilhante Claudionor e Artur; Pascoal, Torterolli, Russinho, Cecy e Negrito foi
o time-base durante o torneio que teve 22 times.
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