Aquela tal historia do “até que um
dia” passou, também, pela vida do considerado "maior goleiro cruzmaltino de todos os tempos",
o Moacyr Barbosa. Ele era ponta-direita de time peladeiro paulistano e tinha dois irmãos, Mário e Armando, cobrões no ataque. Foi quando seu
treinador, o cunhado
José Santiago, avisou-lhe: “Você vai ser o goleiro,
hoje”.
Campeão carioca-1947, o grande goleiro Barbosa... |
Barbosa espantou-se, pois ele vinha sendo um ponteiro veloz e perigoso. Mas não teve como demover o cunhado da mudança na escalação do time do Almirante Tamandaré. “O nosso goleiro não apareceu. O jeito é você ir pro gol”, disse o homem, deixando-o amuado. Não adiantou. Teve de encarar o ataque do Esporte Clube Estrela, pelo campeonato da Liga Comercial Paulistana – ele trabalhava no ramo.
Barbosa saiu de
campo como uma das feras da pugna. Pra não criar problemas familiares, fez-se de malandro com o cunhado: “Jogar de goleiro tem as suas vantagens, como poder pegar a bola com
as mãos e não é preciso correr”. Então, o tripudiado decidiu: "Então, daqui por diante,
a camisa 1 será só sua”.
Barbosa tinha 18 de idade,
em 1939, quando tornou-se “gol-keeper” e mudou, também, de nome. Deixou de ser chamado por
Moacyr e ficou tricampeão da liga (1939/40/41) como Barbosa. E, de nome
trocado, foi convocado para a seleção paulista de amadores, campeã
brasileiro-1941. Com o bi, em 1942, o treinador do
Ipiranga, Caetano Domenico, o convidou a tentar o futebol profissional, por Cr$
5 mil cruzeiros de luvas (antigo sistema de uma graninha por fora, nas
assinaturas de contrato) e Cr$ 800 mil cruzeiros mensais.
Barbosa topou e fez grande Campeonato Paulista. Tão bom que, em 1944, o Vasco da Gama bateu à sua porta, propondo-lhe Cr$ 60 mil
cruzeiros de luvas e salário de Cr$ 1 mil. Não dava pra recusar. O Ipiranga, também.
Afinal, achara um goleiro peladeiro que lhe renderia Cr$ 100 mil
cruzeiros.
...defende um pênalti durante o Sul-Americano de Clubes Campeões-1948 |
Reserva do grande Oberdan Catani,
na seleção paulista de 1941/1942, Barbosa partiu para São Januário –
indicado por Domingos das Guia
e para disputar a posição, Oncinha, Roberto, Barqueta e Martinho, além de Castro e Rodrigues que chegaram à Colina em 1945. Não se importou. Quando teve uma chance, no 11 de
novembro daquele 45, saiu de campo invicto em Vasco 4 x 0 Madureira, em São Januário.
FOTOS REPRODUZIDAS DO CENTRODE MEMÓRIA DO VASCO
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