Vasco da
Gama, após descobrir o caminho marítimo paras Índias e regressar a Portugal, em
10 de junho de 1499, passou dois meses
papeando com Pero Alvares Cabral, o comandante militar e diplomático da
expedição que o Rei Don Manuel, o Venturoso, enviaria no repeteco de sua rota (lançada ao mar em 8 de março de 1500). Disse-lhe que vira gaivotas voando para o
oeste e sugeriu-lhe fuxicar a questão, pois poderia descobrir novas terras pelo
caminho. E deu no que deu.
Cabral chegou por
aqui e, tempos depois, a terra achada, oficialmente, por ele, rendeu belas morenas e mulatas, de enloquecer
os mais chegados no produto genuinamente “made in Brazil”. Cá entre nós, como brasileiro
gosta muito de um fuxico, vamos fuxicar?
Como Pedro Álvares o Cabral, oficialmente, achou o Brasil, o seu cruzeiro marítimo valeu uma nota |
Além do que está
fuxicado acima, antes de Cabral ser o dono da história do achamento do Brasil, de
acordo com arqueólogos e os palente.., há 12 mil temporadas, uma galera que
saíra do nordeste asiático atravessara a Beríngia – faixa de gelo que permitia
caminhar sobre ele, entre a Sibéria e o Alasca – viera bater em Lagoa Santa,
nas atuais Minas Gerais, no período Pleistoceno, onde miou a primeira gata do
pedaço, a “Nega Luzia”, em homenagem à engraçadíssima mulher-macaco Lucy,
que vivera três milhões de tempos antes dela, no continente africano, portando
as suas características morfológicas.
Reproduzidas de www.lagoinha.com, as gaivotas deram a dica a a Vasco da Gama onde ficava o Brasil |
A “portugada” não pode nem mesmo reclamar os
direitos autorais pelo nome Brasil. Embora muitos historiadores digam que isso
surgiu devido ao comércio da árvore chamada por “pau brasil”, mapas europeus, de 1351 a 1721, já mostravam
um pontinho denominado “Brazil”, tendo a procura por ele rolado até 1624.
Buscava-se Ilha do Brasil, ou “Hay
Brazil", ou Ilha de São Brandão, ou, ainda, Brasil de São Brandão.
Este
tal de Brandão foi um monge irlandês, nascido em 460 (depois de Cristo,
evidentemente) e que iniciara a sua navegação, em 565, pela Irlanda, história mirabolante, pois o
santo teria 105 de idade quando se lançara ao mar e chegara ao pedaço protegido
por sinos que avisavam a aproximação de marujos, fazendoa-o fugir pelo oceano a
fora – menos quando o avistou.
Quanto
ao nome Brasil ser derivado de “pau brasil”, bem antes disso os povos celtas já
falavam a palavra “bress’, que migrou para o idioma inglês e fez nascer o verbo
“To bless”, significando “abençoar”, na tradução para o português. Daí que o “Brazil,
bem antes de Cabral, já era "Terra Abençoada".
Nestes termos,
Cabral nem chega a bode nesta história, ficando mesmo Cabral, em vez de Bodal.
E nem pode ser o "descobrir moral" da Terra da Santa Cruz, como o
Brasil foi “campeão moral” da Copa do Mundo da Argentina-1978. O título fica
melhor com o glorioso almirante Vasco da Gama que, quando rumava para as
Índias, sacou os voos das gaivotas para o oeste e deu o serviço ao nobre amigo.
Afinal, o rei Don Manuel, o Venturoso,
achara documentos escondidos por Don João Primeiro e passara a perna nos
espanhóis, assinando o Tratado de Todesilhas. Que valeu-lhe a ilha, que não era
ilha, mas um verdadeiro continente e que viria a ser habitado por políticos
filhos daquela senhora que jamais assinara nenhum documento na jurisdição
voluntária do Estado – os filhos da... Da Divina Providência é que não são,
confere?
A revista paulistana 'Veja", da Editora Abril, levou Luzia para a sua capa |
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