Vasco

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segunda-feira, 3 de julho de 2017

VASCANÇAS E FLAMENGANÇAS-15 - ALFREDO

O Vasco já teve vários atletas seus torcedores. Mas nenhum como, como Alfredo II, mais precisamente Alfredo dos Santos.
Ele apareceu em São Januário, em 1936, como defensor juvenil. No  ano seguinte, subiu para o time de amadores e, em 19 de dezembro 1939, o treinador uruguaio  Ramón Platero deu-lhe a chance de jogar pelo time A, contra o argentino Independiente. Esteve bem e despertou o interesse de Flamengo, Fluminense, Botafogo e América, tendo o segundo até tentado aliciá-lo. Mas o Vasco agiu rápido, apelou para o seu lado torcedor e o manteve, profissionalizando-o, em 1939, pagando-lhe Cr$ 800 cruzeiros mensais. De luvas, uma dentadura.
Dez anos depois, o Vasco não queria mais Alfredo.  Então, ele aceitou a proposta do Flamengo, para disputar dois amistosos no Rio Grande do Sul. Se agradasse, seria contatado. Em 9 de junho de 1949, ele se via como jamais se imaginara: vestido com a camisa rubro-negra, enfrentando o Grêmio. Dois dia depois, enfrentava o Brasil, de Pelotas. Aprovado, fora  convocado a assinar contrato.
Reprodução de Manchete Esportiva
As bases eram boas, mas, no momento de assinar o contrato, Alfredo desabou. Tremeu as mãos e começou a chorar. Impressionado com tanto amor de um atleta por um clube, o presidente flamenguista, Gilberto Cardoso, comunicou o fato ao seu colega Cyro Aranha e pediu-lhe para leva-lo de volta a São Januário.
Alfredo voltou e declarou à imprensa: “Fui muito bem tratado no Flamengo, mas vivia a pensar no Vasco da Gama. Era lá onde pulsava o meu coração. Fiz ver isso aos dirigentes rubro-negros, arrumei as minhas coisas e fui a São Januário ver se ainda ambiente para mim. Graças a Deus havia e fui bem recebido. Do contrário, teria abandonado os gamados”- Nº 963, de 20.09.1956, da revista “Esporte Ilustrado”
 Alfredo II foi campeão carioca-1945/47/49/50/52 e do Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer-1953. Jogava onde o treinador mandasse. Em 1939, quando não se permitia substituições, terminou uma partida, contra a Portuguesa, como goleiro.
 Nascido no Rio de Janeiro, em 1º de janeiro de 1920, Alfredo Ramos dos Santos esteve vascaíno até 1956. Passou a ser chamado de Alfredo II quando o Vasco contratou um atacante mineiro seu xará. Pelo final de sua carreira, foi homenageado com uma medalha de ouro e o título de sócio remido do Vasco.

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