O Vasco já teve vários atletas seus
torcedores. Mas nenhum como, como Alfredo II, mais precisamente Alfredo dos
Santos.
Ele apareceu em São Januário, em 1936,
como defensor juvenil. No ano seguinte,
subiu para o time de amadores e, em 19 de dezembro 1939, o treinador uruguaio Ramón Platero deu-lhe a chance de jogar pelo
time A, contra o argentino Independiente. Esteve bem e despertou o interesse de
Flamengo, Fluminense, Botafogo e América, tendo o segundo até tentado
aliciá-lo. Mas o Vasco agiu rápido, apelou para o seu lado torcedor e o
manteve, profissionalizando-o, em 1939, pagando-lhe Cr$ 800 cruzeiros mensais.
De luvas, uma dentadura.
Dez anos depois, o Vasco não queria mais
Alfredo. Então, ele aceitou a proposta
do Flamengo, para disputar dois amistosos no Rio Grande do Sul. Se agradasse,
seria contatado. Em 9 de junho de 1949, ele se via como jamais se imaginara:
vestido com a camisa rubro-negra, enfrentando o Grêmio. Dois dia depois,
enfrentava o Brasil, de Pelotas. Aprovado, fora
convocado a assinar contrato.
Reprodução de Manchete Esportiva |
Alfredo voltou e declarou à imprensa: “Fui muito bem tratado no Flamengo, mas vivia a pensar no Vasco da Gama. Era lá onde pulsava o meu coração. Fiz ver isso aos dirigentes rubro-negros, arrumei as minhas coisas e fui a São Januário ver se ainda ambiente para mim. Graças a Deus havia e fui bem recebido. Do contrário, teria abandonado os gamados”- Nº 963, de 20.09.1956, da revista “Esporte Ilustrado”
Alfredo II foi campeão carioca-1945/47/49/50/52
e do Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer-1953. Jogava onde o treinador
mandasse. Em 1939, quando não se permitia substituições, terminou uma partida,
contra a Portuguesa, como goleiro.
Nascido
no Rio de Janeiro, em 1º de janeiro de 1920, Alfredo Ramos dos Santos esteve
vascaíno até 1956. Passou a ser chamado de Alfredo II quando o Vasco contratou
um atacante mineiro seu xará. Pelo final de sua carreira, foi homenageado com
uma medalha de ouro e o título de sócio remido do Vasco.
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