Vasco

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sábado, 13 de janeiro de 2018

O VENENO DO ESCORPIÃO - CABRAL NÃO ACHOU O BRASIL. FOI A "NEGA LUZIA"

 Vasco da Gama, após descobrir o caminho marítimo paras Índias e regressar a Portugal, em 10 de junho de 1499,  passou dois meses papeando com Pero Alvares Cabral, o comandante militar e diplomático da expedição que o Rei Don Manuel, o Venturoso, enviaria no repeteco de sua rota (lançada ao mar em 8 de março de 1500).  Disse-lhe que vira gaivotas voando para o oeste e sugeriu-lhe fuxicar a questão, pois poderia descobrir novas terras pelo caminho. E deu no que deu.
Cabral chegou por aqui e, tempos depois, a terra achada, oficialmente, por ele,  rendeu belas morenas e mulatas, de enloquecer os mais chegados no produto genuinamente “made in Brazil”. Cá entre nós, como brasileiro gosta muito de um fuxico, vamos fuxicar?
Como Pedro Álvares o Cabral, oficialmente, achou o Brasil, o seu
 cruzeiro marítimo valeu uma nota
Pois bem! Cabral não descobriu porra nenhuma, mas os pilotos – Gaspar de Lemos, Sancho Tovar, Diogo Dias, Bartolomeu Dias, Ayres Gomes da Silva, Simão Pina, Vasco Atayde, Nicolau Coelho, Pero Atayde e Nuno Leitão da Cunha – das 10 naus, de três caravelas e de uma naveta de mantimentos. Sem falar que, antes dele, o português Duarte Pacheeo Pareira, em 1498, e o espanhol Vicente Iáñez Pinzón já haviam feito um rolé por estas bandas.
Além do que está fuxicado acima, antes de Cabral ser o dono da história do achamento do Brasil, de acordo com arqueólogos e os palente.., há 12 mil temporadas, uma galera que saíra do nordeste asiático atravessara a Beríngia – faixa de gelo que permitia caminhar sobre ele, entre a Sibéria e o Alasca – viera bater em Lagoa Santa, nas atuais Minas Gerais, no período Pleistoceno, onde miou a primeira gata do pedaço, a “Nega Luzia”, em homenagem à engraçadíssima mulher-macaco Lucy,  que vivera três milhões de tempos antes dela, no continente africano, portando as suas características morfológicas.
Reproduzidas de www.lagoinha.com, as gaivotas deram a dica a
a Vasco da Gama  onde ficava o Brasil   
 Pois bom, os “portugas” chegaram e, mesmo estando pelo mar há um tempão, numa seca federal, não se atreveram a correr atrás da “perigosa” das índias, que “não tinham vergonha de suas vergonhas”, segundo o repórter da esquadra, Pero Vaz de Caminha, na primeira crônica sexy destas plagas. Então,  como se noticiou, não houve tempo para o providenciamento de brasileirinhos modernos, encomendando-as aos buhchos de nativas que ainda viviam na Idade da Pedra, mais precisamente, entre o Paleolítico e o Neolítico.      
 A “portugada” não pode nem mesmo reclamar os direitos autorais pelo nome Brasil. Embora muitos historiadores digam que isso surgiu devido ao comércio da árvore chamada por “pau brasil”,  mapas europeus, de 1351 a 1721, já mostravam um pontinho denominado “Brazil”, tendo a procura por ele rolado até 1624. Buscava-se Ilha do Brasil, ou  “Hay Brazil", ou Ilha de São Brandão, ou, ainda, Brasil de São Brandão.
Este tal de Brandão foi um monge irlandês, nascido em 460 (depois de Cristo, evidentemente) e que iniciara a sua navegação, em 565,  pela Irlanda, história mirabolante, pois o santo teria 105 de idade quando se lançara ao mar e chegara ao pedaço protegido por sinos que avisavam a aproximação de marujos, fazendoa-o fugir pelo oceano a fora – menos quando o avistou.
Quanto ao nome Brasil ser derivado de “pau brasil”, bem antes disso os povos celtas já falavam a palavra “bress’, que migrou para o idioma inglês e fez nascer o verbo “To bless”, significando “abençoar”, na tradução para o português. Daí que o “Brazil, bem antes de Cabral, já era "Terra Abençoada".

A revista paulistana 'Veja", da Editora Abril,  levou  Luzia para a sua capa
Nestes termos, Cabral nem chega a bode nesta história, ficando mesmo Cabral, em vez de Bodal. E nem pode ser o "descobrir moral" da Terra da Santa Cruz, como o Brasil foi “campeão moral” da Copa do Mundo da Argentina-1978. O título fica melhor com o glorioso almirante Vasco da Gama que, quando rumava para as Índias, sacou os voos das gaivotas para o oeste e deu o serviço ao nobre amigo. Afinal, o rei Don Manuel, o Venturoso,  achara documentos escondidos por Don João Primeiro e passara a perna nos espanhóis, assinando o Tratado de Todesilhas. Que valeu-lhe a ilha, que não era ilha, mas um verdadeiro continente e que viria a ser habitado por políticos filhos daquela senhora que jamais assinara nenhum documento na jurisdição voluntária do Estado – os filhos da... Da Divina Providência é que não são, confere?     


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