Quando
a primeira expedição militar e exploradora europeia desceu quase todo o curso
do Rio Amazonas, entre 1541/1541, o
chefe espanhol Francisco Orellana (e os seus 50 homens) jamais imaginavam a
quatidade de água que encontraria pela frente.
A
necessidade de abastecimento alimentar levou-os a entrar pelo Brasil amazônico,
onde a rapaziada passou quase um ano sem conseguir voltar ao ponto de partido –
sopés dos Andes –, devido a força da correnteza do impressionante rio. No
embalo, passou a viver lutando, fugindo, fazendo alianças ou saqueando aldeias.
Roubar os índios era preciso: ordem da barriga.
Quem
registrou isso foi o frei dominicano Gaspar de Carvajal, membro da expedição e que
aprendeu o linguajar nativo. Durante um dos seus papos com os selvagens, estes falaram- sobre uma tribo de
mulheres guerreiras que dominavam grande extensão de terra. Elas excluíam os
homens de seus convívios, mas usavam índios em suas tropas de choque, sem
explicar, no entanto, como os recrutavam.
O Frei Gaspar, inclusive, deixou contado que
teria presenciado uma batalha entre as tais guerreiras e os invasores espanhóis,
em um local que os arqueólogos situam, hoje, entre os rios Nhamundá e
Trombetas, no Pará.
Mulheres guerreiras que desprezavam os machos
existe na imaginação humana desde a mitologia greco-romana, que as situava
vivendo pelas estepes do Mar Negro, entre o que hoje é a Ucrânia e parate norte
da Turquia.
Portanto, bem antes de o psicólogo William Moulton Marston (1893/1943) inspirar-se na ativista Margaret Sanger, que lutava pelo controle da natalidade nos Estados Unidos, e criar a Mulher Maravilha, a mais famosa das amazonas, saída dos traços do desenhistaa Herry George Peter, em 1941.
Portanto, bem antes de o psicólogo William Moulton Marston (1893/1943) inspirar-se na ativista Margaret Sanger, que lutava pelo controle da natalidade nos Estados Unidos, e criar a Mulher Maravilha, a mais famosa das amazonas, saída dos traços do desenhistaa Herry George Peter, em 1941.
Como
na época em que o Frei Carvajal disse ter visto amazonas guerreando ainda não
havia histórias em quadrinhos,
naturalmente, abriram-se vertentes interpretativas para os seus relatos.
Embora jamais se encontrasse evidências arqueológicas de nenhum território dominado por elas, historiadores dos primeiros tempos da conquista espanhola do Novo Mundo não desprezavam os relatos do capelão de Orellana.
Embora jamais se encontrasse evidências arqueológicas de nenhum território dominado por elas, historiadores dos primeiros tempos da conquista espanhola do Novo Mundo não desprezavam os relatos do capelão de Orellana.
Enfim,
não há achados arqueológicos sobre guerreiros amazônicos psicodélicos, com
cabelos a la Beatles, e nem a respeito de mulheres que os acompanhavam em
batalhas, dotadas de atribuições militares. Mas nada pode ser descarado.
Nem
mesmo que o Frei Carvajal tivesse, acidentalmente, fumado um chá à base de substâncias
psicoativas, muito presentes na biodiversidade amazônica.
Assim,
ficaria fácil mandar uma manchete sensacionalista no horário nobre do
jornalismo da TV, dando conta de que a Mulher Maravilha nasceu no Pará, dançava
carimbó, comia pato no tucupi, colocava peçonha nos pés e trepava no pé de
açaí.
IMAGENS REPRODUZIDAS DE CAPAS DE GIBIS
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