O técnico Zezé Moreira, em 1966, pedia e eles jogavam duro. Brito e Fontana formavam a dupla mais temida do futebol carioca, na década de 1960. De acordo com a Revista do Esporte, Da explicação para o rigor de suas atuações tinha uma explicação só: ... “venceram pela perseverança. Tiveram que lutar bastante e enfrentar muitos obstáculos” para serem titulares no Vasco.
No caso de Hércules Brito Ruas, a revista lembra que, depois de se destacar no time amador do Flexeiras, da Ilha do Governador, passou pelos times de juvenis, não pode subir para os aspirantes vascaínos, porque havia Viana barrando-lhe a vaga de zagueiro central. O jeito foi ser emprestado do Internacional, de Porto Alegre, onde Sílvio Pirillo, o primeiro a convocar Pelé para a Seleção Brasileira, era o treinador. Brito esteve emprestado, também, a um outro Inter gaúcho, o de Santa Maria, e só pode mostrar veneno na Colina depois da saída de Bellini, em 1961.
Antes da chegada de Zezé Moreira a São Januário, Brito brincava muito na área. Depois disso, o homem mudou completamente a sua forma de atuar. Nascido na ilha onde rolava a bola, em 9 de agosto de 1939, Brito deixou de enfeitar jogadas, passando a ser o que a imprensa chamava de “zagueiro enxuto”.
Fontana, quarto-zagueiro, trilhou caminho parecido com o de Brito. Tinha dois fortes concorrentes pela frente, Russo, nos aspirantes, e Barbosinha, no time A. assim, arrependia-se de não ter aceito convites do Fluminense e do São Cristóvão, pelo qual chegara a preencher ficha de inscrição como amador.
José de Anchieta Fontana, capixaba de Santa Tereza, nascido em 31 de dezembro de 1940, quando subiu, pegou uma noite brava pela frente. O Vasco vencia o Santos, pro 2 x 0, e ele sacaneava Pelé. A dois minutos do final, o “Rei do Futebol” empatou a partida, o que poderia ter liquidado a sua carreira. Mas recuperou-se, para falar muito durante as partidas, xerifar, transtornado. Reclamava dos colegas, ao mínimo, e era mestre em irritar o adversário. Fora de campo, assegura o ex-capitão vascaíno Buglê,“era um santo”, como o xará jesuíta José de Anchieta.
MATADOR - Dario José dos Santos. Carioca, nascido em 4 de março de 1949, no subúrbio de Marechal Hermes. Atacante do Atlético-MG, fazia tantos gols que foi apelidado de “Apolo Nove” (usava a camisa 9), pelo locutor Waldir Amaral, da Rádio Globo-RJ, quando o projeto espacial Apolo, da NASA-EUA, estava no auge. Medindo 1m82cm de altura, pesando 76 quilos e calçando chuteiras de número 42, sem erros, estava no padrão dos mais pesados atacantes brasileiros do seu tempo.
Antes da chegada de Zezé Moreira a São Januário, Brito brincava muito na área. Depois disso, o homem mudou completamente a sua forma de atuar. Nascido na ilha onde rolava a bola, em 9 de agosto de 1939, Brito deixou de enfeitar jogadas, passando a ser o que a imprensa chamava de “zagueiro enxuto”.
Fontana, quarto-zagueiro, trilhou caminho parecido com o de Brito. Tinha dois fortes concorrentes pela frente, Russo, nos aspirantes, e Barbosinha, no time A. assim, arrependia-se de não ter aceito convites do Fluminense e do São Cristóvão, pelo qual chegara a preencher ficha de inscrição como amador.
José de Anchieta Fontana, capixaba de Santa Tereza, nascido em 31 de dezembro de 1940, quando subiu, pegou uma noite brava pela frente. O Vasco vencia o Santos, pro 2 x 0, e ele sacaneava Pelé. A dois minutos do final, o “Rei do Futebol” empatou a partida, o que poderia ter liquidado a sua carreira. Mas recuperou-se, para falar muito durante as partidas, xerifar, transtornado. Reclamava dos colegas, ao mínimo, e era mestre em irritar o adversário. Fora de campo, assegura o ex-capitão vascaíno Buglê,“era um santo”, como o xará jesuíta José de Anchieta.
MATADOR - Dario José dos Santos. Carioca, nascido em 4 de março de 1949, no subúrbio de Marechal Hermes. Atacante do Atlético-MG, fazia tantos gols que foi apelidado de “Apolo Nove” (usava a camisa 9), pelo locutor Waldir Amaral, da Rádio Globo-RJ, quando o projeto espacial Apolo, da NASA-EUA, estava no auge. Medindo 1m82cm de altura, pesando 76 quilos e calçando chuteiras de número 42, sem erros, estava no padrão dos mais pesados atacantes brasileiros do seu tempo.
Imperdoável “matador” do “Galo” alvinegro mineiro, Dario vivia dizendo não ter medo de cara feia, mesmo sabendo que não sairia ileso nas disputas de bola. No entanto, separava uma dupla de zaga. Foi o que ele declarou ao repórter (torcedor vascaíno) Elionário Valente, pelo Nº 505 da “Revista do Esporte” data de 9 de novembro de 1968.
Indagou Eliomário: “Qual o seu mais implacável marcador, Dario?” Resposta: “São dois: Brito e Fontana. Como batem bem. Até tapas no resto já levei, além de outras entradas mais violentas. Quando eu apanhava a bola e partia para a área do Vasco, temia pela minha saúde”.
OBS: Dario é o segundo maior artilheiro da história do Atlético-MG, com 211 gols – o primeiro é Reinaldo Lima. Quando defendia o Sport Recife, em 1976, marcou 10, durante os 14 x 0 sobre o Santo Amaro, suplantando Pelé, que tinha oito na conta. Por sinal, Pelé telegrafou-lhe congratulando-se pelo
Brito protagonizou uma história semelhante à que vivera quando reserva: não dava vez ao bom zagueiro Caxias, que foi trocado pelo goleiro Edson Borracha, com o Fluminense (o Vasco pagou mais Cr$ 10 milhões de cruzeiros, a moeda da época). Chegou à Seleção Brasileira, para a Copa das Nações, no Brasil, em 1964 e, em 1965, provocou grande choradeira da torcida cruzmlatina, por não ser incluído entre os convocados para uma excursão dos canarinhos ao exterior. Mas não fora por queda de rendimento. A galera é que não tinha boa memória
SEGUINTE: a Federação Carioca de Futebol adiara Vasco x Bangu para a “Turma da Colina” enfrentar o Náutico-PE, pela Taça Brasil-1965 (classificava o campeão à Taça Libertadores) e o Vasco negociara não ter jogador seu convocado, pois almejava o título - terminou vice, com o Santos campeão.
Ver os fãs chorando o seu esquecimento pelo escrete nacional já não era novidade para Brito. Fora assim, também, em 1963, quando o selecionado fizera uma outra excursão externa, faturando em cima do prestígio de bicampeão mundial. Desprezado, Brito só reclamou do esquecimento dos "meiucas" Maranhão e Lorico. “...não poderiam estar fora dessa de maneira nenhuma. São craques autênticos, dignos de, pelo menos, uma chance no período de treinamentos”, reclamou, pela “Revista do Esporte”.
Sobre si, Brito comentou, para a mesma publicação: “Se não me chamara é porque o meu futebol ainda não serve para os olheiros (da Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF)... ainda há muito tempo para eu mostrar que o meu futebol serve também para o escrete”.
Brito dizia jogar a depender do adversário. “Se é leal, sei jogar com lealdade; se é duro, sei jogar duro; se é desleal, sei ser desleal”, avisava.
Talvez, se o time vascaíno tivesse conquistado o titulo carioca-1962, Brito tivesse chegado mais cedo à Seleção Brasileira. Para ele, faltara mais experiência e sorte à rapaziada, como citava o caso da contusão do ponteiro Da Silva, à véspera do clássico com o Fluminense, pelo returno, quando o treinador Jorge Vieira tivera de mudar tudo de última hora.
Os grande momentos de Brito com a camisa cruzmaltina começaram quando ele ainda era reserva de Bellini. Em 1957, participando de sua primeira excursão ao exterior, entrou em campo durante os últimos minutos da final do Torneio de Paris, ajudou o Vasco avencer o Real Madrid, por 4 x 3, pegando pela frente Alfredo di Stefano, considerado, então, o melhor atacante da época.
Pouco depois, Brito foi campeão da Taça Tereza Herrera, na Espanha, igualmente, entrando no segundo tempo. “Superamos todos os adversários. O público (na capital francesa) foi atencioso conosco, não poupando aplausos após a nossa vitória sobre o Racing-FRA (no primeiro jogo)... Durante os seis dias que passamos em Paris (após o título), fomos cercados de atenção por parte da imprensa e dos torcedores. Sentia-me como dono do mundo, tal a alegria de te colaborado para a conquista do torneio”, disse à “Revista do Esporte”, à qual apontou, também, um outro momento nota 10, em 1962, como titular absoluto, na conquista do Torneio Pentagonal do México, decidindo com o Dukla, da antiga Tchecoeslováquia, base da seleção vice-campeã da Copa do Mundo do Chile.
Pior do que brigar por renovação de contrato, para Brito, só o susto que passou na volta, para o Rio de Janeiro, de uma viagem ao Espírito Santo, após um amistoso, em Vitória, contra o Rio Branco. O tempo estava fechado e o avião não tinha condições de descer no aeroporto do Galeão. O piloto ficou sobrevoando a cidade, até surgir uma brecha no céu. Brito só respirou quando estava no chão.
Ele jurava não ser indisciplinado, um dos motivos citados pela não convocação, pois teria participado de um movimento, com mais quatro companheiros, por aumento de “bichos” em uma participação anterior no time canarinho. Ele garantia ter sido envolvido e segurado tudo calado, para não entregar ninguém. “Alguns que estiveram naquela onda voltaram à Seleção (Brasileira), e eu fiquei de fora”, chorou mais, afirmando: “Foi uma grande injustiça, mas o povo compreendeu e me deu apoio”.
Embora jurasse ter estado fora de um momento de trepidação no escrete, Brito não esquivou-se de dar uma ”mordidinha” no treinador Aymoré Moreira. “Acho...que ele deve ter pulso mais firme nas convocações e...também, quando der uma ordem ao jogador, deve falar com mais firmeza”.
Por aquela época, Brito era visto como um autêntico líder no grupo cruzmaltino e era muito querido, principalmente, por estar sempre aconselhando os mais jovens. Muito brincalhão, vivia sorrindo. Mas, durante os treinos, não aliviava. Para ele, “a área (onde jogava) é zona militar em tempo de guerra”.
2 - Se
perguntassem ao zagueiro Brito qual seria a principal arma de um atleta, sem
dúvidas, ele responderia: a união com os colegas. Aprendera como reserva do
grande capitão vascaíno Hideraldo Luís Bellini, entre 1958, quando assinou o primeiro
contrato como profissional, e 1961.
Sem
chances de ser titular, – ainda havia Viana para a sua posição – Brito foi
emprestado a dois xarás gaúchos, o Internacional
de Porto Alegre e o de Santa Maria. Em 1962, com a saída de Bellini, enfim, ele
assumiu a vaga de titular, para se firmar como um dos maiores zagueiros que
passaram por São Januário.Brito protagonizou uma história semelhante à que vivera quando reserva: não dava vez ao bom zagueiro Caxias, que foi trocado pelo goleiro Edson Borracha, com o Fluminense (o Vasco pagou mais Cr$ 10 milhões de cruzeiros, a moeda da época). Chegou à Seleção Brasileira, para a Copa das Nações, no Brasil, em 1964 e, em 1965, provocou grande choradeira da torcida cruzmlatina, por não ser incluído entre os convocados para uma excursão dos canarinhos ao exterior. Mas não fora por queda de rendimento. A galera é que não tinha boa memória
SEGUINTE: a Federação Carioca de Futebol adiara Vasco x Bangu para a “Turma da Colina” enfrentar o Náutico-PE, pela Taça Brasil-1965 (classificava o campeão à Taça Libertadores) e o Vasco negociara não ter jogador seu convocado, pois almejava o título - terminou vice, com o Santos campeão.
Ver os fãs chorando o seu esquecimento pelo escrete nacional já não era novidade para Brito. Fora assim, também, em 1963, quando o selecionado fizera uma outra excursão externa, faturando em cima do prestígio de bicampeão mundial. Desprezado, Brito só reclamou do esquecimento dos "meiucas" Maranhão e Lorico. “...não poderiam estar fora dessa de maneira nenhuma. São craques autênticos, dignos de, pelo menos, uma chance no período de treinamentos”, reclamou, pela “Revista do Esporte”.
Sobre si, Brito comentou, para a mesma publicação: “Se não me chamara é porque o meu futebol ainda não serve para os olheiros (da Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF)... ainda há muito tempo para eu mostrar que o meu futebol serve também para o escrete”.
Brito dizia jogar a depender do adversário. “Se é leal, sei jogar com lealdade; se é duro, sei jogar duro; se é desleal, sei ser desleal”, avisava.
Talvez, se o time vascaíno tivesse conquistado o titulo carioca-1962, Brito tivesse chegado mais cedo à Seleção Brasileira. Para ele, faltara mais experiência e sorte à rapaziada, como citava o caso da contusão do ponteiro Da Silva, à véspera do clássico com o Fluminense, pelo returno, quando o treinador Jorge Vieira tivera de mudar tudo de última hora.
ZERO A DEZ –
Campeão da I Taça Guanabara, em 1965, e do Torneio Rio-São Paulo de 1966
(título dividido com Botafogo, Santos e Corinthians), Brito teve, também,
momentos nota zero na zaga cruzmaltina. Por exemplo, durante o Torneio Rio-São
Paulo-1965, fez lambança em Vasco 2 x 3 Palmeiras, no Maracanã. O goleiro Ita gritou o tradicional “deixa”,
ele deixou e o camisa 1 escorregou,
facilitando o gol palmeirense. Ficou a impressão de que ele se esquivara
ao combate.
Contra o mesmo
Palmeiras, um ano antes, com o mesmo placar, pela mesma disputa, Brito havia
sido dez. O Vasco perdia, por 0 x 2, no Pacaembu, e virou
o placar, em um contra-ataque, a poucos minutos do final. Segundo ele, lutando
“... contra a torcida, o mau tempo...e, em alguns momentos, decisões parciais
do árbitro”.Os grande momentos de Brito com a camisa cruzmaltina começaram quando ele ainda era reserva de Bellini. Em 1957, participando de sua primeira excursão ao exterior, entrou em campo durante os últimos minutos da final do Torneio de Paris, ajudou o Vasco avencer o Real Madrid, por 4 x 3, pegando pela frente Alfredo di Stefano, considerado, então, o melhor atacante da época.
Pouco depois, Brito foi campeão da Taça Tereza Herrera, na Espanha, igualmente, entrando no segundo tempo. “Superamos todos os adversários. O público (na capital francesa) foi atencioso conosco, não poupando aplausos após a nossa vitória sobre o Racing-FRA (no primeiro jogo)... Durante os seis dias que passamos em Paris (após o título), fomos cercados de atenção por parte da imprensa e dos torcedores. Sentia-me como dono do mundo, tal a alegria de te colaborado para a conquista do torneio”, disse à “Revista do Esporte”, à qual apontou, também, um outro momento nota 10, em 1962, como titular absoluto, na conquista do Torneio Pentagonal do México, decidindo com o Dukla, da antiga Tchecoeslováquia, base da seleção vice-campeã da Copa do Mundo do Chile.
RENOVAÇÕES – Mesmo
sendo ídolo da torcida vascaína, tendo
jogado pela Seleção Brasileira-1964, Brito teve dificuldades paras renovar o
seu contrasto com o Vasco, no ano seguinte. Achava que valia o que pedia, por
um ano de vínculo. “Hoje em dia, um jogador que atua num time como o Vasco, na
condição de titular, tem a obrigação
social de andar bem vestido, e ter uma
casa de acordo com o seu prestígio”, defendia.
Só depois que
Botafogo e Santos demonstraram interesse por ele, o Vasco jogou para não perdê-lo.
Brito brigou por Cr$ 450 mil, entre luvas e ordenados, mas houve um componente
importante no lance. Ele gostava do clube e levou em consideração o apelo para
o exercício de vascaínice, partido dos cartolas de São Januário. Pior do que brigar por renovação de contrato, para Brito, só o susto que passou na volta, para o Rio de Janeiro, de uma viagem ao Espírito Santo, após um amistoso, em Vitória, contra o Rio Branco. O tempo estava fechado e o avião não tinha condições de descer no aeroporto do Galeão. O piloto ficou sobrevoando a cidade, até surgir uma brecha no céu. Brito só respirou quando estava no chão.
O MELHOR DO BRASIL
- “Contra fatos , não há argumentos”, disse Brito à “Revista do Esporte” Nº
520, de 22 de fevereiro de 1929. Motivo
da frase: ele afirmava ser “o bom” da sua posição no país e citava tal eleição
pela crônica esportiva.
Brito chorava não
ter sido convocado para os amistosos da Seleção Brasileira, contra os então
alemães ocidentais e iugoslavos, e avisava: “Para as Eliminatórias (da Copa do
Mundo-1970), terão que me engolir, pois sou o melhor zagueiro central do
Brasil”. Ele jurava não ser indisciplinado, um dos motivos citados pela não convocação, pois teria participado de um movimento, com mais quatro companheiros, por aumento de “bichos” em uma participação anterior no time canarinho. Ele garantia ter sido envolvido e segurado tudo calado, para não entregar ninguém. “Alguns que estiveram naquela onda voltaram à Seleção (Brasileira), e eu fiquei de fora”, chorou mais, afirmando: “Foi uma grande injustiça, mas o povo compreendeu e me deu apoio”.
Embora jurasse ter estado fora de um momento de trepidação no escrete, Brito não esquivou-se de dar uma ”mordidinha” no treinador Aymoré Moreira. “Acho...que ele deve ter pulso mais firme nas convocações e...também, quando der uma ordem ao jogador, deve falar com mais firmeza”.
Por aquela época, Brito era visto como um autêntico líder no grupo cruzmaltino e era muito querido, principalmente, por estar sempre aconselhando os mais jovens. Muito brincalhão, vivia sorrindo. Mas, durante os treinos, não aliviava. Para ele, “a área (onde jogava) é zona militar em tempo de guerra”.
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