1 – Desde 1927, estava no Código de Menores a obrigatoriedade da permissão das autoridades para os “pixotes” viajarem, mesmo acompanhados das mães. Passado mais de meio-século, veio um novo texto, mantendo a obrigatoriedade. Então, o governo enviou uma terceira proposta ao Congresso Nacional, lembrando-se do que havia esquecido.
Reprodução de capa de disco |
2 – Ângela Maria lançara o seu primeiro disco,
em 1953, e iniciara temporada na boate Casablanca, no Rio de Janeiro. Todas as
noites, na mesma mesa, pedindo a mesma bebida, sentava-se o ministro do
Trabalho, João Goulart, que ia embora assim que ela terminava de cantar. Quando
rolou o mais importante concurso de ídolos da época e Ângela vinha sendo
vencida por Vera Lúcia, ela foi ao gabinete do homem e pediu-lhe para telefonar
à direção da Antárctica, pois queria o título que havia sido de Marlene, no ano anterior.
No ato, João Goulart telefonou e comprou os votos que fariam dela
“Rainha do Rádio”.
3 – Era noite de 31 de dezembro, faltado cinco
minutos para a troca do calendário. Os convidados para a festa do
empresário Victor Costa formaram fila para desejar feliz ano novo ao presidente
Getúlio Varas. Ao receber os cumprimentos de Ângela Maria, o homem exclamou:
“Mas você não é a sapoti”. A cantora retrucou: “Presidente, eu não sou bicho,
não!” Getúlio retrucou: “Não lhe chamei de jaboti, mas de sapoti, uma fruta
da sua cor e gostosa” – velho tarado!
4 – Após o presidente Juscelino Kubitscheck
passar o governo a Jânio Quadros, em 1961, o deputado Neiva Moreira,
presidente da comissão parlamentar de transferência do Congresso Nacional para
Brasília, entregou-lhe carta, pedindo-lhe ficar na nova
capital brasileira, lutando pela sua consolidação. Segundo ele, a cidade e a
sua “obra desenvolvimentista” estavam ameaçadas. Ninguém entendeu,
pois JQ não ameaçara devolver a capital do país ao Rio de Janeiro, não
renunciar ao cargo ainda e nem os militares pensavam na Revolução de 31 de
Março, que implodiu JK, politicamente – Neiva tinha bola de cristal.
5 - Em 1961, durante o governo
parlamentaristas do presidente João Goulart, foi criado o Ministério
Extraordinário da Reforma Administrativa, entregue a Ernani do Amaral Peixoto.
Durou dois anos e fazia frequentes reunião de representantes de setores. Pelo
Exército, participava o general Humberto de Alencar Castello Branco, intransigente contra a criação do Ministério da Defesa, para
coordenar Aeronáutica, Exército e Marinha. Após
derrubar João Goulart e assumir o comando do governo, em 1964, Castello criou
uma espécie de Ministério Previdenciário, o INPS, para coordenar o setor, que
contava com vários institutos – seis, ou meia-dúzia?
Reprodução de www.odia.com.br |
6 – Quando o presidente João Goulart
viajou aos Estados Unidos, em 1962, recomendou ao substituto, o
deputado gaúcho e presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, vetar itens que considerava inconvenientes, ou inconstitucionais, no projeto de lei dos
interinos. Mazzilli não deu a menor bola para a recomendação. Deixou
rolar e não jogou no mesmo time do presidente – gaúchos desentrosados.
7 – Naquele 1962, o ministro Virgílio Távora fez
um a conferência para um grupo de chamados “deputados nacionalistas”. E
espantou a plateia, revelando que, pelas projeções dos seus técnicos, o déficit
das empresas ferroviárias chegaria, em 1970, ao montante do orçamento da União
– muito dinheiro jogado fora dos trilhos.
8 – Rolava a noite de 31 de março de 1964 e as
irmãs Edna e Ethel Poni, dois anos após o crime, cometido em Ouro Preto, foram absolvidas, por júri popular, mesmo tendo matado
a tiros de revólver Lurdes Calmon, amante do marido da primeira, Fernando Mello
Viana. "Mataram em legítima defesa
da integridade do lar (da primeira)” que estava desintegrado, há muitos anos, sustentou o advogado e mais respeitado criminalistas de Minas Gerais, Pedro Aleixo.
Naquela mesma noite, os militares derrubavam o governo João Goulart e iniciavam
um período de 21 anos de ditadura.
Reprodução de www.memorialdademocracia.com.br |
9 - Em 9 de julho de 1971, Pedro Aleixo livrava,
por 7 x 0 no júri, o empresário Roberto Lobato, que matara, em Belo Horizonte,
a sua mulher, Jô Souza Lima Lobato, de quem estava separado e o teria chamado
de “chifrudo”. A tese de defesa fora a “legitima defesa da honra”,
usada, também, pelo advogado Evandro Lins e Silva, em 1979, para absolver Doca
Street, que matara a amante mineira Ângela Diniz, com quatro tiros.
10 – Entre um júri e outro – 1964 e 1971 – Pedro
Aleixo esteve vice-presidente da República. Em 1969, ele foi impedido,
pelos miliares, de assumir a presidência, quando o presidente e general
Costa e Silva foi afastado, devido uma trombose – defendeu assassinos e o
castigo não chegou de
bonde.
11 – A construtora Leopoldense, de São
Leopoldo-RS, havia pago Cr$ 421 cruzeiros e 50 centavos, de tributos. Por
descuido administrativo, o pagara duas vezes. Ao constatar o erro, pediu a
devolução do segundo pagamento. Passou sete anos e quatro meses, a partir de
1972, cobrando, judicialmente, do Governo. Até que, depois de dezenas de
pareceres e carimbos, a grana foi devolvida, pelo Ministério da Fazenda. Sem
correção monetária
12 – Em 1979, o ministro da Justiça, Petrônio
Portella, enviou ao Congresso Nacional anteprojeto de lei abolindo, para quem
tirava a carteira de motorista: atestado de bons antecedentes; título de
eleitor; certificado de reservista; folha corrida e atestado de residência
– o que tudo isso tinha a ver com dirigir um automóvel?
13 – O Ministério da Desburocratização,
criado pelo Governo do presidente João Figueiredo, extinguiu, no mesmo 1979, a
obrigatoriedade do cidadão apresentar cinco atestados: de pobreza; dependência
econômica; idoneidade moral; bons antecedentes e de vida – neste último caso, o
cara só podia provar que estava vivo se levasse um documento, atestando
.
DA COR DA CARREIRA DE JEGUE
1 – Em janeiro de 1959, Huber Rogélio Matos
Benitez ajudou Fidel Castro a derrubar Fulgêncio Batista e tomar o poder, em
Cuba. Em outubro, ele foi preso e condenado a 20 anos de prisão, acusado,
em 21 de outubro daquele 1959, de “conduta incerta, antipatriótica e
antirevolucionária”, tendo Fidel Castro participado do julgamento, como
acusador – passou, de herói a traidor.
2 - Em março de 1957, Huber Matos
comandara comboio, com 50 homens, e levara ao acossado grupo de Fidel, em
Sierra Maestra, o primeiro reforço em armas e alimentos. Em 1958, após fugir
para a Costa Rica, voltou com um avião carregado de armas. Depois, liderou a
tomada de Santiago de Cuba, a segunda cidade mais importante da ilha. Revolução
ganha, tornou-se govenador militar de Camaguey. Deixou o governo por discordar
da crescente influência comunista no país. Fidel viu nisso uma sublevação
contra o seu governo. E o prendeu, o condenou e o ex-amigo foi torturado
na prisão, de onde saiu um trapo, sem dentes e sem quase movimentos no braço
esquerdo – quem tem amigos assim, precisa de inimigos praquê?
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